ANTEVISÃO: O QUE FALTA ACONTECER?

 

 
Faleceu Lamine Sanhá, ex-CEMA guineeense
O ex-Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) guineense, Lamine Sanhá faleceu hoje numa clínica médica em Bissau três dias após ter sido baleado por desconhecidos.

 

Segundo uma fonte familiar, o comodoro Lamine Sanhá não resistiu aos fe rimentos graves sofridos pelos quatro tiros com que foi atingido na noite de qui nta-feira, acabando por falecer hoje, às 14:32 (mesma hora de Lisboa).

Já no dia do incidente, que o Governo guineense classificou de "tentati va de assassinato", o médico que assistiu Lamine Sanhá afirmou que os projécteis lhe perfurado o fígado e o estômago.

Entretanto, a única personalidade do Estado guineense presente na resid ência do oficial ex-CEMA é a vice-presidente do Parlamento, Satú Camará.

Está igualmente presente o bastonário da Ordem dos Advogados guineense, Armando Mango, bem como amigos e familiares que não escondem a sua revolta pela s circunstâncias da morte do ex-CEMA.

Lamine Sanha era uma figura tida como muito próxima do falecido general Ansumane Mané, líder da ex-Junta Militar que derrubou "Nino" Vieira da presidên cia em 1999, após uma rebelião de 11 meses.

Agência LUSA
2007-01-06 15:35:01

Guiné-Bissau: Governo segue situação de tensão mas só a comenta domingo

 

Lisboa, 06 Jan (Lusa) - O governo da Guiné-Bissau está a acompanhar o evoluir do clima de tensão que se seguiu ao assassinato do antigo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), comodoro Lamine Sanha, mas só divulgará uma tomada de posição domingo.

 

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do governo guineense, Rui Dia de Sousa, assegurou que os "incidentes" já foram ultrapassados" e que a situação regressou à normalidade, salientando que o executivo de Aristides Gomes dará esclarecimentos sobre o que se passou hoje.

Fontes contactadas pela Lusa em Bissau garantiram que o centro da cidade e os bairros da periferia estão calmos e que os diferentes bares e discotecas estão abertos, não havendo quaisquer restrições ao tráfego automóvel.

Por precaução, alguns militares continuam as patrulhar as principais artérias do Bairro Militar, a sete quilómetros do centro de Bissau.

Os incidentes surgiram na sequência da morte, hoje, de Lamine Sanhá, baleado quinta-feira com quatro tiros disparados por desconhecidos.

Centenas de jovens moradores no Bairro Militar, onde a vítima residia, levaram a cabo uma onda de protesto, tendo erguido barricadas nas principais vias de acesso à zona e queimando pneus, tendo incendiado e saqueado a casa, ainda em construção, do presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira.

Os jovens saquearam também a sede do Partido Popular (PP), força política sem representação parlamentar liderada por Ibrahima Sow, actual conselheiro presidencial.

Os incidentes terminaram cerca das 19:00 locais (mesma hora em Lisboa), após a intervenção de elementos do Exército e da Polícia, que disparou vários tiros para o ar.

No entanto, fontes da própria polícia indicaram que, nos confrontos, pelo menos um jovem morreu e outros dois ficaram feridos, tendo sido transportados para o Hospital Simão Mendes, em Bissau, para receberem assistência, desconhecendo-se o seu estado de saúde.

O funeral de Lamine Sanhá, figura tida como muito próxima do falecido brigadeiro Ansumane Mané, líder da antiga Junta Militar que derrubou o regime de "Nino" Vieira na sequência da guerra civil de 1998/99, deverá decorrer domingo.

O local do funeral está ainda por definir, uma vez que vários familiares manifestaram o desejo de ver Lamine Sanhá sepultado em Bissau, enquanto outros defendem que decorra na localidade de Sangonha, na região de Tombali (Sul), de onde era natural.

Os últimos incidentes graves na Guiné-Bissau registaram-se em Junho de 2005 entre manifestantes apoiantes de Kumba Ialá, que ficou excluído da segunda volta das presidenciais, e as forças policiais, que provocaram três mortos e cinco feridos.

Excluindo o conflito militar de 1998/99, a Guiné-Bissau tem vivido constantes sobressaltos desde 2003.

Em Setembro de 2003, o então presidente Kumba Ialá foi deposto num golpe de Estado militar, que não causou vítimas, sucedendo-lhe um Governo de transição, liderado por Artur Sanhá.

Até às eleições legislativas de Março de 2004, foram vários os incidentes políticos e militares, ultrapassados, na sua maioria, após a votação de que o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) saiu vencedor, com o executivo de Carlos Gomes Júnior a durar até Outubro de 2005, altura em que foi exonerado por "Nino" Vieira.

Outro "incidente" ocorreu em Outubro de 2004, quando o então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Veríssimo Correia Seabra, e um dos seus assessores, coronel Domingos Barros, foram abatidos em circunstâncias ainda não apuradas, após uma sublevação militar.

Entre a primeira e segunda volta das presidenciais, realizadas em Junho e Julho de 2005, apoiantes do Partido da Renovação Social (PRS), de Kumba Ialá, desencadearam uma série de protestos contra os resultados eleitorais.

A onda de contestação, provocada pela recusa da derrota eleitoral de Kumba Ialá, saldou-se na morte de quatro militantes dos "renovadores", enquanto a sede foi incendiada.

Desde que "Nino" Vieira foi novamente empossado como presidente da República, a 01 de Outubro de 2005, diminuíram as crises militares, mas vieram ao de cimo as políticas, económicas e sociais, bem como alguma tensão no próprio meio castrense, nomeadamente em relação à questão dos sucessivos atrasos no pagamento do soldo.

JSD/VM/MB.

Lusa/Fim

Guiné-Bissau: LGDH acusa soldados de uso de força excessiva
 

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) acusou hoje as forças de segurança de terem utilizado meios desproporcionados para dispersar jovens que se manifestavam num bairro de Bissau contra o assassínio de um oficial do exército.

Centenas de jovens do bairro Militar, subúrbios da capital guineense, manifestaram a sua cólera momentos depois de terem tomado o conhecimento da morte do ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, Lamine Sanhá, baleado quinta-feira por desconhecidos.

Comodoro na reserva, Lamine Sanhá, morava no bairro Militar, onde foi atingido a tiro, tendo sucumbido sábado, no hospital.

O funeral decorreu hoje de manhã na aldeia de Sanconha, sua terra natal, na região de Quinara, no sul da Guiné-Bissau, disseram à Lusa fontes familiares.

Em conferência de imprensa, a Liga Guineense dos Direitos Humanos considerou desproporcionados os meios utilizados pelas forças de segurança, soldados e polícias, para dispersar a manifestação espontânea de jovens.

Da intervenção das forças de segurança resultou pelo menos um morto e dois feridos.

De acordo com a Liga dos Direitos Humanos, o jovem morto foi baleado «à queima-roupa» pelos soldados, o que demonstra a «actuação violenta e desumana» dos militares.

A Liga reclamou a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades, defendendo que o autor dos disparos que vitimaram o jovem deve comparecer perante a justiça.

Por outro lado, a Liga repudiou os actos de vandalismo dos jovens, nomeadamente, os que visaram a casa ainda em construção do Presidente João Bernardo «Nino» Vieira e a sede de um partido político, cujas instalações foram saqueadas e queimadas.

A organização também apelou ao parlamento para constituir comissões de inquérito independentes que deverão ser integradas pela Liga dos Direitos Humanos e outras instituições da sociedade civil no sentido de apurar as circunstancias da morte de Lamine Sanhá e do jovem assassinado pelas forças de segurança.

Dirigindo-se às autoridades, a Liga denunciou a «passividade e indiferença» do presidente «Nino» Vieira e do governo perante a «onda de violência gratuita» que tem assolado o país nos últimos tempos.

Nessa perspectiva, a Liga lembrou o recente assassínio de uma mulher num bairro da capital, os espancamentos de Catarina Ribeiro (cidadã portuguesa) e do agente da polícia Estêvão Silva, ambos agredidos por soldados, e do líder partidário Silvestre Alves, este ultimo agredido por desconhecidos.

De acordo com a Liga dos Direitos Humanos, no espaço de um mês foram registados três assassínios e outros tantos espancamentos, factos que, segundo a organização, provocam um clima de medo e de insegurança ao mesmo tempo que criam sentimentos de ódio e de vingança no país.

Entretanto, após os incidentes de sábado, a calma voltou ao bairro Militar, apesar da presença inusitada de soldados e agentes da polícia nas estradas que dão acesso à zona.

Por seu turno, o Governo da Guiné-Bissau ainda não reagiu aos acontecimentos registados no bairro Militar, apesar do seu porta-voz, Rui Diã de Sousa, ter afirmado sábado, em declarações à Lusa, que o executivo tomaria hoje posição.

Diário Digital / Lusa

07-01-2007 14:22:00

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

06.01.2007

 

Acabei de receber a notícia do falecimento do comodoro Lamine Sanhá, ex- Chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, alvejado a tiro por desconhecidos há 3 dias em Bissau.

Uma notícia triste e inquietante, ao ponto de me fazer reabilitar o texto por mim escrito a 17 de Junho de 2005 e intitulado "ANTEVISÃO" que acompanha este artigo.

Preparando-me para condenar uma vez mais os actos de  criminalidade impune sobre cidadãos nacionais que de uma forma ou de outra são considerados incómodos pelo regime e na esperança de que o comodoro Lamine Sanhá conseguisse salvar-se, isto tendo em conta as declarações hoje proferidas pelo cirurgião que o operou dando conta de estar a reagir satisfatoriamente, fui informado de Bissau da terrível notícia.

Tenho vindo a alertar para a necessidade do povo guineense exigir responsabilidades no sentido de se acabar com as perseguições, com as intimidações e assassinatos de cidadãos nacionais que a mando do regime têm sofrido estes actos.

Desde sempre fiz questão de alertar para o perigo do ajuste de contas em função do regresso de Nino Vieira à cadeira do poder.

Do que escrevi no texto "ANTEVISÃO" o que falta acontecer? Penso que estamos todos a ver o que falta acontecer, mas gostaria de estar errado nesta visão. Gostaria de ter o dom de evitar a explosão social e consequentemente a guerra entre irmãos guineenses!

Por outro lado, não posso deixar de sensibilizar os meus irmãos, sem lhes incutir o espírito de vingança e o sentimento de ódio, a saírem à rua e exigirem responsabilidades a quem de direito, como sempre tenho feito.

O momento é de preocupação, pois este cobarde acto que tirou a vida a Lamine Sanhá vem na sequência de denúncias feitas pelo próprio contra a pessoa do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Tagme Na Waie, em Setembro de 2006, a quem acusou de perseguição.

 "Vamos ver se o Ministério Público tem ou não a coragem de convocar Tagmé Na Waié para ser ouvido", disse Lamine Sanhá, segundo o qual as autoridades do país dão sinais de terem "medo" do CEMGFA. 

"(Tagmé Na Waié) Disse-me que já fui preso em varias ocasiões mas consegui sair ileso, mas que desta vez não ia escapar", afirmou Lamine Sanhá, sem especificar a ameaça, afirmando apenas que as atitudes do actual CEMGFA são "nocivas ao ambiente democrático" na Guiné-Bissau.

O momento é de preocupação porquanto a República, não existir, como simbolismo da representatividade do povo guineense, mas sim dos generais Nino Vieira e Tagme Na Waie, sendo que ambos empurram os guineenses para uma guerra entre irmãos, fomentando todo o tipo de divisões, desde étnicos, religiosos, políticos etc. que vai criando desejos de vingança, de ódio entre as nossas populações.

É preciso agir de forma inteligente nesta situação. É preciso que o povo guineense se mantenha unido e firme na defesa das conquistas de todo um percurso brilhante pelo qual os seus melhores filhos deram as suas vidas, independentemente das suas origens étnicas, das suas religiões etc.

É preciso que a acção do povo guineense se resuma às pessoas que têm prejudicado o país, que têm dominado a seu gosto e prazer toda a estrutura da República que deveria servir os interesses do nosso povo e não os seus interesses pessoais e os de suas famílias.

Nesta situação, o povo guineense não deve confundir ou associar pessoas com etnias nem com religiões, porque conhecemos as pessoas que estão no poder e essas pessoas nunca fizeram nada de bom para as populações das suas origens étnicas ou das suas motivações religiosas!

Esta barbárie foi uma acção contra todo o povo guineense e não contra uma etnia ou uma religião, portanto, deve ser condenada como tal e as respostas a dar deverão ser respostas em nome de todo o povo guineense independentemente da origem étnica ou convicção religiosa de cada um de nós!

Há que responsabilizar directamente pessoas e não relacioná-las com origens étnicas ou com a religião. Isto é muito importante na unidade do nosso povo na luta que doravante é obrigado a fazer para se libertar das garras de Nino Vieira e de Tagme Na Waie e voltar a ser dono da terra de todos nós!

O momento é de preocupação, porquanto não se vislumbrar nenhuma acção de Estado para justificar este e outros actos no passado, o que o povo guineense não pode nem deve aceitar!

Não há justificação porque as ordens são dadas pelo poder e como foi Tagme Na Waie quem deu a cadeira do poder a Nino Vieira, este, se tentar fazer algo sabe o que lhe espera. Mas entre os 2 continua o jogo da desconfiança e ambos estão preparados para o dia do embate final.

O povo guineense não deve esperar por esse dia. Cabe ao povo guineense correr com estes monstros do poder e evitar que haja mais mortes, mais destruição. Se o povo guineense se decidir, a vitória será uma certeza e poderemos caminhar finalmente para um novo rumo: o da Paz, da Estabilidade e do Desenvolvimento para a nossa terra e, consequentemente, para a melhoria das condições de vida do nosso povo!

Vamos todos dizer BASTA!

Honra e Glória às vítimas da ditadura na Guiné-Bissau!

Viva o povo guineense!

Viva a Guiné-Bissau!

Vamos continuar a trabalhar!

Antevisão

 

Fernando Casimiro (Didinho)

Didinho

17.06.2005

Este trabalho não deve ser visto como reflexo de algum pessimismo em relação à conjuntura actual da Guiné-Bissau.

Trata-se, isso sim, da interligação de situações do dia-a-dia e da análise de encaixe das mesmas num quadro político-social "nublado" desenhado e pintado por artistas e admiradores, em simultâneo, numa conjugação perfeita de tendências manifestamente assumidas e, propícias a um ajuste de contas há muito "anunciado" ainda que sem data e hora marcadas.

O país está calmo diz-se. Aparentemente calmo digo eu.

 Observadores internacionais chegados ao país congratulam-se com o clima pacífico da campanha eleitoral em curso. O Secretário Geral da ONU bem como o Presidente em exercício da União Africana felicitam o Presidente da República interino e o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas pela forma tranquila como tem decorrido a campanha eleitoral. Mas o que pensam os guineenses sobre estas eleições e sobre os inúmeros cenários possíveis ou previsíveis, no rescaldo do acto eleitoral e com o anúncio do novo Presidente?

Pude trocar impressões com inúmeras pessoas, pude recolher opiniões de várias sensibilidades.

As grandes conclusões a que cheguei são estas:

 Nunca o país esteve tão dividido como está neste momento!

 A manipulação aliada à ignorância está presente e em força.

Há um vazio de referência e preferência pelos candidatos.

 

Há uma convicção profunda de que estas eleições nunca chegarão a ser festejadas seja quem for o seu vencedor porquanto, o ajuste de contas, neste momento, estar há muito traçado como profecia para o país. 

A Guiné-Bissau viverá momentos conturbados de novo, atravessará um período de letargia, mas ressurgirá iluminada por uma outra profecia; A profecia do reencontro definitivo entre irmãos.

 

A estas eleições presidenciais continuo teimosamente a associar o caso "06 de Outubro de 2004 "!

Um associar não no sentido de alguma interferência directa nos pressupostos estipulados pela Carta Nacional de Transição com vista às eleições presidenciais, mas sim aos factores estranhos que possibilitaram em tempo útil, toda a movimentação que desse forma a uma grande jogada estratégica que permitiu a João Bernardo Vieira "Nino", apresentar-se como candidato independente a estas eleições.

Como escrevi anteriormente, Nino Vieira é o rosto principal do "06 de Outubro", que continuo a dizer tratar-se de um golpe de Estado noutros moldes que não o habitual. Este golpe de Estado fomentou situações de anarquismo, tendo-se aproveitado das eleições presidenciais marcadas para 19 de Junho para possibilitar o regresso de Nino Vieira à Guiné-Bissau sem ter que ser julgado pelos crimes que cometeu, e  fazer dele um candidato, por forma a estar "limpo" perante a Comunidade Internacional, tendo caminho aberto para continuar no terreno a estratégia golpista em curso.

Nino Vieira "investiu" tudo para regressar ao poder na Guiné-Bissau. Sabe que se perder estas eleições  tornar-se-á vulnerável, até porque o exílio terminou e o seu julgamento seria apenas uma questão de tempo, quer fosse em Tribunal, quer fosse na praça pública!

Ora é precisamente por isso que este homem vai marcar o país uma vez mais pela negativa, porquanto se considerar já "presidente da Guiné-Bissau", estando apenas à espera dos votos, ou, em último caso e como recurso, usar a força caso a votação não lhe ser favorável.

Quero alertar para o facto de toda a elite de comando das Forças Armadas guineenses, afecta a Nino Vieira durante o conflito militar de 98/99 estar de regresso à Guiné-Bissau, depois do "exílio forçado" na República da Guiné-Conacry. O regresso destes militares foi negociado pelo próprio Nino Vieira e o actual Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau Tagme Na Waie.

De uma coisa Nino Vieira não tem dúvida: O objectivo é o poder, custe o que custar. Só que, é preciso continuar a mostrar que ele Nino Vieira, é o mais interessado na reconciliação dos guineenses e, por isso, não ser sinónimo de instabilidade!

Este é o ponto de partida para uma abordagem realista do perigo que a candidatura de Nino Vieira constitui para a Guiné-Bissau.

 Nino Vieira vai perder nas urnas. Entretanto, continuo a dizer que está em execução um golpe de Estado concebido e dirigido por ele e que condicionará os resultados das eleições presidenciais de 19 de Junho.

 E se ele ganhar nas urnas, perguntarão alguns...?

 Remotamente isso é possível, mas seria muito mau para o país:

1- Fazia cair o governo de imediato. Qualquer pretexto seria válido.

2- Ao mesmo tempo que derrubava o governo, iniciava o ajuste de contas, sendo extensivo às Forças Armadas, às Forças de Segurança, à sociedade civil e às populações. Todos que não fossem a favor dele era porque eram contra ele e por isso teriam que ser  eliminados.

3- O próprio PAIGC seria rebaptizado e readaptado a um novo formato.

4- O país teria de novo um dono, passaria a ser outra vez um bem pessoal de Nino Vieira.

Em caso de derrota nas urnas, Nino Vieira activaria o sistema golpista usando a força para tomar o poder, estando os ensaios concluídos e os seus súbditos preparados para as operações que se seguiriam.

Estaríamos perante um golpe de Estado assumido, que  a Comunidade Internacional não se atreveria a dizer: Consumado!

Quer queiramos quer não, Nino Vieira é a figura destas eleições. Uma figura pela negativa, onde o simbolismo que representa é o de traidor da pátria, que em boa verdade, lhe assenta na perfeição!

Os guineenses têm a palavra!

 

A COMUNICAÇÃO SOCIAL GUINEENSE ESTÁ VIVA E RECOMENDA-SE!

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

10.09.2006

Chegaram-me imagens digitalizadas de 2 jornais da Guiné-Bissau, Gazeta de Notícias, com a data de 07.09.2006 e Diário Bissau com a data de 05.09.2006.

Ambos abordam questões polémicas do momento, numa perspectiva de afirmação dos seus direitos editoriais enquanto órgãos de Comunicação Social.

Pode-se igualmente notar a manifestação de patriotismo referente ao espírito de cidadania em relação ao princípio de fomentar o diálogo e o debate sobre as grandes questões que continuam a dividir os guineenses.

Uma Comunicação Social com grandes dificuldades para cumprir com as suas responsabilidades, mas uma Comunicação que quer estar presente na edificação de um novo país, assente num novo conceito de patriotismo!

Força camaradas, vamos continuar a trabalhar!


 





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