09.02.2012 Os nossos receios apontam para um esconderijo dentro de cada um, uma fronteira emocional com medidas pessoais e únicas, cada caso é e só pode ser um e pessoal, este espaço não conhece ninguém e não reconhece réplicas ou simples cópias, somos naquilo que não se aponta, sentimos, porque nunca chega a distanciar-se de si próprio, de nada e nem de ninguém para ser apontado como algo fora de nós, na implosão cada um tem o seu mato virgem, neste aspecto há o lugar da alma sem corpo físico, apenas simbólico e mental, isto somos nós quando receamos, quando agarramos a esperança, quando acreditamos no futuro, quando sentimos a alma renovada, acrescenta-se-nos mais qualquer coisa, ao milímetro sequer já o sentimos no peso real, um sinal mais com peso que ocupa lugar invisível, como no amor, isto é, como objecto interno fazendo parte do que amamos e guardamos, protegemos, que fica enterrada na consciência de si e de mais ninguém, esta é uma versão, mais uma a favor do que é único e pessoal em cada um de nós. A esperança renovada é acrescentar a aquela que já existe, na primeira pessoa mais uma, adiando assim um estado emocional que persiste, uma derrota anunciada por exemplo, é reorganizarmos para manter de pé os nossos firmes propósitos de lutadores incansáveis, persistentes, realista e convicto naquilo que jamais transfere para depender de ninguém, a sua felicidade, a luta pela vida com dignidade, o direito natural de permanecer igual a si próprio.
Resistir à mudança de um só rosto, pela preferência de máscaras, pelo rótulo, pelo estigma, não dá, vale a pena resistir quando a convicção é dura e madura, vale a pena ser musgo e sobreviver na pedra, no rochedo ou na areia do deserto, porque nem só do pão vive o Homem, porque nem tudo tem um preço, porque nem todos nós somos feitos de desesperança, desamor, desumanidades, desencantos, desmotivados, desconsolados, desrespeitados, despreparados de quase tudo, desconcentrados do essencial, desproporcionados na sua própria imagem pessoal, porque nem todos esquece a sua árvore plantada muito antes da nossa existência física, antes do desejo hoje sentido e para continuar, antes dos primeiros morrerem nisto, fomos criados num sofrimento com rosto, um sofrimento com objectivos políticos e social que muitos defenderam de peito aberto sem medo das balas, conquistando com derramamento de sangue a nossa liberdade, a dignidade, o amor com sentido de responsabilidade social e humanamente possível sem destruir a nossa essência, por isso não se confunde diante dos nossos olhos aqueles oportunistas, gente com poder de camaleão, lobos com pele de cordeiro, travestis do sistema social da elite vigente com fim anunciado, já a apodrecer por baixo do pano com cores desgastados de ilusão que afinal se transformou na insónia crónica para todos esses, os da não-esperança, que receosos preferem depender duma corrente negativa do sistema, manter duas versões de subserviência permanentes, uma máscara para sair à rua e outra para dentro de casa e, talvez ainda mais outra para a hora do lobo, na calada da noite conseguir outra versão de desesperança, é triste mas não mata, antes assim porque se não morria muita gente, não sei francamente o que seria melhor.
Um Homem, uma ideologia, um Partido, um único norte como meta, perante um problema social não resulta nunca como solução para nada, quando não há consciência que reúna uma união de forças vivas da acção e desenvolvimento social reconhecidas, porque as dificuldades são muitas, e o "aparelho" funciona menos bem do que seria mais justo conseguir, mas muito doente continua e sem que esteja claro para todos o diagnóstico da situação, porque a precisar de um sistema justo de valores humanos e institucionais acautelados como prioridade todo ele montado em bases ou plataformas reais que ofereçam segurança, liberdade e justiça, a partir das realidades das necessidades concretas do povo, escolhermos um ponto de partida e descer ao nível das nossas condições humanas reais ou primárias de um povo como o nosso, como nós, precisamos então de estabelecer etapa por etapa uma trajectória realista, sem contudo menosprezar um ideal de futuro como meta a atingir que deve ser claro para todos no mesmo barco.
Esta responsabilidade é de todos nós, Guineenses, o de sermos felizes na nossa Terra, não podemos colocar ao lado e adiar, dentro e fora do país esta responsabilidade de sermos nós próprios a construir a nossa felicidade, porque embora pareça que não, às vezes muito daquilo que vemos longe da terra, parecendo sem importância por não estar plantado em terra firme dos nossos avós, atenção porque pode ser mentira que assim seja, tudo ou quase tudo há-de ser transferido física e mentalmente, de acordo com o valor em questão, de acordo com o peso e medida, de acordo com a perspectiva que quisermos compreender e ver aspectos diferenciais do mesmo, de acordo com o que é nosso ou de todos nós, acredite.
Distanciarmos do objecto de dificuldade e preferir escolher um para apontar "culpados" não me parece minimamente razoável quando se tratar de uma dificuldade social, cultural ou organizacional. Inventar, escolher, arranjar um culpado seria o mais fácil, mas, menos justa para quem naturalmente quer ver as coisas numa perspectiva melhorada, renovada e com pernas para andar, independentemente do ritmo, a curto médio ou longo prazo de desenvolvimento possível no terreno.
Muito tempo perdemos a arranjar um único culpado para apontar, inconscientemente, estamos a permitir somente a sobrevivência das moscas, parasitas da elite desta espécie que só sobrevive poisados na “massa folheada” ainda sem ou com recheio, são os “poetas” da festa, gente que tem sabido imitar todas as vozes, mas, que não tem voz própria, nunca por preferirem mascarar daquilo que está a dar na politica e não só, do que é moda, do que é poder e a sua exploração sem dó nem piedade daquele Povo humilde e longamente sóbrio e maternal, porque nunca permitiu amputação de nenhum dos seus filhos, mas que pena, querendo todos no mesmo saco, mesmos os criminosos, psicopatas, perversos, corruptos, “prostitutos” dispostos a venderem não o próprio corpo mas a Mãe-Terra, tudo que seja filho independentemente da sua condição física ou mental, mantém no seu colo grande e não permite descriminação, mas, parece que arranjou-se alternativa sem a Mãe saber, entre os irmãos, temos que fazer uma pequena justiça, darmos puxões forte de orelha aos nossos malandros de família, os “espertinhos” que embora sendo da mesma família, parece que querem identificações de elite projectados a monstros, não, não podemos permitir isso, vamos ajudá-los a serem determinados e a recuperar, a preferirem verdadeira imagem e carácter do Guineense, a de honestidade, solidariedade, a ser capaz sem matar e roubar, ser forte, trabalhador, lutador de causas difíceis e de uma cultura de protecção do pedaço de Terra-Mãe que Deus lhe deu, o verdadeiro perfil adequado do estado de desenvolvimento e maturidade do bom filho do Povo (Guineense), queremos institucionalizar.
Precisamos de um todo global feito de muitas partes para descobrirmos os caminhos certos ou acertados há muito desejados, o mais depressa possível, não de um todo para separar, desunir, para descobrir culpados, sem contudo reconhecermos as suas equipas ou “massa” associativa exploradora e corrupta, que nunca souberam doutras guerras que não as guerras pelo poder, obcecados por um posicionamento nos lugares públicos de fora de jogo, cometendo faltas de cartão vermelho, faltas de expulsão da prática da modalidade, pois não há tempo, precisamos de novo árbitro, mais justo, de uma escola de vida diferente, precisamos de outra pedagogia que não esta do medo, do crime, vida facilitada, da perversão, da alienação de valores económicos, cultural e social do País, precisamos de mudar, é urgente mudar e experimentar outras temperaturas emocionais, reflexo de outras políticas mais justas e transparentes, temos em vista uma sociedade transparente, porque a mais justa, com certeza, só.
Ninguém vive duzentos anos, vamos tratar de vida, quando morremos deixamos tudo, inclusive o próprio corpo habituado a alma, apenas ela e só ela, a alma sobe como um fluido e distancia-se para elevação ao Pai do Céu, acredito.
Sou daqueles que acredita que qualquer herança deixada por quem partiu, apenas fica ou ficou, porque “NÃO O CONSEGUIU LEVAR”, porque a passagem é muito estreita, nem o próprio corpo passa, só mesmo a alma, por isso sendo obrigatório deixar tudo aqui na terra antes do sono eterno, então pergunto para que serve toda a ganância, todo o roubo que assistimos, toda a pressa para chegar tão alto que CHEGA-SE A CAMINHAR COM OS PÉS A UM PALMO DO CHÃO, eis a questão que vos deixo camaradas, vale a pena pensarmos isto...
Abraço Guineense.
Filomeno Pina. ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS AOS DIVERSOS ARTIGOS DO NÔ DJUNTA MON
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