CASOS CLÍNICOS: ATENDIMENTOS DIVERSOS
J.TAVARES, MD,
FCCP, FAASM
joaquim.tavares15@gmail.com
26.12.2007
1-
Caso do jovem com derrame
cerebral provocado por consumo de cocaína: faleceu 4 dias depois da admissão,
em plena flor da vida!!!.
Os casos seguintes são um convite à revisão mais pormenorizada por parte de
colegas interessados/as: vou sumarizar os casos, dar o diagnóstico
diferencial, tratamento e imagens; penso que os estudantes ou médicos em
preparação para exames poderão beneficiar com estes casos e aprofundarem as
suas leituras....
2- Uma senhora de 32 anos de
idade, imigrante oriunda do México, apresentou-se com dores de cabeça que já
duravam há 3 anos; nunca procurou assistência médica: tomava aspirina ou
acetaminofeno ocasionalmente para as dores.
Na emergência, um TAC foi realizado, mostrando 2 quistos no lobo frontal
direito, com um desvio da linha média.
Serologia para cisticercosis foi enviada, assim como um MRI (imagem de
ressonância magnética).
D
iagnóstico diferencial
1)
Neurocisticercosis;
2)
Tumor;
3)
Abcesso;
Tratamento
O tratamento foi iniciado com:
1)
Dexametasone
(razão: com o tratamento da neurocisticercosis, com a morte dos organismos, há
um reacção inflamatória que pode causar edema cerebral e convulsões; a
dexametasona deve ser iniciada antes ou concomitantemente com o tratamento
antiparasitário);
2)
Albendazol
(7-14 dias duração);
3)
Para sintomas de
epilepsia, pode-se usar Fenitoina
ou Carbamazepina;
A cisticercosis é endémica no México, América Central, partes de África e Ásia
(mais de 50.000.000 de pessoas infectadas).
Geralmente resulta da ingestão
de carne de porco mal cozida.
3- Um senhor de 59 anos de
idade, veterano da guerra do Vietname, apresentou-se no hospital da Força
Aérea(Nellis Airforce Base) com dor de barriga angustiante, febre e
leucocitosis. Depois de um TAC ao abdómen, o cirurgião militar telefonou-me
para pedir autorização para transferir o doente para o nosso hospital, porque
as dores estavam a aumentar e o doente estava cada vez mais septicémico.
Depois da transferência, realizamos outro TAC e o Radiologista de Intervenção
(Interventional Radiologist) de banco teve que lhe pôr um cateter de drenagem
(as imagens falam por si).
Diagnóstico diferencial
1)
Abcesso hepático;
2)
Ameboma;
3)
Tumor.
Pelo cheiro da drenagem, pensamos que é um abcesso causado por um organismo
anaeróbico, mas ainda estamos à espera dos resultados da bacteriologia; Em
todo o caso, começámos o tratamento empírico com Meropenem, Metronidazol e
Vancomicina (serão escalonados em 48 horas, depois dos resultados finais).
4- Uma senhora de 27 anos,
grávida de 8 meses, de regresso de umas férias em Nova Iorque, apresentou-se
com febre, leucocitosis e tosse produtiva. A pressão na emergência era de
70/40,o pulso=135.
Começamos o protocolo da sepsis (quem estiver interessado, pode dizer, que eu
envio um protótipo de vários protocolos de septicemia e choque séptico).
A radiografia, o sonograma obstétrico e o TAC (Não sei porque fizeram o TAC na
emergência, estariam a pensar em embolia pulmonar concomitante? - Não, é rara
em grávidas).
Gostaria de conhecer casos interessantes ocorridos na Guiné! Imploro a vossa
participação (também quero aprender. É a única forma de ajudarmo-nos uns aos
outros a servir melhor os doentes)!
Obrigado!
ABCESSO
HEPÁTICO
CT
BRAIN
MRI
BRAIN
OBSTETRÍCIA
RADIOGRAFIA
TAC
- PNEUMONIA
VAMOS CONTINUAR A
TRABALHAR!
Projecto
Guiné-Bissau:
CONTRIBUTO
www.didinho.org