ALGUÉM FALOU EM VITÓRIA?

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

30.09.2012

Fernando Casimiro (Didinho)Os governantes depostos deviam ser mais realistas, mais comedidos (porquanto serem também responsáveis pelo esticar de corda que provocou a ruptura constitucional), mais construtivos e mais focados na salvaguarda do interesse nacional, promovendo, nos seus discursos, o Diálogo, a Inclusão, a Paz e a Reconciliação, como alicerces indispensáveis à Unidade Nacional e à construção da Nação guineense, ao invés de se refugiarem, persistentemente, num discurso centrado numa legitimidade que perderam, com a quebra de confiança institucional que provocou a ruptura constitucional e descambou em golpe de Estado.

Deviam, igualmente, deixar de promover, directa ou indirectamente (em função da conjuntura) divisão e recalcamentos visando a instabilidade social no país. Nesta matéria, não posso deixar de reconhecer, satisfatoriamente, a postura, quer do Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, quer do Primeiro-ministro de Transição, Rui Duarte Barros!

Custa a acreditar que, perante uma crise política que tem prejudicado o país e, consequentemente, o povo guineense, alguém cante vitória de ter sido a sua comitiva e não a dos "outros", que foi credenciada na 67ª Assembleia Geral da ONU, como se isso significasse uma vitória para o país e para o povo guineense...

Desde o "exílio" de Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, em Portugal, quem tem sido levado ao colo pela CPLP, como se fosse o símbolo máximo da República, quiçá, das autoridades depostas pelo golpe de Estado?

Por que razão se deu sempre mais ênfase a Carlos Gomes Júnior, que já nem sequer era Primeiro-ministro aquando do golpe de Estado, em detrimento de Raimundo Pereira, ele sim, Presidente da República interino deposto?

Nos preparativos para a 67ª Assembleia Geral da ONU, quem era dado, a nível das movimentações e concertações lusófonas, como potencial orador em nome da Guiné-Bissau, senão Carlos Gomes Júnior?

Quando deram conta de que, falharam e que Carlos Gomes Júnior não seria considerado, por não ser o ex- Presidente da República interino deposto, então, decidiram lançar Raimundo Pereira ao barulho.

Raimundo Pereira, que sabe perfeitamente que é um instrumentalizado, lá se decidiu a servir, uma vez mais, o "patrão" dos patrões, para vir cantar vitória, quando foi simplesmente ignorado e desautorizado a discursar!

Raimundo Pereira nas duas ocasiões que esteve como Presidente da República interino, pactuou com uma série de violações constitucionais, por parte do Governo chefiado por Carlos Gomes Júnior (é por isso que o considero um criminoso) concretamente a nível das garantias, direitos e liberdades dos cidadãos, pois esteve sempre como subalterno de Carlos Gomes Júnior, seu "patrão" ainda que, fosse ele Raimundo Pereira, por via constitucional, o Presidente da República interino.

Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, que continuam a sonhar com o regresso ao poder na Guiné-Bissau, saem desmotivados e humilhados da 67ª Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, de regresso a Lisboa, Portugal...enquanto Manuel Serifo Nhamadjo regressa à Guiné-Bissau, com o apoio declarado do governo dos Estados Unidos ao processo de transição em curso, o que, implicitamente, é um reconhecimento das autoridades americanas ao governo de transição da Guiné-Bissau. No contexto actual, quem tem o apoio dos Estados Unidos...


Se alguém que se diz, ou se considera legítimo representante/governante do país, na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (por ter sido credenciado, através de uma  formalidade protocolar, consequente, entre outros, da ineficácia da exoneração do embaixador da Guiné-Bissau, junto da ONU e da sua substituição pelo novo embaixador designado pelas autoridades de transição) considera a sua "representação" de uma vitória, quando, contrariamente ao que estava agendado e tinha sido anunciado, com "pompa e circunstância" pelo Secretário-Executivo da CPLP..., foi ignorado e, por assim dizer, o seu discurso inviabilizado na plenária da Assembleia Geral da ONU, então, devemos rever os conceitos de "legítimo" e de  "vitória"... pois, se todos os representantes, considerados realmente legítimos puderam discursar, por que razão os "legítimos" da Guiné-Bissau não tiveram esse direito...?!

Por favor, tenham mais respeito e consideração para com o intelecto das pessoas em geral e, dos guineenses em particular... Didinho 30.09.2012


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