CHICANAS EM CONTRAMÃO

Ditador Nino Vieira

 

Por: Djiudigalinha

04.04.2007

 

Do dia 19 de Março a esta data, faz hoje precisamente 17 dias que a Assembleia Nacional Popular (ANP) votou a Moção de Censura que retira confiança ao Governo de Iniciativa Presidencial do General Presidente Nino Vieira chefiado pelo seu "menino de mandadu" de confiança Aristides Gomes.

Foi o finar lógico e previsto de um Governo arrogante, incompetente, impopular e corrupto que desgovernou a Guiné-Bissau, durante mais de um ano.

Como "pauta" de resultados, o (des)Governo de Aristides Gomes, apresenta, um saldo assustador de seis meses de salários em atraso, o descalabro do sector do ensino, a penúria dos hospitais, o incumprimento dos compromissos com os nossos parceiros financeiros internacionais, o "rabata-rabata" do erário público, tráfico de influências, negócios ilícitos, os assassinatos e ajustes de contas... enfim, a institucionalização do Narco-Estado na Guiné-Bissau... Este novo fenómeno na sociedade Guineense, sabe-se ser hoje, a razão do silêncio comprado e do bom relacionamento com os Militares que se tornaram em cúmplices das altas esferas do poder político, donos e senhores do negócio da droga na Guiné-Bissau.

Perante a decisão da ANP, o General Presidente, fez ouvidos de mercador. Não falava, não ouvia e não via. Até nem precisava...porque não é um democrata, não respeita as leis constitucionais, ignora a separação de poderes, nunca teve respeito e nunca se disponibilizou a submeter-se à soberania das decisões emanadas da ANP.

Sob pressão política interna e alguns "puxões de orelhas" de uma parte da Comunidade Internacional (CI), com particular acutilância na mensagem deixada pela Embaixadora dos Estados Unidos na Guiné-Bissau, o General Presidente a contragosto começa a "ouvir" a classe política sobre o que não tinha que ouvir... mas sim acatar as decisões soberanas da ANP e cumprir a Constituição.

Perante este cenário de pressões, começam as chicanas do Ditador para tentar negar a evidência do jogo democrático e a imposição de força do novo xadrez político na Guiné-Bissau... Encurralado na sua própria "koba di timba", pede esclarecimentos sobre certezas e questiona evidências... enfim, faz-se de parvo democrático para ganhar tempo e engendrar a reviravolta no cenário político guineense.

Fazem, regressar à pressa de Portugal o "doente" Augusto Barai Mango, "Presidente Interino do PUSD" para vir tentar o volte face da situação... o golpe de rins ensaiado por esse aborto social e político, saiu pela culatra e deu em NADA, pois o PUSD, tal como os outros integrantes do Pacto de Estabilidade, estão coesos e decididos na defesa dos interesses e anseios do Povo guineense.

Simulando dar mostras de respeitar o jogo democrático, o General Presidente, convoca a duas sequências o Conselho de Estado - que não sabemos para quê, pois não é dado nem achado neste assunto, pois não se trata de uma crise política grave. Depois, convoca os Partidos Políticos como manda a lei..., chama os ex-conselheiros, as suas Misses do Supremo Tribunal, o Tagmé Na Waie..., enfim uma panóplia de "iniciativas" para o inglês ver enquanto vai ganhando forças e traçando estratégias maquiavélicas.

Cada vez mais encurralado, o General Presidente, segundo fonte noticiosa da RFI, mandata o demitido Ministro das Finanças, o Nado Mandinga (um autêntico crápula das finanças públicas) para contrair um empréstimo junto ao CBAO de Dakar, no valor de mais de 2 BILHÕES DE FRANCOS CFA'S, para alegadamente pagar salários...UMA OVA. Trata-se de um empréstimo que se sabe ilegal, de má-fé e destinado a jogos sujos e de interesses políticos, mormente a compra de consciência política e outros fins inconfessos de negócios marginais.

O desespero de não controlar a situação e o receio de se obrigar ao jogo democrático actualmente imposto pelas forças políticas no xadrez político na Guiné-Bissau leva o General Presidente a recorrer a manigâncias e subterfúgios mafiosos de um delinquente membro de Governo já demitido para entrar em expedientes de pura trafulhice política.

Aos intervenientes nessa montagem financeira para financiamento de actos de terrorismo anti-democrático, fica o apelo às suas responsabilidades de caucionar um acto ilícito e corrupto, que sob reserva de legalidade, a sua assumpção pode ser contestada e denegada por qualquer Governo legítimo saído da concertação entre os partidos subscritores do Pacto de Estabilidade Política e Acordo de Estabilidade Governativa.

A todos os guineenses que ciosos da mudança, celebraram efusivamente ou no recato do medo o início do fim da Ditadura que quer ser imposta na Guiné-Bissau, fica o alerta de que, a luta ainda está no inicio, pois o General, tal como no passado recente, não vai ceder NUNCA... e na eminência de se submeter à democracia, preferirá a DITADURA DA GUERRA.

Vamos todos estar vigilantes às manobras do "Saltão"..., porque o cheiro do lodo da miséria e o cheiro de um animal em putrefacção confunde e engana o olfacto..., tenho a certeza que, entre a humilhação de se vergar à verdade, o General Presidente optará pela fuga para a frente, mesmo em contramão, o que pode provocar uma nova GUERRA na Guiné-Bissau.

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

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