A QUEM SERVE A LUSA NA GUINÉ-BISSAU?

 

 

 


 

 

Alin Li

 

09.12.2006

 

 

Uma carta aberta ao "Zé da Lusa"


Como guineense residente no estrangeiro, por força do destino tenho seguido com aguçado apetite as notícias que tocam e ferem a nossa querida Guiné-Bissau.


Por essa razão é que sofregamente compro os jornais que falam de Africa, abro a minha caixa de correio com avidez de encontrar uma noticia sobre o meu "mal fadado" país nas mãos do General Destruidor.


No ímpeto de encontrar uma verdadeira informação, feita com rigor, profissionalismo, isenção e sem quaisquer constrangimentos do poder, abro em "primeira-mão" a Lusa de que sou subscritor privilegiado. Porém, ultimamente, mais concretamente de Outubro 2005 a esta parte, tem sido uma desilusão total o site da Lusa no que toca a notícias sobre a Guiné-Bissau. Quando digo a Lusa, falo do seu correspondente na Guiné-Bissau e não a Lusa instituição.


Deixei de "sentir" o simpático, inteligente e sarcástico "Zé da Lusa" (permita-me caro Zé tratá-lo assim, porque considero-o um amigo no sentido africano por variadíssimas razões). Simpático, porque é simpático dentro daquele seu ar "desleixado à fric", inteligente porque deu mostras de o ser em várias ocasiões e quando quis ser, e sarcástico, pela sua maneira meio mandrião de dizer e "não-dizer" as coscuvilhices recolhidas dos meios diplomáticos e do poder.


O Zé chegou a ser um bom correspondente para a Guiné-Bissau, mas agora, não o é neste momento e não serve, nem à Guiné-Bissau, nem ao seu Povo, nem ao jornalismo e nem a quem o paga a instituição Lusa.


O Zé está "apanhado" pelo servilismo do regime, quiçá pelo sindroma do "Jorge Quadros" porque o Zé agora só estampa na Lusa as notícias que lhe são recomendadas, o Zé não descreve os factos com o realismo que muitos milhares de olhos estão a ver na Guiné-Bissau e a sentir pelo mundo fora, o Zé faz as notícias à sua maneira e sempre com paninhos quentes para a desgovernação, autoritarismo e banditismo de Estado que campeia na Guiné-Bissau depois da vinda do General.

 

O nosso Zé até pode vir desculpar-se agora que as notícias encomendadas foram da autoria do seu colaborador, conhecido pelo seu lacaísmo a algumas figuras do actual Governo e que se dá pelo nome de Mussá Baldé.


O Zé tem andado a meter os pés pelas mãos e está a desprestigiar a instituição Lusa, foi assim no caso da notícia encomendada do falecimento do nosso saudoso e querido amigo e irmão "Beto" Casimiro que nos indignou a todos e em particular ao seu irmão o incansável pregador da verdade, "Didinho" e, foi agora recentemente, sobre a greve dos funcionários públicos decretada pela UNTG.


Enquanto toda a imprensa nacional e estrangeira, aqui cito fontes da RFI, PANA, Africatime e outros através dos seus correspondentes no terreno coincidiam com os dados da UNTG (entre 87 a 95% média das fontes), o Zé destoava, atribuindo pouca aderência à greve.

 

O mesmo sucedeu com o meeting organizado pelo PAIGC, ao falar em cerca de 3 mil participantes, quando numa manifestação de apoio com meia centena de contratados para apoiar o Governo do Senhor Aristides Gomes, disse estarem milhares de pessoas. Há fotos que podem desmentir categoricamente o correspondente da Lusa em Bissau.

 

O Zé quis desvirtuar a verdade, o Zé menosprezou o sentimento de milhares de trabalhadores Guineenses que vivem na "quase miséria", com salários em atraso enquanto os seus patrões, o General, o PM e os seus Ministros nadam em dinheiros e despesismos sem conta.

 

Espero que o Zé deixe de contar piadas e faça jornalismo a sério senão perderá o respeito e a amizade que o povo da Guiné-Bissau sempre lhe dispensou.


Ao considerá-lo como amigo (no sentido africano do termo, estima) deixo-lhe um conselho: se está cansado ou com medo de descrever a verdade que se passa na Guiné-Bissau... então "porra"...  deite a toalha ao chão e desande da Guiné-Bissau porque não pode tapar o sol com a peneira.


O Zé esta diferente e pode notar que já lhe dispenso o prazer que sempre tive em tomar uma "bica" consigo e pôr a conversa em dia, sempre que passo por Bissau para visitar uns familiares e tratar dos meus "tic-tacs" pessoais.

 

De um amigo africano que se dá pelo nome de Alin Li.

 

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