ATITUDE RIDÍCULA
Luís Barbosa Vicente (Cuca) *
15.06.2009
Atitude ridícula aquela do porta voz do governo vir apresentar, numa conferência de imprensa, com toda a pompa e circunstância, como se de uma festa se tratasse, uma suposta gravação de pormenores de preparação de golpe de Estado, que afinal não passa de uma grande farsa e dissimulação dos intervenientes do regime.
Aceitaria de bom grado se a justificação do acto barbárie, que vitimou dois ex-ministros e respectivos colaboradores, tivesse sido relacionada com acerto de contas, como é hábito no dia-a-dia da “Cosa Nostra”, mas afinal os revoltosos e conspiradores sucumbiram numa suposta tentativa falhada de golpe de Estado, dizem os governantes do nosso País.
Assisti aquele espectáculo burlesco, pouco inteligente, com um desprezo tal, todo aquele aparato e empenho em justificar que existia a intentona de derrube do governo e do PR, deu-me vontade de rir!
Durante a minha adolescência eu tinha admiração por alguns políticos, aliás pseudo-políticos, ou como querem chamar, a nata intelectual guineense, que afinal de contas não passam de figurantes e pajens de senhores de regime.
Alguém acredita que a intentona resultasse desse modo?
Alguém acredita que se pretende fazer justiça sem recurso à violência habitual por parte destes senhores?
Eu não acredito, ponto final!
Disse-me um amigo, noutro dia, que a Guiné-Bissau é terra queimada, ninguém quer saber dos que lá vivem, dos que lá trabalham honestamente, dos que lá sacrificam todos os dias, com esperança de um dia os filhos poderem ter uma vida melhor. A minha resposta foi que um dia tudo será excelente, eis a nossa esperança!
Devemos fazer uma reflexão profunda sobre o modelo de Estado e participação democrática que pretendemos ter na Guiné-Bissau. Não podemos aceitar que os fins justifiquem os meios, definitivamente não!
Os órgãos de soberania devem funcionar em pleno, deve haver respeito pelas instituições, os governantes, a sociedade civil e os militares devem conhecer muito bem os limites de liberdade e poder de cada um.
A convergência e integração deverão ser conditio sine qua non para uma paz duradoura.
Bem-haja!
* Mestre em Administração e Políticas Públicas; Economista e docente universitário
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