DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NA GUINÉ UM CONCEITO PARADOXO
Carlos
Humberto Butiam Có
carlosunha@yahoo.com.br
07.07.2010
Quando
se fala da distribuição da renda, entende-se isto como a regra de equidade no
que diz respeito a distribuição da riqueza de um país. Como é óbvio a riqueza de
um país mede-se pelo nível de produtividade, segurança, nível elevado da vida,
esperança média da vida, índice da taxa da mortalidade, índice da taxa de
urbanização, grau elevado da Balança Comercial, nível da escolaridade, mais “n”
ingredientes que são compilados para classificar índice de desenvolvimento de um
país.
Ora, o que a Guiné nunca pode ficar de trás, também
faz parte dos países que distribuem as rendas para suas populações, só que no
nosso caso é um conceito paradoxo.
Falando do índice de desenvolvimento humano, a
Guiné faz parte de 172º com menos índice de desenvolvimento humano segundo dado
facultado pelo Banco Mundial-2009, tendo sido apresentado alta taxa de
analfabetismo, com pouco índice de urbanização, aliás melhor dizendo que não
existe, com um rendimento Per Capita de -5U$ (Dólares) por mês que vive uma
família na Guiné, o que demonstra uma miséria total sobre qual vivem as
populações guineenses.
Falando de nível da produtividade da Guiné, tem-se
verificado uma baixa taxa da exportação em detrimento da alta taxa da
importação, o que pressupõe uma situação deficitária na Balança Comercial, visto
que a única produtividade que seria a esperança dos produtores Guineenses era
Castanha de Caju, que por ultimo veio a enfraquecer devido a má política
adoptada pelos diferentes fases ou seja as etapas dos lideres guineenses.
Questiona-se agora: Como é que o Orçamento
Geral do Estado (OGE) é sustentado? Devido a má política da produtividade
adoptada pelos líderes guineenses?
Ora bem; a resposta não parece escura, porque é do
conhecimento de todos nós de que o nosso OGE é sustentado pelas dívidas externas
que futuramente deveriam ser compensadas com reembolso acompanhado com juros,
outrora também são perdoadas. Mas o que ninguém deseja ficar dependendo das
ajudas externas sabendo que a Guiné é um Estado soberano e independente, a
soberania total reside no povo, aquilo que o povo faz e recebe. Quando se diz
que a Guiné é um Estado soberano, pois sim aceita-se porque aquilo terá sido o
slogan que há muito tempo tenha sido a nossa canção, mas o nossa soberania é
paradoxo, porque nos processos da tomada das decisões, os nossos governantes em
primeira mão há que ver os efeitos das decisões se no caso não vão influenciar a
nossa Diplomacia, isto é, se não afectará os nossos parceiros financeiros, logo
a partida a soberania totalmente não existe, é preciso botar fogo nisto, mas
como?
Essas fortes relações que o nosso Estado tem para
com os Parceiros Internacionais (PI), não vão fortificar as politicas internas,
devidas as prioridades dos sectores chaves que o Governo tem e que nem sempre
coadunam com as de PI.
É de relembrar que a Guiné tem a tarefa de
minimizar a pobreza e resolver rapidamente o problema de droga que ainda
constitui a imagem negativa na diáspora.
O tema fulcral deste artigo, vem na base daquilo
que é a matemática estatística que diz a respeito da média, o que significa a
influência positiva e negativa dos resultados tidos. Quando se calcula uma média
dos alunos de uma turma sempre se encontra com os resultados manipulados, quando
a média é extremamente baixa, diz-se que a turma tem tido resultado fraco, mas
pelo contrário não, porque se vamos estudar detalhadamente os resultados
individuais, vamos encontrar estudantes com um bom resultado apresentado, isto
é, acima da média e estudantes com péssimo resultado apresentado, isto é, abaixo
da média. Para isso, diz-se conceito paradoxo de distribuição dos resultados dos
alunos de uma turma.
Fazendo a comparação do exemplo atrás deixado com a
distribuição da renda (riqueza) provenientes da produtividade económica da
Guiné, também tem sido Conceito Paradoxo, porque dizem-se que as populações
guineenses vivem-se com uma média de -5U$ (Dólares) mensal, nas suas
maiorias, vivem de ajuda proveniente do exterior sustentada pelos familiares
imigrantes, caso específico das etnias manjacas e fulas que normalmente mais
fazem esta prática.
Uma questão aos caros leitores,” será que
isto é verdade?”
A resposta é subjectiva, pelo meu entender, acho
que é paradoxo, porque na média de 1.650.000 habitantes nem todos vivem
com essa média apresentada, sabendo que temos “djintões” (as pessoas clássicas)
na praça de Bissau que vivem com uma média mínima de 100 U$ (Dólares), e
o resultado proveniente dos seus salários não apresenta este carácter, mas se
formos analisar pormenorizadamente o rendimento destes “djintões” de Bissau
chegaremos a conclusão de que muitos estão envolvidos nos actos ilícitos que
provavelmente acarretam uma elevada margem de rendimento, ora bem, não há ou não
funciona auditoria aqui em Guiné, para avaliar as fontes de rendimento dos
funcionários públicos e a proporcionalidade dos bens materiais que eles têm.
Pode-se até confundir de que todos nós andamos de
toca-toca ou taxe, todos nós comemos uma vez por dia, todos nós frequentamos o
mesmo mercado, todos nós assistimos o mesmo espectáculo, todos nós frequentamos
a mesma escola, todos nós temos o mesmo tratamento perante a justiça, todos nós
recebemos o mesmo salário, todos nós temos igual tratamento nos hospitais, etc.
Na verdade não há igual tratamento para todos, tendo em conta nível e estatuto
académico que cada um apresenta, pois cada qual deve e merece receber de acordo
com aquilo que está produzindo, isto sim, se diz a evolução da capacidade
intelectual em proporcionalidade ao mérito recebido, é isto que todos nós
queremos, trabalhar para ganhar um incentivo correspondente ao trabalho
prestado. Assim o rendimento proveniente deste trabalho também é contabilizado
na Balança Comercial (BC) para poder elevar o nível de rendimento económico do
país, mas aqui não, vimos que a capacidade intelectual é um dos recursos a
produção que é desperdiçado na produtividade guineense, mas quando não deveria
ser. Sem tirar mérito os estadunenses apesar de tantas invasões e políticas
dominantes que detenham, mas privilegiam o serviço terciarizado pela capacidade
intelectual.
Para tapar essas lacunas, o governo deve incentivar
os investimentos e atrair os serviços prestados pela capacidade intelectual
através de uma política que vai atrair os recursos intelectuais na diáspora e
não só, como estamos falando das reformas nos diferentes sectores da instituição
pública, convém que isto seja uma realidade, mas primeiramente há que ver como
planear para que essa reforma seja condigna sem atritos políticos. Baseando na
filosofia de Max Weber Colocar o homem certo no lugar certo e na hora
certa para melhor resultado esperado, só assim, criaremos um bom
rendimento em todos sectores que eventualmente deverão ser distribuídos de uma
forma equitativa para que todos os guineenses sintam orgulho de viver nessa
nossa terra querida da pátria de Amílcar Lopes Cabral.
Ver vamos…
VAMOS CONTINUAR A
TRABALHAR!
Associação
Guiné-Bissau
CONTRIBUTO
associacaocontributo@gmail.com
www.didinho.org