14.11.2010

 

 

Editorial de Novembro

Depois de 2 semanas interessantes com argumentos sobre a Constituição da República, agora mais do que nunca, não estou nada arrependido de não ter optado por cursar Direito!

 

Foram 4 semanas muito interessantes desde o nosso último Editorial e gostaria de abordar alguns pontos que, espero, sejam de interesse para os visitantes deste nosso Parlamento/Congresso/Conferência Científica virtual que é o Contributo.

 

1 - As eleições legislativas terminaram e, como esperado, o Partido Republicano ganhou a maioria na “House of Representatives”, mas o Partido Democrático conseguiu reter a maioria (magra) no Senado!

 

Como tinha dito no Editorial anterior, absolutamente, não queria ver a Sharon Angle a destronar o Harry Reid como representante no Senado pelo Estado de Nevada;

 

As ideias dela:

a) Os EEUU deveriam reconsiderar a sua participação na ONU;

b) A Segurança Social deveria ser privatizada;

c) Se estás desempregado, é porque não queres trabalhar;

d) O plano de "Saúde para todos" do Obama é um caminho para o comunismo;

e) Os hospitais não devem prestar cuidados a filhos de emigrantes ilegais... e a lista não acaba aqui...

 

Com o apoio de companhias de seguros de saúde, multinacionais etc., ela conseguiu angariar mais de 14 milhões de dólares para financiar a sua campanha.

 

Felizmente, o meu mentor Harry Reid (há dez anos atrás, quando decidi trabalhar em Las Vegas, com o arrastar da minha situacão de residência permanente devido a burocracias, foi ele que com um telefonema, resolveu a minha situacão em menos de 1 hora!!! E no fim, quando lhe fui agradecer, as palavras dele ainda ecoam na minha cabeça: "não podemos perder um talento como tu!!!"

 

Com o apoio das minorias negras, hispânicas e dos sindicatos, conseguiu derrotá-la e malograr os intentos dos republicanos em conseguirem o troféu mais cobiçado: destronar Harry Reid e ganhar a liderança no Senado.

Job well done Senator Reid.

 

2 - Vasculhando na Net, deparei com uma “história” de 3 Africanas no Brasil: com agradável surpresa, uma delas era a Dulcelina Perdigão (Note), que já não contactava há mais de 25 anos!

 

Definitivamente, a vida dos guineenses na diáspora é feita de sacrifícios, dificuldades de todo o tipo; mas, com perseverança, trabalho árduo, chegamos ao nosso destino. Sei que tudo o que contam nessas historias é verdade, porque fui testemunha de uma dessas histórias.

 

Em 1992, quando fui à Guiné assistir ao funeral do meu pai, contactei o Nené Macário e ele deu-me o contacto telefónico da Note; quando regressei a Queens (New York), liguei para o número no Brasil e nunca mais me vou esquecer da atitude horrível do senhorio (landlord) quando lhe disse que eu era um amigo da Dulcelina e queria falar com ela: "Já lhe disse para não dar este número de telefone a ninguém; ela não pode falar com ninguém neste telefone" (e, mesmo depois de lhe ter explicado que era um telefonema de longa distância e que já não falávamos há mais de 10 anos e que era importante), ele somente disse que não era problema dele e desligou!!!!

 

Junto o recorte do texto sobre as nossas 3 heroínas (Guiné, Cabo-Verde e Angola) - Estamos orgulhosos de ti Note: nada pode parar o (a) Guineense quando quer voar mais alto...!

 

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3 - A minha experiência no novo hospital tem sido gratificante: muito trabalho, muitas horas, mas tenho tido a oportunidade de aumentar ainda mais o meu saber em medicina, aperfeiçoar as minhas técnicas e conviver com os extremos da condição humana; Depois de 2 meses a trabalhar aqui, lá ganhei o título de “Médico do Mês” que as Enfermeiras e a Administração dão a Médicos que se distinguiram pela excelência no trabalho, no tratamento dos doentes, na destreza com intervenções nos cuidados intensivos médicos, neurocirúrgicos e cardiovasculares. Junto a minha fotografia (mal tirada) e também uma fotografia das 2 enfermeiras que foram distinguidas. “The sky is the limit...”

 

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4 - Uma palavra para os pais dos primeiros premiados no campo da Educação e Actividades circum-escolares. Fiquei impressionado pela maneira como se alegraram com os prémios dos seus descendentes e como as incentivam para se cursarem; Dá-me orgulho ver que os pais guineenses na diáspora dão valor à Educação; Assim nos ensinaram na Guiné, nos tempos da ingenuidade, em que os nossos pais nos incentivaram (por vezes à pancada) a brilhar na Escola; Estamos todos de parabéns e espero que os nossos descendentes aqui nos EEUU brilhem como estrelas no Céu. Aqui estaremos para vos apoiar!

 

5 - Revisitando a Cólera: Haiti e Nigéria estão a defrontar outra vez esta calamidade que não deveria existir, se qualquer governo que se interessa pelos problemas das suas populações implementasse o saneamento básico (como o nosso colega Alberto Lopes brilhantemente expôs num artigo passado);

 

Educação das populações em relação à higiene pessoal, água potável etc.;

Para mais revisões sobre a cólera:

A CÓLERA  17.11.2007

A CÓLERA - 2ª PARTE  18.11.2007 

 

6 - Aproveito a oportunidade para também compartilhar algumas fotografias antigas (uma minha de 1970, aquando da comunhão solene na Sé Catedral de Bissau e que pode interessar

a alguém também nessa fotografia, para guardar no seu álbum pessoal).

Vou mencionar os nomes daqueles de que me lembro; os outros, que me perdoem, já lá vão 40 anos...

 

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Primeira fila: Djoca, Tomás, Fernando Branco, ------ , ------.

Segunda fila: Cacuto, Eduíno, ------,Carlos Lopes (Litos), Humberto, ------

Terceira fila: Abel Soares, ------, Estêvão, ----------  

 

Mais fotografias, que fazem parte da Biografia do Chico Fos e que não consegui enquadrar na altura.

 

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7 - Para terminar, uma estudante de enfermagem no Brasil, pediu-me para comentar sobre um caso interessante e que vou analisar na secção "Temáticas da Saúde".

 

Um abraco a todos e Viva a Guiné!

 

Djoca!