A CPLP E A GUINÉ-BISSAU...
No meu ponto de vista, acho que a CPLP desconhece, no fundo, as questões políticas do nosso país, ou a realidade que os guineenses vivem diariamente. O problema é o seguinte: hoje em dia nós guineenses somos rebeldes uns com os outros, porque há organizações e países que nos dividiram, a bem dos seus interesses. Porém, visto sermos um povo inteligente, devemos ser nós, guineenses, a reflectir muitíssimo bem sobre o assunto, porque o nosso país precisa de todos nós. Lembro-me de quando o Eng.º Domingos Simões Pereira era Secretário-Executivo de CPLP nessa altura, procurava resolver os problemas de qualquer Estado-Membro da organização, de forma pacífica sem sugerir forças de estabilização. Por exemplo: A morte do ex-Presidente da República da Guiné-Bissau, Sr. General João Bernardo Viera (Nino), bem como do General Batista Tagme Na Waie, nessa altura o Eng.º Domingos Simões Pereira nunca sugeriu à CPLP o envio de uma força de estabilização, porque ele, enquanto filho da Guiné-Bissau e conhecedor da realidade do seu/nosso país, sabe como é que nós guineenses costumamos resolver os nossos problemas, ou seja, sem a intervenção directa de outros países, e o que aconteceu nessa altura era mais difícil de resolver do que o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Presentemente tudo se faz de forma diferente e pela negativa, com o Sr. Murade Murargy. Para mim, ele deveria seguir a postura de quem substitui no cargo de Secretário-Executivo da CPLP o Eng.º. Domingos Simões Pereira, para ajudar o seu próprio país, Moçambique, que está à beira de uma guerra civil. Acompanho todos os dias notícias de Moçambique, através das quais fico a saber da ocorrência de ataques entre forças governamentais e forças da RENAMO, o maior Partido da oposição em Moçambique, ataques esses que fazem vítimas civis, pessoas inocentes, mas o Sr. Murade Murargy nunca se pronunciou sobre o conflito armado em Moçambique! Pergunto: será que ele não é moçambicano, ou não deseja ver Moçambique ter paz e estabilidade para sempre, ou somente a Guiné-Bissau é que está a precisar de estabilidade em África? Também temos o caso de Angola, onde costuma haver escaramuças entre forças do governo e partidos da oposição. Por que é que não pensa enviar uma força de estabilização pra lá ? Portugal todos nós sabemos que foi o nosso colonizador, por bem ou por mal merece o nosso respeito e a nossa consideração, mas também, uma coisa é certa, Portugal deve ter presente que a Guiné-Bissau é um país independente, um Estado de direito, que foi reconhecido pela Comunidade Internacional e muitas Organizações Internacionais das quais fazemos parte, por isso, também deve haver pensamento positivo de Portugal em relação à Guiné-Bissau, até porque temos fases de uma História comum que não se pode negar nem esquecer. E numa próxima visita do Sr. Murade Murargy à Guiné-Bissau, como Secretário-Executivo da CPLP gostaria de pedir aos governantes guineenses para que façam com que o Sr. Murade Murargy perceba que a Guiné-Bissau não está em guerra e também, que nós não precisamos de nenhum tipo de força de estabilização na Guiné-Bissau. O que precisamos na nossa terra é de financiamentos/apoios, principalmente nas áreas da Educação, Saúde e Agricultura. COMENTÁRIOS AOS DIVERSOS ARTIGOS DO ESPAÇO LIBERDADES
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