ALGUÉM FALOU EM JUSTIÇA?!
Fernando Casimiro (Didinho) 01.03.2011
Falar,
exigir Justiça, nem sempre é sinónimo de se ser JUSTO!
Queremos que a Justiça funcione na Guiné-Bissau, mas Justiça para todos e não a Justiça instrumento de Injustiça, com base na parcialidade, ou seja, de dois pesos e duas medidas. A Guiné-Bissau precisa de mudanças, positivas, obviamente, e há muito que reclamamos por elas, contribuindo à nossa maneira, com base nos princípios éticos e morais universais, para que essas mudanças que o país e a sociedade precisam, se materializem no dia-a-dia, mês a mês, ano após ano, pois nenhuma mudança de grande envergadura, tal como a da mentalidade, por exemplo, se faz num dia. Reclamar Justiça para exigir responsabilidades pelos assassinatos ocorridos em Março e Junho de 2009, é aceitável e compreensível. Porém, omitir as barbaridades contra as populações, entre assassinatos, detenções arbitrárias, torturas, perseguições, usurpações, etc., etc., assim como acções lesivas ao Estado, por parte dos que foram assassinados em Março e Junho de 2009, é, no mínimo, uma ofensa à Justiça e ao povo guineense! Haja imparcialidade, exija-se Justiça, mas Justiça para todos, mesmo que seja para dar conta que no regime tal, fulano de tal matou ou mandou matar, por ser/ter poder! Estaremos solidários e de acordo com todos aqueles que hoje reclamam por Justiça, pelos assassinatos ocorridos em Março e Junho de 2009, desde que eles reconheçam, condenem e repudiem as barbáries cometidas directa ou indirectamente pelos seus familiares e amigos assassinados em Março e Junho de 2009, de forma a pautarem-se pela imparcialidade, factor essencial na sustentação da Justiça! Há milhares de pessoas cujos familiares foram vítimas das barbáries dos que hoje são tomados como vítimas apenas, omitindo-se as suas acções bárbaras contra o povo e a República. Será que esses milhares de cidadãos não merecem consideração e Justiça?! Os guineenses não devem aceitar que por causa de uns, que prejudicaram sempre o país, se ponha em causa a Paz e a Estabilidade de todos, ou seja, o bem comum! Deve-se fazer Justiça, sim, mas sem pôr em causa as instituições da República, já que o que muitos continuam a desejar, é o derrube de um governo eleito. A Guiné-Bissau, felizmente, nos tempos que correm, não tem um Presidente da República a quem se possa rotular de ditador, independentemente de concordarmos ou discordarmos com a sua postura. O Governo, independentemente do seu Chefe, é, no seu todo, um órgão de soberania, por isso, mesmo que se venha a concluir judicialmente que o Primeiro-Ministro esteve directa ou indirectamente implicado nos acontecimentos de Março e Junho de 2009, não se deve derrubar o Governo, mas sim, avançar-se com uma acção judicial contra a pessoa do Primeiro-Ministro. Sejamos razoáveis quando exigimos Justiça, para não sermos injustos com todos os injustiçados dos vários regimes que governaram a Guiné-Bissau ao longo dos anos e, muito menos, para fragilizarmos ainda mais as instituições da República!
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!
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