Angola de José Eduardo dos Santos jamais pode ser exemplo para a Guiné-Bissau
Nataniel Sanhá 08.06.2013 Após o golpe de Estado, do passado dia 12 de Abril de 2012, que depôs o governo chefiado por Carlos Gomes Junior e o presidente em interinidade Raimundo Pereira, a posição das autoridades politicas angolanas, principalmente do seu presidente José Eduardo dos Santos, foi muito radical, implacável e imperdoável para com os golpistas na Guiné-Bissau. Com a comprovação da situação de uma total tirania, absolutismo e tentativa de silenciar os adversários políticos, por parte do antigo chefe do governo guineense, por causa da ocorrência de torturas e assassinatos de algumas figuras públicas e políticas; conspirações contra altos oficiais militares, com intenção de os afastarem das forças armadas ou de os eliminarem fisicamente, contrariando assim, as consagradas normas dos principios democráticos, que devem ser preservados por qualquer Estado de direito e democrático, como é o caso da Guiné-Bissau. Por isso, a CDEAO (Comunidade Dos Estados da África Ocidental) e a UA (União Africana) mostraram as suas claras oposições e intolerâncias com qualquer que seja a forma de violação das normas constitucionais e democráticas. Porém, foram bastante flexíveis em compreender a situação, ou melhor, compreenderam as motivações que provocaram o golpe, assim, tentaram encontrar soluções viáveis para o retorno da normalidade constitucional no país. Enquanto que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), principalmente Portugal, Angola, Brasil e Cabo-Verde, consideraram imperdoáveis as causas do golpe, dando a entender até, que os líderes do golpe e os guineenses, em geral, são irracionais e desumanos, e que teriam a intenção de propor um não reconhecimento do Estado da Guiné-Bissau pela ONU. Visto que, exigiram que o país fosse representado pela antiga autoridade deposta pela golpe, mas não pelas actuais autoridades do país. “Bu odja puera ku sta na udju di bu kumpanher, bu ka odja pó ku sta na di bó. Mt. 7. 3 (Vês o cisco no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio olho. Mt. 7. 3) Bardadi nfia, kuma koba mal i djumna djumna.” (Realmente acredito, dizem que escárnio é antecipação)
“ http://www.unitaangola.org/PT/PrincipNouvP0.awp Polícia Nacional mata dirigentes da UNITA no Kikolo – Cacuaco António Zola Kamuku, secretário comunal do Kikolo e Filipe Sachova Chakussanga Inspector municipal da UNITA em Cacuaco foram assassinados esta madrugada no em suas casas por efectivos da polícia nacional. As duas horas e trinta minutos bateram a porta identificando-se como autoridade e o António Zola Kamuku ao abrir a porta acompanhado de sua esposa recebeu como resposta disparos de arma de fogo contra o seu corpo. Um outro responsável da UNITA que em vida respondia pelo nome de Filipe Chakussanga foi levado de sua casa também esta madrugada e abatido a alguns metros. Filipe Sachova Chakussanga era Inspector municipal da UNITA em Cacuaco. Na madrugada de sábado, 1 de Junho de 2013, foram mortos três agentes da polícia, que se encontravam em serviço na esquadra móvel do Bairro Paraíso, município de Cacuaco. De acordo com o comunicado da corporação, Finda Pedro João, Augusto Gomes Neto e Dário dos Santos Faria, foram mortos por individuos não identificados, numa zona que o segundo comandante da PNA de Luanda, Francisco Ribas caracterizou como critica em termos de criminalidade. Estamos perante uma reedição da caça-homem destinado a eliminação selectiva dos militantes da UNITA. Vão nos acabar assim, disse um dos militantes da UNITA em Cacuaco, para não restam dúvidas de que as mortes dos homens da UNITA fazem parte da estratégia de provocar a reacção do Galo Negro, para haver em Angola mais um banho de sangue, como o de 1992 e 1993. Um observador atento a realidade angolana e conhecedor da actuação do regime angolano avançou que a morte dos policiais poder ser usada como pretesto para a eliminação dos quadros fortes da UNITA em Cacuaco, onde o galo negro ganhou as eleições de 31 de Agosto de 2012.” Considerando isso, e sem contar com tantas atrocidades ocorridas em Angola envolvendo o Sr. Presidente José Eduardo dos Santos. São tantas as mães que ficaram de luto, tantas as mulheres que ficaram viúvas, tantos os filhos que ficaram órfãos, só por verem os seus filhos, os seus maridos e seus pais a serem apagados na calada da noite, por não defenderem a mesma posição política e a mesma cor partidária com o Sr. presidente. No entanto, como se pode caracterizar esse tipo de atitude de desvalorização da vida humana e violação dos princípios democráticos? Angola do Sr. José Eduardo dos Santos, não tem moral para dar lições à Guiné-Bissau, e muito menos para servir de exemplo, pois, impunidade e desacato aos valores humanos em Angola é incomparável com a Guiné-Bissau. Nós guineenses, apesar das dificuldades com que o país se depara (não obstante Angola do Sr. Presidente não ter gratificação pelas contribuições da Guiné-Bissau na criação do Estado Angolano e na garantia da sua soberania) temos bastante orgulho no nosso país, do nosso incansável e humilde povo e da nossa gloriosa história. Ao Presidente José Eduardo dos Santos sugerimos/pedimos que viabilize um Estado que respeite os princípios democráticos e os valores da vida humana em Angola, e também, que deixe de se imiscuir nos problemas internos da Guiné-Bissau, quando não propõe soluções face aos problemas, limitando-se a de defender interesses que se relacionam com a expansão do império angolano, que quer implantar em África. Porque a honra e a liberdade da Guiné-Bissau e do seu povo são sagradas, os guineenses são capazes de tudo para garanti-las. A título de exemplo, em 1963, os guineenses decidiram mesmo pegar em armas para lutar contra a ocupação colonial portuguesa! Viva a Guiné-Bissau! Viva a unidade nacional! Caros compatriotas, un dia no kabas na sabi. Nataniel Sanhá Graduando em economia e teologia, pela Universidade Federal de Santa Catarina e Instituto Batista de Educação, respectivamente - Brasil.
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