Prof. Joaquim Tavares

J.TAVARES, MD, FCCP, FAASM

joaquim.tavares15@gmail.com

13.09.2010

 

CASO CLÍNICO DE SETEMBRO

Esta fotografia que me foi enviada de Bissau, pode representar uma das 3 situações clínicas (diagnóstico diferencial): Não incluam feitiçaria, por favor!!!

1- 1 - Trauma (guerra de 1998?)

2-   2 Diabetic foot ulcer (úlcera/ferida resultante da Diabetes)

3-  3 - Isquemia arterial

 

Abordando o tratamento de uma das complicações mais devastantes da Diabetes (maioria dos dados tirados de experiência como clínico e consultando o UpToDate (este será um dos sítios em que o nosso Ministério da Saúde pode investir: pelo menos um computador na biblioteca de todos os hospitais, em que os Médicos podem consultar vários sites clínicos diariamente para melhor servirem os utentes; vale a pena investir nisso: pode fazer a “diferença”; Aliás, a “única” diferença entre Médicos do terceiro mundo e outros Médicos, é a facilidade de acesso a materiais de consulta/ medicamentos e novas tecnologias.

O tratamento das infecções do “pé diabético” requer, igualmente, uma atenção especial e permanente, quanto à boa nutrição (vitaminas), antibióticos, bom controlo do nível da glucose (açúcar) e bom equilíbrio de fluidos e electrólitos.

Evitar sapatos muito apertados, limpar as feridas adequadamente; quando as feridas são muito extensivas (abcessos, envolvimento dos ossos, gangrena, etc.), torna-se necessária a cirurgia para evitar amputações.

O uso de antibióticos deve ser guiado pelo resultado da flora encontrada no laboratório e o tratamento dura entre 2 a 6 semanas.

Outros tratamentos adjuvantes (quando disponíveis): vácuo (para facilitar a cicatrização), oxigénio hiperbárico e G-CSF (factor estimulador dos granulócitos)

Geralmente, devido à diminuição da sensibilidade dos nervos sensitivos nos diabéticos (não há dor), qualquer corte ou solução de continuidade na pele, podem passar despercebidos e por vezes a ferida já está muito avançada quando se vai ao médico.

Por isso, mais uma vez, leitores do Contributo que padecem da Diabetes: incluam na vossa agenda anual uma visita de rotina ao Podiatra (os médicos de medicina interna deveriam fazer o exame dos pés pelo menos uma vez por ano; mas sabemos quão atarefados são, preocupando-se com todas as partes do corpo e os pés são sempre esquecidos).

Esqueçam as “pragas”, os ”maus-olhados”, “cortés”, etc. Sejamos práticos, se queremos controlar esta doença e as suas complicações; medidas simples como higiene diária dos pés, inspecção diária dos espaços interdigitais, visita ao médico ao menor sinal de ferida dos membros inferiores - podem salvar muitas vidas e evitar “muita fuga de divisas” para outros países.

Obrigado!

Joaquim Silva Tavares, MD, FACP, FCCP, FAASM

Djoca

DIABETES 22.05.2010

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