ATÉ ONDE VÃO OS DISPARATES DE UM SER
HUMANO?
Por:
Edson Incopté
*
02.07.2008
É
triste… muito triste constatar que contra a falta de argumentos o Homem utiliza
o nome de Deus para justificar os seus actos. Por mais descabidos que sejam.
Como é possível que em pleno século XXI
o suposto Presidente da República de uma país, supostamente democrático,
proferir que só Deus pode lhe retirar o poder que lhe deu!? Mas afinal de contas
em que espécie de regime vivemos? Passado séculos o Robert Mugabe resolve ir
buscar a justificação que os Reis davam ao povo para garantirem a legitimidade
dos seus poderes. Afinal quem é o detentor do poder? Não é o povo quem atribui o
poder aos seus representantes?
Num país livre e democrático é assim!
Só assim se justifica a palavra DEMOCRACIA (Poder do povo). Mas infelizmente,
existem muitos dirigentes africanos que não têm a mínima noção disso. (Um deles
é certamente aquele que se encontrava ao lado de Mugabe à entrada para a cimeira
da UA)
As declarações de Robert Mugabe são,
além de mais, um insulto a todos os que lutaram pelas independências de países
africanos (Vivos e mortos)!
Quando vejo grandes Homens como é o
caso de Nelson Mandela, que lutaram contra o colonialismo que tinha as mesmas
bases das declarações de Mugabe, isto é, a superioridade de uns Homens em
relação a outros, superioridade que justificavam ser atribuída por Deus,
considero claramente uma ofensa a todos os africanos e a todos os que lutam pela
igualdade no mundo! Quando se tem lutado tanto pela igualdade no mundo, aparece
uma pessoa que, supostamente, também lutou pelo mesmo, a proferir declarações em
que se auto-intitula superior aos outros. É triste, e vergonhoso para aqueles
que com ele travaram os mesmos combates!
Sem a mínima necessidade de
intelectualidade, ao analisarmos as declarações de Mugabe fica-se a saber que
ele não tem a mínima intenção de servir o povo do Zimbabué, já que quem lhe deu
o poder foi Deus e não o povo.
África tem de compreender que há muito
que o caso Zimbabué deixou de ser uma questão referente só ao território do
Zimbabué. Este já é um problema continental, senão mundial, porque são vidas
humanas que estão em perigo. Este caso tem de servir para a União Africana
provar ao mundo que tem competência para resolver os problemas do continente
africano.
África já sofreu demasiado, não
queremos mais sofrimentos no nosso continente. Por isso, vamos pressionar e
incentivar a UA a resolver este caso duma forma exemplar para que sirva de
exemplo a todos os africanos. Porque se tal não acontecer, não tardará muito, o
mesmo vai se repetir noutro país africano.
Para que a nossa África se levante,
é preciso estarmos de pé.
Estamos
juntos!
*
20 anos de idade,
estudante do Curso Profissional de Informática de
Gestão