EM DEFESA DA SEGURANÇA E, DA VERDADE...! (4)

 

"Foi um acto muito próximo dos actos de terrorismo, portanto, que tem exactamente os mesmos objectivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas"."  Rui Machete - Ministro  dos Negócios Estrangeiros de Portugal

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

16.12.2013

Hoje é o capítulo nº 4 relativo à questão dos "74 sírios" apenas para confirmar a falta de seriedade das autoridades de Portugal, relativamente ao que, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal afirmou ter estado "próximo de terrorismo".

Então, vai-se a Bruxelas, capital da Europa comunitária, fazer afirmações gravíssimas, sem levar provas para apresentar aos parceiros europeus, denegrindo a imagem de um Estado soberano, do seu povo, considerado irmão e inserido na mesma comunidade lusófona?

Estão a querer "comprar" uma invasão militar à Guiné-Bissau, depois de várias tentativas falhadas desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012?

Se nos têm tentado baralhar ora com a questão da coação por parte dos militares guineenses à tripulação da TAP; ora com os documentos falsos dos sírios, o que nem de perto, nem de longe foi sustentado com provas, como pode o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, falar em terrorismo?!

Certamente, para provocar reacções que promovam uma acção militar concertada, no âmbito da NATO contra a Guiné-Bissau, o que seria a pior das decisões, vamos alertando...

Se esteve próximo de terrorismo, porque então os sírios foram bem recebidos, estão a ser bem tratados e até, há condescendência por parte do Ministro Rui Machete para com eles...?

O lobo mau é a Guiné-Bissau?

O lobo mau são os guineenses?

Mas que falta de seriedade!

O que pensam os intelectuais guineenses sobre esta conspiração contra o nosso país e povo?

O que pensam os candidatos presidenciais que se têm desdobrado em visitas a Portugal, sobre esta conspiração contra o nosso país e o nosso povo?

O que pensa a Sociedade Civil da Guiné-Bissau sobre esta conspiração contra o nosso país e povo?

O que pensam os políticos sobre esta conspiração contra o nosso país e povo?

O que pensa o nosso povo sobre o destino cruel que lhe está a ser traçado?

Vamos aceitar as acusações infundadas, porque as autoridades portuguesas julgam que somos ignorantes, incompetentes, sem raciocínio e visão das coisas?

Lá porque estamos divididos por questões nossas, vamos continuar a permitir estes abusos que outros povos como nós não permitem?!

Até parece a encenação que permitiu o ataque ao Iraque, quando se "inventou" que possuía armas de destruição maciça, que não tinha...

Tantas conspirações ocidentais pelo mundo fora, sem provas, culminando em invasões, destruições e matanças, para benefício dos seus interesses...

Que terrorismo, Sr. Ministro Rui Machete, quando há relatos de testemunhas que viajaram nesse voo?

É este Portugal, o da mentira, da calúnia, apostado em destruir um país e o seu povo (Guiné-Bissau e os guineenses) que o Sr. Ministro representa?

Está na hora de os guineenses deixarem de ser brandos e começarem a reagir, tal como os angolanos fazem relativamente aos órgãos de poder portugueses!

Considera-se a Guiné-Bissau tudo, menos um Estado, mas ainda assim, fez o que lhe competia, ou seja, criar uma comissão de inquérito para apurar as causas e responsabilizar quem de direito envolvido neste caso.

Portugal que se julga um país Europeu, nem se dignou a questionar sobre a veracidade de acusações questionáveis, optando por desprezar um Estado soberano e, faltando ao respeito aos cidadãos guineenses e luso-guineenses, por uma postura inaceitável nas relações entre Estados e povos!

Os guineenses devem aprender com esta crise e não é de agora que temos estado a demonstrar o quanto somos minimizados/desprezados no contexto lusófono (eu avisei...), tão simplesmente porque sabem que, o guineense não se deixa "montar".

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

 INCIDENTE DA TAP ESTEVE "PRÓXIMO DE TERRORISMO"

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje que o incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa em 10 de Dezembro esteve "muito próximo dos actos de terrorismo".  "Foi um acto muito próximo dos actos de terrorismo, portanto, que tem exactamente os mesmos objectivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas", afirmou Rui Machete em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem do Conselho de Negócios Estrangeiros, O chefe da diplomacia portuguesa adiantou ter feito uma intervenção sobre o caso na reunião e que todos os parceiros europeus partilham da "preocupação" do Executivo português, referindo ainda que espera que a Guiné-Bissau "dê garantias suficientes" para que a ligação aérea, que foi suspensa, possa ser retomada. Rui Machete revelou ainda que quase todos os 74 presumíveis cidadãos sírios com passaporte falso que chegaram a Lisboa a bordo do voo da TAP, na semana passada, já pediram o estatuto de refugiado e que estes estão a ser analisados "caso a caso". O ministro acrescentou haver "indicação clara de que os sírios que vieram, que fugiram de uma situação difícil, e que estavam a viver, presume-se, na Turquia, pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização" com pessoas "ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau". Rui Machete referiu que esta situação "demonstra a fragilidade da situação política" na Guiné-Bissau, actualmente com um Governo transitório não reconhecido por Portugal, e disse esperar que as eleições previstas para 16 de Março possam ser fiscalizadas pela União Europeia. Lusa/SOL Tags: Ministro dos Negócios Estrangeiros, TAP, voos, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guiné Bissau, Política, Rui Machete http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=94957