A MAIOR E A PRINCIPAL RIQUEZA DA GUINÉ-BISSAU SÃO OS GUINEENSES!

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

12.12.2009

Fernando Casimiro (Didinho)É bom que se tenha em conta e se diga aos guineenses que, mesmo confirmando a existência de petróleo, bauxite e fosfatos no país, a maior e a principal riqueza da Guiné-Bissau, são os guineenses!

Compreendo, mas não alinho na euforia que se está a criar em torno da existência do petróleo, bauxite e fosfatos na Guiné-Bissau!

Diria até que parece estarmos em presença duma campanha propagandística de "salvação" de um Governo em declínio face aos reais problemas do país, concretamente a nível das relações institucionais e que comprometem a imagem do Governo e particularmente do Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.

Que riqueza pode ou deve merece maior e melhor referência do que os recursos humanos de um país?

A Guiné tem petróleo, bauxite e fosfatos?

Óptimo!

Quem vai explorar tudo isso, já que não temos meios humanos, materiais e financeiros para o fazermos?!

Onde estão as infra-estruturas para se explorar tudo isso?

É aqui que começa o primeiro grande problema. Vamos entregar tudo a empresas estrangeiras  (mesmo tendo uma ou outra nacional a elas associadas, o Primeiro-ministro estará bem representado, como empresário e com as suas empresas obviamente).

Estas riquezas ora anunciadas, para serem exploradas e comercializadas necessitam de um enorme investimento inicial e o nosso país não tem infra-estruturas de base para actividades de apoio à extração de fosfatos e bauxite, o que irá requerer muito investimento dos potenciais investidores.

Seremos obrigados a entregar tudo aos outros, isto é, se os outros acharem que os grandes investimentos necessários serão compensados com grandes lucros. Ficaremos, como sempre, à espera das esmolinhas resultantes das contrapartidas acordadas, caso contrário...não vejo nenhuma empresa estrangeira a interessar-se por algo que existe no nosso território, mas que circunstancialmente, não podemos dizer que é nosso...

Resumindo: o que se está a anunciar sobre o petróleo, fosfatos e bauxite não é, garantidamente, a descoberta de nenhuma árvore das patacas na Guiné-Bissau.

Por outro lado, qualquer um sabe que na maioria dos países de África e da América Latina, onde há petróleo, também há, garantidamente, das maiores desigualdades sociais; numa referência material, entre a riqueza e a pobreza, conclui-se que há sempre, de um lado, um pequeno grupo dado ao poder, que "gere"  os milhões das contrapartidas do negócio do petróleo e, do outro, a maioria da população que chega a viver com apenas o equivalente a 1 dólar por dia...

Vejamos os exemplos de Angola e do Brasil... A maioria das populações destes dois países, considerados dos mais ricos a nível dos recursos naturais, vive na pobreza. As desigualdades sociais são tão evidentes que não se pode deixar de questionar: afinal, a quem serve a riqueza natural dos países, se não é utilizada em benefício dos seus povos?!

Apostemos sim, nos nossos recursos humanos, acompanhando a evolução tecnológica mundial que está a desenvolver todos os esforços para encontrar alternativas ao petróleo. A era do petróleo barato já lá vai e os países mais industrializados do planeta não têm dúvidas sobre esta realidade e por isso, têm financiado os seus programas de pesquisa e inovação na área energética para que novos produtos venham reduzir a dependência ao petróleo.

As energias renováveis já aí estão!

Se levarmos em conta que estas iniciativas, nos países industrializados, são acompanhadas de formação técnico-profissional e enriquecimento de capacidades das populações, não será nenhuma surpresa se daqui a alguns (poucos) anos África e a América Latina passarem a ser clientes das energias renováveis produzidas no mundo ocidental, bem como de toda a mão-de-obra necessária para o acompanhamento das múltiplas inovações a todos os níveis, que a alternativa ao petróleo impõe, continuando assim na eterna dependência que as riquezas naturais  (não foram) não são capazes de inverter...

Para que amanhã não se culpe nenhum tipo de colonialismo e possamos gerir o património das nossas riquezas naturais, há que, numa única frase:

Investir nos recursos humanos, apoiando a Educação, base de todo o desenvolvimento, acautelando a Saúde das populações e criando empregos!

Vamos continuar a trabalhar!

 

Guiné-Bissau

Primeiro-ministro divulga "importantes reservas" do bauxite, fosfatos e petróleo no país

LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
 
12 Dezembro 09
 

Bissau, 12 Dez (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje que o país possui "importantes reservas" do bauxite, fosfatos e petróleo e que conta com o sector privado local e dos países lusófonos para promover a economia.

O primeiro-ministro guineense fez este anúncio no seu discurso de abertura da Semana de Negócios da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) que hoje começou em Bissau.

Ao apresentar as potencialidades de negócios na Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior declarou que, além da vantagem de pertencer aos mercados sub-regionais africanos, com cerca de 300 milhões de potenciais consumidores, o país possui as suas próprias potencialidades.

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