ESTE NATAL SERIA DIFERENTE....
Por: Fernando Casimiro (Didinho)
24.12.2006
O Mundo, pelo simbolismo que ultimamente tem caracterizado a referência da quadra festiva do Natal e também do novo ano aclama em sintonia que: O Natal devia ser todos os dias!
Uma referência abrangente, que soa bem em qualquer ambiente representativo da sociedade em que a HUMANIDADE se insere como um todo, mas que, na verdade, não tem sido, não é assim!
Esta constatação que exprime um desejo, mas nem sempre uma vontade, define por ela própria a atitude mesquinha resumida num egoísmo característico, por vezes reconhecido, mas nem sempre aceite pelo Homem, que por se definir como um ser humano sujeito à acção do pecado, se define, igualmente, como merecedor do perdão quando comete o pecado.
Concordo e desejaria que o Natal fosse um acontecimento quotidiano, de todos os dias, para que isso não nos fizesse reflectir (apenas durante a quadra natalícia) sobre os milhões de seres humanos que, mesmo sabendo o significado do Natal, não sentem, não vivem a mística e a realidade do Natal.
Ao reflectirmos sobre esses milhões de seres humanos, estamos a constatar a realidade nua e crua do desequilíbrio de posições, dos degraus sociais na generalidade, que existe no Mundo e entre os Homens.
Estando a constatar essa triste realidade, estamos a reconhecer que algo está mal e deve ser mudado, mas ao desejarmos simplesmente durante a quadra natalícia, que o Natal seja um acontecimento quotidiano, não estaremos provavelmente a dar o melhor CONTRIBUTO para que este desejo se enraíze na extensão tempo/espaço por forma a alimentar uma vontade comum para apoiar uma causa comum em que o Homem, o Próximo, é o denominador.
Julgo que devemos todos, durante todo o ano, dia após dia, fazer referências e acções ao "Natal Quotidiano" para que haja mais realismo na interpretação e divulgação da mensagem, bem como, para que ela chegue a mais lugares deste Mundo.
ESTE NATAL SERIA DIFERENTE....
Se hoje estivesse na minha terra
este Natal seria diferente
reuniria os meus irmãos
e de porta em porta dos donos do poder (não da terra)
entregaríamos a nossa fome e a nossa sede
Se eles têm e podem,
devem repartir com os que não têm,
com os que não podem matar a fome e a sede...
Se hoje estivesse na minha terra
este Natal seria diferente
levaria os meus irmãos à rua e a despesa
seria por conta dos donos do poder...
Se estivesse na minha terra
este Natal de rua seria o meu dia-a-dia...
Fernando Casimiro
24.12.2006