Um
Partido político que não respeita os direitos dos seus militantes, entre a
liberdade de pensamento e de expressão e que não aceita conviver com as
diferenças no seu seio, é simplesmente um Partido fora do contexto da
democracia.
Há que revolucionar
os Partidos políticos, pela positiva, e isso, cabe aos seus militantes!
Em
2012 haverá eleições legislativas na Guiné-Bissau, caso se cumpram as normas
constitucionais que estipulam a realização de eleições legislativas de 4 em 4
anos.
Será que os Partidos políticos na Guiné-Bissau, com ou sem assento parlamentar,
trabalham diariamente no sentido de se prepararem para o compromisso com o
eleitorado e, por assim dizer, para com o país?
Por onde andam os Partidos políticos, que deles, só se
ouve falar aquando da marcação da data das eleições e por via disso, durante a
campanha eleitoral?
Repare-se que mesmo do PAIGC, Partido no poder, nada
se sabe, nada se ouve dizer das suas actividades partidárias, transformado que foi, numa
"entidade política de gestão empresarial" pertença do seu Presidente e actual
Primeiro-ministro, que condiciona toda a actividade político-partidária à sua
conveniência e aos seus interesses pessoais, onde o negócio, através do poder do
dinheiro, lhe vai garantindo o poder político-partidário e, por consequência, o
poder a nível do Estado.
Os deputados do partido no poder, mas também os
da oposição, pouco ou nada têm feito no sentido de cumprir com a missão de
fiscalização governativa, na qualidade de dignos representantes do povo, eleitos
para esse fim.
A boa governação não se consegue apenas com a actuação do Governo!
Sem a participação activa e consciente;
comprometida, séria, crítica, exigente e responsável dos deputados, não há
espaço para um verdadeiro debate de ideias, visando a discussão e viabilização
de propostas de âmbito nacional e no interesse dos cidadãos.
Para quando a boa vontade dos deputados, visando
o cumprimento das suas obrigações, efectuar visitas constantes às instituições
do Estado, constatar no terreno o estado das coisas, dialogar com as populações,
com os técnicos, fazer levantamentos, para depois levarem ao debate na
Assembleia?
O local de trabalho de um deputado não é apenas
a sede da Assembleia Nacional Popular. O deputado trabalha para as populações do
circulo eleitoral que o elegeu e, em consequência, de uma forma global, para
todo o povo do país que representa!
Será que os deputados que se concentram na
Assembleia Nacional Popular, eleitos pelos círculos eleitorais a que pertencem
têm levado a debate e discussão assuntos de interesses das populações desses
círculos eleitorais?
O que se discute na Assembleia Nacional Popular
da Guiné-Bissau de tão importante e actual, que impede a confrontação de ideias
sobre o Estado da Nação, tal é o estado de "ameaça pública" - à vista de
todos - em que se encontra o país no seu todo?
O que impede que se discuta e se confronte o
Governo com os problemas crónicos na Saúde, na Educação, na Justiça, no Emprego,
na Habitação, nos Transportes e Infra-Estruturas, no Turismo, na Agricultura,
nas Pescas, na Segurança das populações, na Energia e Águas, no Saneamento
Básico etc., visando obter respostas, soluções consensuais e sustentáveis no
intuito de se ultrapassar esses problemas?
Sem um levantamento das necessidades do país
para cada sector de desenvolvimento socioeconómico e político, continuaremos a
ter Governos com Programas de Governação irrealistas, o que, consequentemente,
terá reflexos na elaboração (desenquadrada) do Orçamento-Geral do Estado.
O que é feito do Partido da Renovação Social - PRS,
outra entidade política "privada",
que nem sequer se assume, condignamente, como o maior Partido da oposição?
Para quando o despertar dos Partidos políticos
sobre a necessidade de se valorizarem (se realmente quiserem oferecer melhores
opções ao eleitorado e ao país), renovando as suas estruturas humanas com
pessoas capazes, até porque, abundam no país e na diáspora, jovens quadros com
altos estudos e graus em Ciências Políticas e outros?
Para quando o despertar dos Partidos políticos
para a necessidade de se encarar a política como uma actividade séria e a via
legal para a representação institucional do verdadeiro poder atribuído pelo dono
da terra, o povo?
Para quando o reconhecimento dos Partidos
políticos de que a democracia não se resume à realização de eleições e que as
suas actividades não começam nem acabam com as campanhas eleitorais?
Um Partido político deve ter as suas estruturas
funcionais diariamente, 24 horas por dia, se realmente quiser chegar ao poder,
servir os cidadãos, o país e a democracia!
Há dias dei conta de que o Ministro das
Finanças Dr. José Mário Vaz já está a despertar o seu Partido para a necessidade
de começar a trabalhar para as eleições legislativas de 2012, ou não fosse sinal
disso, afirmar que: " O
ano de 2012 é o ano do aumento de salário".
É bom que de facto, o Governo consiga aumentar
os salários em 2012, mas melhor do que fazer este tipo de promessa (em jeito de
pré-campanha eleitoral), é cumprir com o pagamento de salários, atempadamente,
independentemente do muito ou pouco que cada um tiver a receber.
Quem trabalha precisa do seu ordenado no final
de cada mês e o resto, tudo o resto, não passa de demagogia!
Vamos continuar a trabalhar, criticando, mas
também, sugerindo novos rumos!
Bissau, 10 jun (Lusa) -- O ministro
das Finanças da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, prometeu que os
salários dos funcionários públicos vão aumentar em 2012.
"Prometemos que a partir de
setembro vamos analisar com o Fundo Monetário Internacional
(FMI). Os salários em 2012 vão ser a preocupação do governo. O
salário vai subir. Não podemos neste momento avançar como",
afirmou o ministro quinta-feira.
Segundo José Mário Vaz, o "ano
de 2012 é o ano do aumento de salário".
"Vamos aumentar em função da
sustentabilidade do aumento.
Nós não vamos aumentar para não
pagar, vamos aumentar para pagar", disse.
O ministro explicou também que o
governo está preocupado com o aumento salarial e que com as
pessoas que ganham 19 mil francos cfa (cerca de 29 euros) por
mês.
"Nós queremos melhorar o nível
dessas pessoas, mas temos de melhorar o nível dessas pessoas em
função da nossa capacidade de arrecadação de recursos", disse.
Nesse sentido, salientou que
para aumentar salários é preciso alargar a base fiscal e cortar
as "gorduras" existentes no orçamento de Estado.
"Combatendo essas gorduras é
possível arranjar recursos para fazer face ao aumento dos
salários", afirmou José Mário Vaz.
Para este ano, o ministro das
Finanças insistiu que "não há folga financeira para aumentos
salariais".
MSE.
Lusa/Fim |
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Cultivamos e incentivamos o
exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão,
pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e
opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade!
Didinho