Eng.º JOÃO CARDOSO - EM NOME DOS INTERESSES E COMPROMISSOS DO FALECIDO PRESIDENTE JOÃO BERNARDO VIEIRA

Está na hora de mudar, está na hora de todos falarmos, de todos dizermos o que pensamos, de todos também poderem defender-se, quando acharem que o que se diz deles não corresponde à verdade.

Temos que aceitar as diferenças, temos que saber reconhecer os nossos erros, as nossas falhas, as nossas carências. Temos que pedir desculpa ao nosso povo quando esse mesmo povo, através de várias vozes, mostra-nos a sua indignação pelos nossos actos negativos, por terem directa ou indirectamente prejudicado a Guiné-Bissau e os guineenses.

Para ajudarmos os políticos, temos que lhes dizer a verdade, mesmo que seja a nossa verdade, mas é sempre uma alternativa para que não pensem que, para além deles, mais ninguém pensa.

Por outro lado, eles devem ser humildes, ter respeito pelas opiniões que são produzidas sobre eles, pois só assim poderão melhorar as suas posturas e ir de encontro ao que se pretende deles. Caso contrário, jamais conseguirão libertar-se da tendência demagógica. Didinho

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

16.06.2009

Conheço o Eng.º João Cardoso desde os meus tempos de juventude e sempre ouvi dizer que foi um aluno brilhante nos seus anos de estudante.

Quadro de reconhecida capacidade na sua área de formação, engenharia electrotécnica, teria sido mais útil à Guiné-Bissau actuando nos sectores técnicos e ao mais alto nível, tal como se iniciou na governação.

Uma relação de amizade com o falecido Presidente João Bernardo "Nino" Vieira fez com que passasse a ser o seu "homem de confiança", principalmente no período da guerra civil de 98/99 e, posteriormente, aquando do regresso de Nino ao poder em 2005.

O Eng.º João Cardoso é uma figura a quem, directamente, não são imputadas responsabilidades pelo estado em que se encontra a Guiné-Bissau, mas, por ter sido homem de confiança do falecido Presidente Nino Vieira e seu Chefe de Gabinete, não escapa a uma ligação de cumplicidade, baseada na subserviência, na indiferença e no silêncio, perante os males que caracterizaram o regime de João Bernardo "Nino" Vieira.

João Cardoso só teve coragem para se candidatar a estas eleições presidenciais, porque contrariamente a outras figuras da relação de Nino Vieira, o seu nome nunca fez parte das disputas político-partidárias, facto que o poupou de acusações e responsabilizações. No entanto, do candidato João Cardoso, conhecedor dos dossiês Presidenciais da era Nino Vieira e, por assim dizer, de muitos segredos, entre crimes de sangue, corrupção e narcotráfico, não se espera apenas a apresentação de uma candidatura, o Manifesto Eleitoral e o Programa de Campanha.

O Eng.º João Cardoso deve explicar aos guineenses o porquê de se ter mantido fiel ao ditador João Bernardo Vieira ao longo de tantos anos, assistindo indiferentemente às matanças e às perseguições de cidadãos nacionais; ao delapidar do património público guineense; à promoção da corrupção; à introdução do narcotráfico na Guiné-Bissau etc. etc.

O Eng.º João Cardoso que hoje, tal como os outros candidatos, também diz querer o melhor para a Guiné-Bissau e para os guineenses, não pode estar esquecido de que, se realmente quisesse o melhor para a Guiné-Bissau e para os guineenses, de duas, uma: ou teria conseguido aconselhar o Presidente João Bernardo Vieira a ser um Presidente digno das suas responsabilidades, ou, vendo-se incapaz de convencê-lo, deveria ter terminado essa relação, pois o falecido Presidente, enquanto Presidente da República, nunca defendeu os interesses da Guiné-Bissau e nunca serviu os interesses do povo guineense!

O Eng.º João Cardoso preferiu, no entanto, continuar sempre fiel a Nino Vieira, a quem na verdade, presta homenagem com a apresentação desta candidatura!