Mesmo que fosse uma doação pessoal sem outras intenções, que não ajudar a minimizar um problema, onde está a ética de um Chefe do Governo, quando sabe que não se pode substituir o Estado ou o Governo, em acções pessoais desta natureza, sob pena de ser visto como um acto de aproveitamento político?

Já afirmei por diversas vezes que dou e continuarei a dar o benefício da dúvida às novas autoridades do nosso país, porém, a dinâmica das minhas intervenções críticas não pode ser tão passiva e permissiva quanto aos demais que, por razões óbvias, não escrevem, não fazem análises, não publicam artigos/comentários de opinião no dia-a-dia; não fomentam o debate de ideias, ou seja, não têm a postura que tenho tido ao longo de onze anos. Isto não significa que seja mais, nem menos do que quem quer que seja, mas no percurso da vida, se para uns o tempo está para vir, para outros, o tempo está-se a acabar... Entre o Positivismo e o Negativismo, também há o Realismo.

Sei dosear o tempo, que "dou" aos nossos políticos e governantes, em função da experiência adquirida e acumulada, até para, como escrevi uma vez, eles não se esquecerem do seguinte:

Para ajudarmos os políticos, temos que lhes dizer a verdade, mesmo que seja a nossa verdade, mas é sempre uma alternativa para que não pensem que, para além deles, mais ninguém pensa.

Por outro lado, eles devem ser humildes, ter respeito pelas opiniões que são produzidas sobre eles, pois só assim poderão melhorar as suas posturas e ir de encontro ao que se pretende deles. Caso contrário, jamais conseguirão libertar-se da tendência demagógica.

Se há preocupação no sentido de se "deixar trabalhar" os governantes e os políticos cidadãos, porque não há sensibilidade e compreensão para que se deixe trabalhar, igualmente, os pensadores e cidadãos políticos, no âmbito da cidadania?!

Num país em que praticamente não há oposição política, fruto da "política de inclusão governativa", forjada após as eleições recentemente realizadas, e ainda que os cidadãos não sejam oposição ao Governo, quem melhor do que o cidadão comum para reivindicar o que pensa que não está bem?

Devemos deixar que se voltem a cometer os erros do passado, já vistos, provados e comprovados, em nome do benefício da dúvida, quando essa dúvida não existe porquanto se sustentar nos erros do passado, cometidos por outros, de ontem e que não deveriam ser repetidos pelos de hoje?

Ou de erro em erro, temos que fazer o nosso percurso, num ganho multiplicativo e repetitivo de um processo de aprendizagem e correcção que se deve evitar, porquanto há quarenta anos que estamos a cometer os mesmos erros de sempre...?!