CASOS CLÍNICOS DE AVC E MENINGITE

Prof. Joaquim Tavares

J.TAVARES, MD, FCCP, FAASM

joaquim.tavares15@gmail.com

02.03.2008

 

Caso clínico (AVC)

 

Uma senhora de raça negra de 63 anos de idade apresentou-se nos serviços de urgência com a seguinte queixa (história dada pelo marido): Ela estava sentada a ver um debate  entre Hillary e Barack antes das eleições primárias de Texas/Ohio e de repente deixou de conseguir mover o lado esquerdo do corpo, sendo que também estava afásica.

O marido imediatamente chamou os serviços da AMR (american medical response), o nosso INEM; Em 10 minutos a ambulância estava em casa dela e chegou ao hospital 20 minutos depois dos sintomas terem começado.

 

História significativa: Asma, Lúpus, miastenia gravis.

 

História social: Nunca fumou, nunca tomou drogas; bebe bebidas alcoólicas ocasionalmente.

 

Medicamentos; Mestinon, albuterol, aspirina

 

Exame físico pertinente: paralisia do lado esquerdo do corpo e disartria.

 

TAC da cabeça: normal

 

Decisão: depois de consultar o Neurologista, o tratamento foi iniciado com trombolítico (tPA):0.9mg/kg:10% durante 1 minuto e o resto em 60minutos.

 

No dia seguinte, o paciente recuperou 95% da paralisia e recuperou completamente a fala.

 

 

1- Importância de reconhecer os sinais de AVC imediatamente (Se o trombolítico for administrado dentro de 3 horas, há grande chance de recuperação)

 

2-Quando tiverem tempo, podem rever a literatura sobre o tratamento e monitorização do AVC; Indicações e contra-indicações para a administração de trombolíticos.

 

                           

 Caso contraste:

 

TAC de um outro caso de AVC (neste caso, o doente apareceu no hospital mais de 6 horas depois dos sintomas, com isquemia já estabelecida e acabou por falecer.

 

 


 

 

Meningite

 

Uma senhora de 72 anos de idade, de origem Mexicana, foi trazida para os serviços de emergência pela filha porque estava a agir “como doida”: pensava que a avó dela ainda estava viva, que a queriam matar, etc. Nos serviços de urgência, devido à confusão extrema, teve que ser entubada, para proteger as vias aéreas.

 

Historia; normal

Medicamentos: nenhum

Nunca fumou ou bebeu álcool

 

Exame físico pertinente: entubada; temperatura: de 39º centígrados; resto do exame normal.

 

Imagens radiográficas: radiografia torácica, TAC da cabeça: normais

 

Laboratório: Leucocitosis(17000)

 

A punção lombar foi tentada sem sucesso por dois médicos de urgência: na altura o radiologista de intervenção estava ocupado com um outro caso e o doente foi transferido para a unidade de cuidados intensivos.

Fui chamado para consultar o caso: tive a sorte de conseguir fazer a punção lombar: o fluido era turbulento, a pressão de abertura era de 16cm H20.

O tratamento foi iniciado com antibióticos (ainda nos serviços de urgência).

Os resultados das análises ao líquido cefaloraquidiano recebidos até agora: proteína=1518; glucose:3; leucocitos:1160(segm=89%)-nesta altura, pela análise do fluido, sabíamos que estávamos a lidar com um caso de meningite bacteriana (o único medo era: seria um caso de neisseria meningite-extremamente contagiosa e os paramédicos, o pessoal de emergência, a família foram expostos, ou de uma outra bactéria); felizmente, o resultado do antigénio veio 12 horas depois e com resultado positivo para pneumococos).

A doente está melhor e talvez amanhã vou poder extubá-la.

 

Sugestão de leitura: diagnose e tratamento de meningite

                                   Uso de esteroides em certos casos de meningites

                                  Profilaxia em caso de contacto com pessoas infectadas com neisseria meningites.

 


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