EducAcção para a Democracia
Umarú Baldé * 11.04.2013 Antes de entrar no desenvolvimento deste tema, gostaria de felicitar a todos aqueles que se envolveram na busca de soluções para a saída da crise na Guiné-Bissau. Agradecer aos amigos de boa vontade pelo brilhante gesto de solidariedade para com os utentes do hospital Nacional Simão Mendes, ao Instituto Ricardo Sanhá e toda a equipa médica que se deslocou a Bissau. Não é minha função ou propósito defender quem quer que seja. Porém, como cidadão atento às suas responsabilidades, penso que devo pronunciar-me a respeito da actual situação em que se encontra o nosso país. Remetendo esta análise numa perspectiva educacional, pois claro. No entanto, considero perfeitamente normal dentro de um quadro de liberdade de pensamento e de opinião, que haja alguém que observe e analise a questão de uma maneira diferente, por forma a encontrarmos a solução definitiva do problema. Todavia, continuo fiel ao preceito de que o diálogo é a melhor via para se encontrar soluções em matérias tão delicadas e complexas como por exemplo, no caso do último acontecimento que originou mais uma crise na Guiné-Bissau, pois não concordo com aqueles que defendem “matar o doente com a cura”. Convido a todos os guineenses para refletirmos seriamente sobre as ameaças que pairam sobre a nossa soberania e sobre o futuro do nosso país, mas principalmente refletirmos sobre as oportunidades que temos para juntos construirmos um país melhor. Sucede que nós enquanto sociedade e enquanto Estado/nação temos funcionado muito mal por razões que a própria razão desconhece. É nesse contexto que considero fundamental o papel da educação. Aliás, como se sabe, os sistemas educativos são os principais responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer país. Dado que, o sistema Educativo é um conjunto de meios (humanos, financeiros, materiais) pelo qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia permanente da acção formativa, orientada para facilitar o desenvolvimento da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade. (Lei de base de sistema educativo da República Portuguesa) Assim sendo, cabe a todos os “stakeholders” pensarem numa educação capaz de promover o desenvolvimento de atitudes cívicas positivas baseadas no respeito pelos valores da democracia. Entretanto, parece-me importante salientar o facto de existir uma relação intrínseca entre a democracia e a educação, na medida em que a democracia é o regime político que mais interesse manifesta pela educação, pois sendo um regime que defende a liberdade de escolha e o direito de participação na vida colectiva, a sua sobrevivência está directamente ligada com a capacidade de educar as novas gerações para a tomada de consciência cívica num contexto de mudanças como foi defendido por John Dewey (1916/97) Democracy and education Dewey conclui que a Democracia é muito mais de que uma forma de exercício de poder, é um modelo de vida. No caso da Guiné-Bissau, a Educação não deve ser meramente de ensinar, mas sobretudo de educar. É necessário que a escola faça com que os alunos aprendam a dialogar, a respeitar as opiniões de uns e de outros, procurando destacar em cada mensagem o que nos une e distanciar-se do que nos divide a bem de todos os Guineenses. Sosso kanánhô fá… Nhô kana sosso fá… * Mestre em Ciências de Educação pela Universidade de Lisboa TEMOS OU NÃO CARTA EDUCATIVA? Umarú Baldé 14.08.2011 ENSINO PRIVADO NA GUINÉ-BISSAU: SOLUÇÃO OU PROBLEMA? Umarú Baldé 07.05.2011
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