A Instabilidade Política E a Falta da Energia e Saneamento Comprometem a Imagem da Guiné-Bissau Como Destino Turístico

 

Secuna Baldé

06 de Julho de 2010

secbalde@hotmail.com

 Secuna BaldéA volubilidade política e militar; a inquietação civil e as apreensões ligadas à saúde; a falta de saneamento básico e de energia, desestimulam e danificam a imagem da Guiné-Bissau no exterior como destino turístico e, ainda, obstam o desenvolvimento desse país rico em recursos.

Um Paraíso banhado pelo oceano atlântico, com ilhas e ilhotas delirantes; com praias desertas, cachoeiras e florestas inexploradas; com árvores de espécies raras e valiosas; com bebidas e comidas típicas somente encontradas na Guiné. E sem citar centenas das mais lindas espécies de aves jamais vistas; animais raros, entre marinhos e mamíferos em extinção. Tudo isso faz da Guiné um verdadeiro paraíso que deixa muita saudade a quem um dia lá viveu.

Ex-província portuguesa que um dia foi sonho dos visitantes do ultramar, e um espaço seguro para viver e ter contactos com a natureza longe das grandes metrópoles. Era conhecida e classificada como terra de sol, banhada pelo oceano e possuidora das mais lindas praias, rodeadas de paz e amor. Em Portugal de então, para muitos portugueses, na época das férias, o sonho era conhecer a Guiné Portuguesa, a Guiné da UDIB, praça do império, mon de timba, Guiné de baloba de Sá, tropicana, pelicano, Guiné Cobiana djazz, Mama Djombo e patoma de Bandé, Guiné de N'Pinté, Nani, Ciro e Simon; Guiné de povo alegre e hospitaleiro.

Um País que um dia foi exemplo em África, mas que nos dias de hoje apenas é citado nos grandes encontros devido à instabilidade política e militar.

 A segurança e a estabilidade política passaram a ser pré-requisitos, dos mais importantes, para investidores e visitantes de todo o mundo.

Segundo uma pesquisa de 1994, 66% dos viajantes de lazer dizem que a criminalidade é um fator importante na escolha de um destino de férias, e 62% dos que cogitam fazer turismo internacional levam em conta fatores de segurança ao fazer suas escolhas (World Travel and Tourism Council, 1995), embora as estatísticas de viajantes que tiveram problemas de segurança sejam insignificantes, nas listas e manchetes de todo o mundo, comparadas com os problemas resultantes de acidentes comuns. Com o crescimento do turismo, a segurança se torna mais importante, e os turistas almejam por medidas de proteção nos transportes e locais de hospedagem, ao visitarem países estrangeiros.

Lembrando da resolução sobre a segurança e a proteção (A RES 177(VI), adotada em 1985, observando que os atos criminosos e de violência contra viajantes, turistas e as instalações turísticas representam um problema global. E condenando todo tipo de violência, ameaça de violência e todos os atos criminosos praticados contra viajantes, turistas e atividades turísticas, o estado deve tomar todas as medidas cabíveis contra aqueles que cometem tais atos criminosos e para salvaguarda dos viajantes, dos turistas e das instalações. Na Guiné-Bissau a ameaça de conflitos, assassinatos constantes, níveis crescentes de criminalidade e o narcotráfico, não apenas prejudicam o turismo no País, mas também, colocam países vizinhos em dificuldades políticas, promovendo um clima de insegurança e uma consequente contra-indicação de viagens de lazer a esses países.

Mas também há outros fatores que vêm preocupando cada vez mais os turistas que viajam para a Guiné-Bissau. São questões que se prendem com o saneamento básico, a saúde e a energia. Principalmente doenças, como a cólera e a malária nesta época chuvosa. E também os padrões de saneamento aplicados aos alimentos, águas e suprimentos médicos. Em alguns países é a ameaça global do vírus da AIDS que deixa os viajantes mais absorvidos e também com o comportamento humano e com as medidas preventivas praticadas nos locais de destino.

Segundo os dados divulgados na conferência Mundial das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento, realizada em Lisboa para discutir o turismo sustentável como fator de desenvolvimento, foi detectado que cerca de 49 países em desenvolvimento recebem menos de 1% do fluxo turístico do mundo e menos de 0,5% das receitas do turismo internacional, que é totalmente desigual.

O futuro próximo para a Guiné-Bissau, como região geradora de turismo emissivo, é semelhante ao da Somália. Situada no chamado chifre da África. O ponto mais oriente do continente, mais de dez anos de guerra civil entre clãs rivais, o país tem a constituição da República suspensa desde 1991; é considerada a nação com o maior número de subnutridos no mundo, 75% da população é subnutrida. Segundo um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidades para a Agricultura e Alimentação (FAO), o País tem 9,9 milhões de habitantes. A necessária estabilidade política e investimentos na educação nesses países podem ajudar no desenvolvimento e na melhoria da produtividade e eficiência, estimulando, assim, a economia local a criar interesse no turismo emissivo que pode gerar divisas para esses países.

Para minimizar os problemas na área do turismo na Guiné-Bissau só existe uma solução. Como a nossa coordenação no site CONTRIBUTO, tem o objetivo de ajudar o Ministério do Turismo a encontrar o melhor caminho a percorrer para solucionar os problemas na área do turismo no país, proponho que o Ministério do Turismo elabore um Programa Nacional de Turismo, com o objetivo de contribuir no processo de desenvolvimento e no mapeamento do setor de turismo no País. Com o intuito de promover a interface dos setores privado e público na articulação conjunta de ações que viabilizem o turismo como atividade econômica geradora do desenvolvimento, ações de incentivo a novos investimentos no setor, novas oportunidades de negócios para o País. Um Programa Nacional de Turismo (PNT), destinado a um segmento vital para importância do crescimento econômico e social, auto-sustentável para a indústria turística geradora de novas oportunidades de negócio e emprego, aumento da renda local, que estimula o investimento de capital estrangeiro e amplia a entrada de divisas estrangeiras no País. Possibilitando a criação de micro e pequenas empresas capazes de mobilizar mais de 50 outras atividades econômicas dos mais diversos setores produtivos e de serviços para o País.

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