ALGUMAS CONSTATAÇÕES PERTINENTES

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

08.01.2014

Fernando Casimiro (Didinho)Perdeu-se muito tempo, prejudicando a Guiné-Bissau e os guineenses, com a teimosia da "tolerância zero" aos golpes de Estado, para, nos dias que correm, ouvirmos governantes de países e organizações que "juraram" nunca reconhecer as autoridades de transição no pós-golpe de Estado, reconhecerem, ainda que, implicitamente, essas mesmas autoridades, ao fazerem fé na retoma da normalidade constitucional, com a organização e realização das eleições presidenciais e legislativas agendadas para 16 de Março próximo e, se alguém tivesse dúvidas, pelas mesmas autoridades de transição desprezadas desde que empossadas...

Até o ex-primeiro-ministro e candidato ilegal às eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012 fez questão de se recensear, em Cabo-Verde (onde, pelos vistos, fixou residência), gesto que legitima e de que maneira, as autoridades de transição da Guiné-Bissau.

Para quem dizia não reconhecer as autoridades de transição, faz sentido haver eleições na Guiné-Bissau, quando, supostamente, não há autoridades "legitimadas" com competência para organizar e realizar eleições que, uma vez realizadas e consideradas em conformidade, legitimam as próximas autoridades da Guiné-Bissau?

Afinal, perdeu-se tanto tempo, com teimosias sustentadas por interesses e conveniências de uns e de outros, menos da Guiné-Bissau e do povo guineense!

Afinal, quem tinha razão/visão, ainda que todos condenássemos o golpe de Estado?

Seriam aqueles que exigiam o retorno ao poder das autoridades depostas, sem nenhuma outra alternativa a bem de uma saída da crise instalada?

Ou seriam aqueles que, por força do realismo circunstancial e conhecimento de causa, constataram desde logo que o golpe de Estado era um facto consumado e, por isso, a solução seria necessariamente outra (que não a promoção do retorno ao poder do regime deposto), que proporcionasse em tempo útil/oportuno, a retoma da normalidade constitucional, através da organização e realização de eleições, depois de um período e de um processo de transição política?

Perdemos muito tempo, para só agora se estar a falar em eleições e na retoma da normalidade constitucional, omitindo a "tolerância zero" a golpes de Estado... Ainda bem que conseguimos evitar uma guerra na Guiné-Bissau. Trabalhamos muito para que as "tempestades", todas as tempestades se abrandassem/acalmassem. Hoje, damos graças a Deus, seja Ele quem for; Deus, seja Ele qual for, para cada Homem ou Mulher, de Fé, que entre orações/preces, rogou ao seu Ser Superior que abençoasse a Guiné-Bissau, livrando-a da guerra!

Quase dois anos depois (e numa altura em que foram anunciados relatórios de estudos sustentados sobre potencialidades petrolíferas da Guiné-Bissau que superam as expectativas iniciais, certamente, razão principal de todas as disputas de posicionamento no pós-golpe de Estado de 12 de Abril de 2012) eles aí estão, a fazerem-se ao "bolo"... de forma sorrateira, entre governantes de países que não queriam saber das autoridades de transição da Guiné-Bissau para nada, e organizações várias, incluindo uma, a CPLP da qual a Guiné-Bissau Estado-Membro, Fundador e de Pleno Direito, foi excluída ilegalmente (desprezada/humilhada até) de todas as participações na Comunidade, desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

E agora que a CPLP até já nomeou um representante para a Guiné-Bissau, e que viajará brevemente para lá... como explicar aos guineenses a suposta convicção da organização e dos seus Estados-Membros, relativamente à "tolerância-zero" aos golpes de Estado?

Passamos todos a ser  "golpistas" por, finalmente, conseguirmos ver onde está a solução, ao menos, para a retoma da normalidade constitucional e democrática?

Ainda bem que o tempo é o Juiz Supremo de todos os "juízes" e, juízos...!

Aos jovens do meu país, sobretudo, aconselho a não abrirem mãos da Guiné-Bissau de todos nós. Defendam-na, cuidem dela, projectem-na e façam-na afirmar-se no Mundo. A minha geração (bem assim, as que antecederam a minha) continuará a fazer o que for possível fazer, mas o tempo não perdoa... O vosso futuro, o futuro de todo o nosso povo, está, garantidamente, na nossa Terra-Mãe, a Guiné-Bissau e, nas vossas "mãos e cabeças"!

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

MAPA DA GUINÉ-BISSAU


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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