AJOPRODEF - DENÚNCIA

 

 

De: AJOPRODEF Associação ajoprodef@gmail.com

Para: didinhocasimiro@gmail.com
               Data:16 de Maio de 2013

Assunto: DENÚNCIA DAS IRREGULARIDADES NA ADMINISTRAÇÃO DO SECTOR DE QUEBO

 

 

Pela Guiné-Bissau, pela justiça social,

 

Exmo. Senhor Casimiro,

 

Vimos por este meio denunciar factos criminosos praticados no Setor de Quebo, na pessoa da sua Administradora - Senhora Maria Fátima Machado Lopes, a qual se vem aproveitando da sua condição de governante para enriquecer ilicitamente, à custa de prejuízos causados aos cofres públicos, pelo gasto desonesto de fundos do erário público, praticando atos danosos para a população e apoderando-se do património público. Acresce a necessidade de dar conta a ocorrência de violações de direitos humanos pela mesma denunciada.

 

Cientes das dificuldades económicas e financeiras que o atual Governo da Guiné-Bissau encara, e tendo em especial atenção os esforços empreendidos para satisfazer as necessidades mais elementares dos Guineenses com poucos meios a sua disposição, bem como o dever de denunciar quaisquer práticas atentatórias dos direitos humanos, impunha-se a presente exposição, subscrita pelos cidadãos constantes da lista anexa, passando-se agora a narrar os factos que a fundamentam.

 

I – factos RELACIONADOS COM A APROPRIAÇÃO E GESTÃO DANOSA DE FUNDOS

 

Os actos praticados pela Senhora Maria Fátima Machado Lopes, Administradora de Sector de Quebo, no exercício da sua função politica e as respetivas responsabilidade pelos danos decorrentes desse exercício resultam de que:

 

a)      Desde a sua nomeação até à presente data nenhuma atividade ou projeto em prol do bem público foi concebido ou levado a cabo pela Administração em causa.

 

b)      Com pagamento de montantes exorbitantes provenientes do erário público, a Senhora  Maria Fátima Machado Lopes tem vindo a contratar músicos e organizar jantares de gala, fazendo uma gestão danosa de fundos que poderiam servir, nomeadamente, para a reabilitação do mercado local, pintura do Centro Hospitalar de Quebo, entre outros, com muito maior utilidade e pertinência para os destinatários do serviço público.

 

c)      A Sr.ª Administradora vem movimentando elevadas somas do dinheiro, provenientes de receitas resultantes da concessão de licenças de exploração de pedra da área do Saltinho, à empresa AREZKI, bem como se tem aproveitado de alguns Projectos e/ou das ONG's existentes/implementadas no Setor de Quebo, utilizando os seus meios e recursos para o uso pessoal.

 

Perante a administração danosa, desvio de fundos públicos, falta de noção de Estado, de criatividade, de responsabilidade, de ética política, de caráter e de postura, especialmente exigidos a pessoa de Estado e de bem, os factos narrados assumem particular relevância.

 

Efetivamente, mesmo quando a população local toma algum tipo de iniciativa em prol do bem comum, a Sr.ª Administradora não só não apoia como, pelo contrário, se apodera dos recursos mobilizados pelos cidadãos; a título de exemplo, refere-se o que sucedeu aquando da cerimónia de tomada de posse do recém eleito Presidente da Federação de Futebol do Setor de Quebo, no âmbito da qual a governante se terá apoderado de uma quantia de dinheiro não apurada mas relevante, angariada através de um peditório dos jovens, destinado a apoiar os trabalhos da comissão organizadora. Após a tomada de posse, veio mesmo a Sr. Administradora a tentar que o referido Presidente assinasse um documento relativo a um pretenso gasto que ela teria tido, algo que o Presidente recusou de imediato. Apurou-se que esse documento seria posteriormente enviado para o superior hierárquico da governante a fim de justificar o desvio de fundos.

 

II – factos RELACIONADOS COM A VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

 

As notícias que dão de práticas que consubstanciam violações de direitos humanos levadas a cabo pela denunciada assentam, no essencial, nos seguinte aspetos:

 

a)      A Sr.ª Administradora terá tomado a seu cargo uma menina (não citamos o nome da menina por questões da privacidade), transformando-a numa viciada em álcool e permitindo que o seu filho faça desta uma escrava sexual.

 

b)      De uma forma voluntária, deliberada, racional e consciente, a Governante tem pautado pela via da violência verbal e emprego de agressividade com fins destrutivos perante os cidadãos do Setor;

 

c)      Cria conflitos e confusão, promovendo o incentivo à impunidade, à corrupção e ao tratamento discriminatório da população, desprezando a vontade dos cidadãos.

 

Algumas práticas da denunciada revestem, de certa forma, a natureza de bullying, face à agressividade, intencional e repetitiva, contra a população local (mais fracos), causando angústia e sofrimento.

 

Os supracitados atos intensificam a crise moral, fragilizando a coesão social e a autoridade das instituições responsáveis pelo controle social.

 

Os comportamentos violentos evidenciados e que caracterizam a sua administração, ferem todas as sensibilidades dos que integram o Setor, representando fonte de enorme preocupação.  

 

É notória a atitude irónica adotada, arrogante, caracterizada por um gesticular desrespeitoso, ofensivo, humilhante e desmoralizador. Isto gera revolta, conflito e atritos nos nossos relacionamentos interpessoais.

 

CONCLUSÃO

 

Confrontado com essa situação, e na tentativa de desembaraçar a questão, os autores desta exposição tentaram por várias vezes estabelecer contato com a Administradora, por meio de diálogo franco, aberto e construtivo, mas todas as tentativas resultaram infrutíferas. Em todas essas tentativas resultou evidente que a mesma ataca as pessoas e não os problemas. 

 

Perante as humilhações e frustrações severas que nos impôs, buscando na autoridade formal fundamento para o excesso de autoritarismo, restringindo as possibilidades de diálogo e negociação, a situação exige uma atitude rápida e enérgica por parte de Suas Excelências. Senhor Dr. Batista Té, Ministro da Administração do Território e Poder Local e de Senhor Dr. Ibraima Djalo, Secretário de Estado do Comércio, Industria e Valorização de Produtos Locais; este último porque ela pertence o CNA partido do Dr. Ibraima Djalo.

 

Para nós, é bom que os atos que ofendem as regras da salutar paz social não sejam tolerados, porquanto que a fragilizam.  

 

Face ao exposto, pedimos a imediata substituição da Senhora Maria Fátima Machado Lopes à frente da Administração do Setor de Quebo.

 

Agradecendo antecipadamente a atenção e publicação desta denuncia, subscrevem, adiante, com a mais elevada estima e respeito.

 

Atenciosamente,

 

Representantes de Grupo de Cidadãos Preocupados do Setor de Quebo

 

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