A NOSSA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DOS OUTROS

 

 

 

Por: Edson Incopté *

 

14.05.2008

 

 

 

Porque as influências são inevitáveis ao longo da nossa vida, porque estamos sempre a aprender e a mudar dia após dia, porque somos capazes de entrar numa sala de cinema ver um filme e sair de lá diferentes!

É por tudo isso que não me entra na cabeça a frase que ouvi, tristemente, da boca de um amigo que me disse o seguinte acerca da minha tentativa de contribuir para a mudança de mentalidade do povo guineense: “Não é com símbolos e avisos que vamos resgatar o nosso atraso”.

Segundo esse amigo discursos bonitos e inflamáveis não enchem bolsos e nem matam a fome. Opinião que não censuro, mas com que também não concordo! Pois esses discursos bonitos e inflamáveis, como ele diz, não enchem bolsos, mas enchem o coração e preenchem o nosso pensamento. Não matam a fome física, mas matam a fome da alma. Aquela fome de sonhos, de esperança, de incentivo, que muitas vezes falta, já que o grande objectivo é justamente incentivar e cativar a acção.

 

Eu acredito, de verdade, que as minhas acções podem contribuir para a construção de alguém, assim como as dos outros contribuem para a minha! Aliás, ao longo desta minha (ainda) curta vida, nunca consegui compreender aquele conceito que muito ouço dizer: “Vivo a minha vida e não me interessa o que os outros pensam de mim”. Nunca consegui entender este conceito pela simples razão de que, acredito que tudo o que somos e fazemos tem eco na vida dos outros e somos sempre influenciados por alguma razão!

Talvez por isso, tenha ficado desde muito cedo na minha cabeça, aquela bela letra de Justino Delgado que diz o seguinte: “Sou um homem como todos os outros, mas diferente, na maneira de pensar… na maneira de ver as coisas”. Não tenho de pensar da mesma forma que alguém, mas tenho o dever de pensar em alguém em todas as minhas acções!

 

Se hoje me considero uma pessoa com moral e princípios éticos firmes, capaz de ser um exemplo, pelo menos para o meu irmão mais novo, foi com certeza porque tive a quem seguir, foi com certeza porque ouvi desde muito cedo a minha mãe dizer aquelas frases que os pais muito dizem aos filhos “ Filho não faz isso. Filho isso não se faz”. Quando ouvia essas palavras era ela a contribuir para a minha construção e quando eu ainda pequeno lhe dizia “Mãe olha só o que estou a fazer” ela olhava e meio minuto depois já não estava a olhar e eu lhe chamava a atenção “Mãe não estas a olhar”. Nestes momentos era eu que estava contribuir para construção dela. É extremamente importante termos a percepção de que podemos contribuir para a construção de alguém, pois só assim exigimos o melhor de nós.

 

Sei que não posso mudar a mentalidade de uma nação inteira, mas acredito que ao mudar uma pessoa que seja, é uma parte dela que estou a mudar! Aliás, sobre isso, li esta semana o seguinte traço: A esperança é a força que impulsiona o mundo! Uma pessoa pode mudar o mundo se acreditar nisso. Quem são os loucos mesmo? Os sonhadores ou os conformados?

 

Deixo a todos com este pensamento e com as perguntas que cada um deve fazer a si mesmo.

 

 

* 20 anos de idade, estudante do Curso Profissional de Informática de Gestão

 

 


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