A JUVENTUDE, VÍTIMA INOCENTE
Por: Bacar Queta *
São Paulo, 17 de Março de 2009
Nha mantenha à juventude guineense!
Na verdade não somos culpados de pertencer a um Estado que cresce quando o sol desce. Pelo uso da força a injustiça foi institucionalizada no país, ao ponto de estar a destruir as virtudes de um povo digno e honesto que outrora sempre foi bem referenciado em todo o mundo.
Todo o filho espera e recebe dos seus pais boas coisas, por exemplo, boa vida, educação, saúde, etc., mas nós esperando isso, recebemos logo guerra, fome, analfabetismo e agora sem vergonha na cara trouxeram a Droga, num momento em que os imperativos da globalização exigem Democracia, Formação, Desenvolvimento Tecnológico. Como é possível oferecer DROGA a uma juventude já vitimada pela corrupção e carecendo de boa educação, saúde...?
Uma coisa nos deixa feliz, não obstante termos nascido neste inferno: conseguimos nos libertar, através do processo de associativismo, das trevas da ignorância com que fomos amaldiçoados. Porque percebemos muito cedo que o mundo precisa de um novo modelo de reflexão que favoreça a afirmação dos Direitos Humanos.
É uma vergonha ver nas manchetes internacionais o País a ser chamado de narco-Estado porque grande número de oficiais militares e dirigentes políticos estão implicados irresponsavelmente neste negocio de veneno para consciência humana. Talvez não se sintam culpados porque entendem que a vida é feita só de propaganda de matchundadi com dinheiros ilícitos, festas e falsos discursos políticos. Até hoje esses mutantes continuam a ser ministros e deputados deste povo que está saturado de assistir às imoralidades vergonhosas dos seus dirigentes.
Irmãos jovens!
Não é por acaso que figuramos no primeiro parágrafo dos discursos desses mutantes, dizendo que somos a força motriz do desenvolvimento. Sim, é verdade, senão vejamos: todos os processos de democratização têm sido conduzidos pela nossa força de vontade neste nosso País. Vamos cobrar desses indivíduos a devolução da nossa honra enquanto geração digna e inocente desse males, isto é, exigindo que as Forças Armadas e as Forças de Segurança sejam reformadas e que os traficantes sejam julgados. Para que isso aconteça, meus irmãos, é preciso que continuemos a eleger a formação como primeira prioridade e aproximarmo-nos da atividade política, concorrendo para os cargos de deputados da nação como forma de fazer valer as nossas aspirações e combater severamente as imoralidades, corrupções praticadas nas instituições do Estado. Já entendemos que ficar só no mundo do associativismo reclamando a má prestação do serviço público dos nossos desatualizados dirigentes não trará nenhum resultado, porque isso já criou neles a cultura da ociosidade e a infecção cerebral que os impede de pensar positivo, leva-os à ganância e à ambição de viver sempre no poder.
É chegada a nossa hora, temos que nos libertar de verdade deste pecado, seguindo inteligentemente os ideais do nosso líder imortal Amilcar Cabral, e assim, construir a nação pensada por ele e convencer ao mundo de que somos na verdade um povo honesto, pacífico, trabalhador e que a nossa imagem foi sujada por um pequeno grupo de pessoas sem virtude, dignidade e espírito de construção da paz e desenvolvimento.
Apelo a todos que sejamos sempre otimistas e que saibamos enfrentar com inteligência a nova conjuntura que requer de nós (jovens) uma participação efetiva e eficaz na vida política.
Acreditemos na mudança pela positiva,
E oremos todos para que DEUS nos dê mais força espiritual, intelectual e a razão da vitória!
* Guineense, Presidente do FACOLSIDA, Intercâmbista do Programa de Direitos Humanos da Conectas em São Paulo, Brasil
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