A TRÉGUA DOS COMPADRES
“ Na panhal cu mon”
Por: Isabel Maria da Costa (Nety)
23.09.2008
Tratar-se-á do prelúdio da era primitiva ou será que é o fim?
Contemporaneidade nos acuda!
Ah! Saudoso tempo aquele, em que as amizades tinham de facto razões de existir, frutos de empatia sobre o mais puro estado de espírito, genuinamente brindadas com lealdade sem que obedecessem critérios prévios de status!
Porém, nos dias que correm, é notável a extrema debilidade que os ditos” pactos” apresentam, principalmente os de conveniência, resultando sempre, ou na maior parte das vezes, em fracassos desastrosos. Curiosamente, exemplos extraídos do “primeiro” e do “segundo” mundo! Agora, imaginemos a Guiné-Bissau, onde predominam os “memórias curtas”, em que cada um só pensa em estar bem com quem e quando realmente lhe convém, aliás (filosofia dos que pensam pequeno)!
Entretanto, tudo depende da forma como encaramos as coisas senão vejamos um caso típico da realidade guineense, que vem mesmo a calhar; os célebres contos tradicionais: o professor N`dubá e o N`tori!
Suponhamos, o Cadogo (aprendiz dos sete ofícios na escola do Nino), com talento escondido ou condenado a ser servil com a devida obediência, para mais, em dívida para com o seu “amo“, senhor das mãos pesadas e quentes. Afortunadamente, bem do jeito que ele gosta e sem cerimónias, desencadeia planos diabólicos baseados essencialmente em “ jogos de poder”.
Naturalmente, é conhecido o seu interesse em ”reconquistar ” a obediência e a confiança dos demais. Para tal, recorre às façanhas e ao vale tudo para aceder à postura que antes lhe afeitara requisitos, também válidos para justificar e formalizar a sua reintegração no actual “covil ” que lhe foi confiado em tempo como PAIGC! E Como? Exibindo suas aptidões para manipular tudo e todos, neutralizar ou banir em definitivo os empecilhos se necessário for.
Na mira, encontra-se o Tagme o “astuto”, como medida preventiva administra-lhe (o bálsamo-domador) antecipando-lhe o prazo de caducidade e todos aqueles que ao redor tendem opor-se aos planos que pretende levar a cabo conforme seu bel-prazer. Acreditando que, sem a sua “ bela arte de bem governar ”, a Guiné-Bissau e o PAIGC nunca passarão de meros contos a relatar nos diários! Razão, a ter em conta os objectivos do milénium- Guiness!
Em acção, incumbe-se da missão de desviar a atenção pública para assuntos que julga de facto suscitarem interesses (ex: eleições, novo governo...)! Em tom de ousadia, vem a público expor uma figura triste fazendo-se passar por inocente no caso das movimentações das aeronaves clandestinas dos Latinos americanos que posam seus voos no “ El Bronzeado“, para que dessa, não figure como cabeça de lista de mais um acto ilícito praticado no território guineense, reincidindo integralmente as suspeitas sobres os militares.
Na eminência dos factos, a Guiné-Bissau tramitando por um processo de “adopção” com base em preceitos de “ anexação do território ou província ” por parte de Angola, que por sua vez, como que por direito vê-se obrigada a exercer a sua tutoria mediante a exibição das cláusulas coercivas. Isto, sem falar numa suposta angariação de apoios por parte da Líbia, com intuito de fortalecer os seus alicerces para a batalha final!
Sem escapatórias, e com o “cavalo-marinho” dos angolanos por cima do Tagme Na Waie, esse fica com o “rabo-de-palha” sem margens para manobra. Tendo já sido neutralizadas e fragilizadas suas “firquidjas”, é obrigado a rubricar o “complô ” do golpe de que é acusado o Bubo Na Tchuto. Que a priori, só teria que acomodar por dias breves no seu novo leito e aguardar pelas próximas instruções mas, (dabis tchiu dimás... é ka dal tempu...). A contar, é a sua palavra contra a deles!
Afinal de contas, com quem, porquê e para quê se luta?!!!
Chamar-se-á isto de Regime Democrático?
Tirania, não! Não à tirania!
Dos feitos, e de costas largas reassume o comando como General no activo, materializando efectivamente o controlo sobre os militares das FARP. Por outro lado, sob a “couraça de ferro” restabelece o orgulho ferido e assume a direcção sob falso estatuto do presidente honorário do PAIGC. Nisto, cada um faz a sua parte e tudo fica bonito como era dantes!
Sessão solene, firma-se o memorando de conveniência e ergue-se a forte muralha dos “compadres” sobre o lodo do conluio da pior espécie!
Finalmente, nas suas mãos a custódia das duas forças que sempre manipulou, garantindo assim, o reinado absoluto bem como a sua bela aposentadoria e o futuro dos seus filhos e companhia, que em tempo se lhe haviam escapado por um triz!
Conclusão, todos vivem felizes para sempre, o povo estupefacto, aplaudindo a proeza e a maestria!!!
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