Independentemente do que foi dito sobre os acontecimentos de 26 e 27 de Dezembro passado na Guiné-Bissau, e das suas consequências (do acto ocorrido) para a estabilidade do país, para a facilitação de um ambiente de reconciliação e harmonia entre os guineenses, para a confiança e tranquilidade dos investidores, para a garantia, afirmação e consequente reconhecimento da Guiné-Bissau como Estado comprometido com as orientações dos vários Fóruns de que é Estado-Membro, há que reconhecer que, enquanto os actores do poder civil e militar, continuarem a ser os mesmos do costume, ou seja, os que pensam primeiro neles, segundo neles, terceiro neles e nos seus familiares... haverá sempre instabilidade, ajuste de contas e atropelos aos direitos fundamentais da pessoa humana na Guiné-Bissau.

A forma como na Guiné-Bissau se utiliza o poder delegado pelo povo, constitui um obstáculo ao desenvolvimento sustentável do país e uma afronta permanente ao cidadão comum, que necessita de paz, de tranquilidade e estabilidade, para, livremente, exercer a sua influência participativa, num contexto de cidadania, a bem da sua prosperidade e seu bem-estar pessoal e social, assim como, numa consequente contribuição produtiva para o desenvolvimento do país.

São já muitas e sempre repetitivas as encenações, nunca provadas convenientemente, de tentativas de golpe de Estado e outras designações, para justificar uma série de acções suportadas por interesses, sendo que, por conveniência, fala-se do que está à vista de todos, ou seja o acto em presença, mas, foge-se sempre ao que motivou o acto (o burburinho existe) e que, sendo já uma rotina, é omitido pelas autoridades, ou não fossem disputas de um campo de actuação que tem criado convulsões de ordem política, militar e social, de grande envergadura desde há uns anos a esta parte, na Guiné-Bissau.

As estruturas políticas legalmente constituídas - partidos políticos - devem promover mudanças internas, apetrecharem-se de novos valores, pautarem-se pelo interesse nacional e pelo compromisso com os eleitores.

Devem os partidos políticos promover a ética, defender, difundir e enquadrar, em função das suas realidades, valores reconhecidos universalmente como referências do Bem!

A primeira reforma para um melhor serviço ao país, deve acontecer no seio dos partidos políticos!

O maior teste sobre a tolerância democrática, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, deve ser observado, em primeira instância, a nível dos partidos políticos!

Devem, igualmente, os partidos políticos distanciar-se dos quartéis e acabar com as influências visando suporte militar, sempre que resolvem desestabilizar ou derrubar governos legitimamente constituídos.

Aos militares, não basta afirmarem estar subordinados ao poder político. Há que mostrar de facto que assim é!

Com o enorme  potencial dos nossos promissores jovens, continuamos a ter esperanças numa Guiné-Bissau Positiva!

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho