Guiné-Bissau:
Eleições marcadas para 12 de Outubro
Kumba Yalá anunciou hoje, para 12 de Outubro 2003, as eleições legislativas na Guiné-Bissau que, por duas vezes tinham sido adiadas (20 de Abril e 06 de Julho).
Convocando os partidos políticos para consultas, o reles ditador esqueceu-se do termo consultas e comunicou a nova data para as eleições, sem ter ouvido quem quer que fosse, envolvendo-se de seguida num rol de perguntas e respostas de baixo nível, como é seu hábito, com os representantes dos partidos que compareceram na dita audiência.
Venho alertando para a passividade/brandura das Nações Unidas em todo o processo de acompanhamento da situação na Guiné-Bissau, principalmente depois da dissolução da Assembleia Nacional e, das sucessivas marcações e adiamentos das eleições legislativas.
O que aconteceu hoje e muito particularmente em relação às referências directas ao PAIGC, por parte de Kumba Yalá e em que o tom ameaçador e desprezista se lamenta e se condena, vem dar razão à minha opinião de que as Nações Unidas precisam rever toda a sua actuação relacionada com a Guiné-Bissau e já!
Caso contrário, também serão responsabilizadas no que porventura vier a suceder ao país e ao seu povo. Lembro que as Nações Unidas fizeram deslocar uma numerosa delegação do seu Conselho de Segurança a Bissau (27 e 28 de Junho) que, ainda nem se pronunciou sobre a sua missão e Kumba Yalá já "dispara" à sua maneira, mostrando que ele é que dita as regras do jogo e que ninguém lhe vai dizer, ainda mais, no próprio país, o que deve ou não fazer.
As Nações Unidas, continuam sem posição de "força" e estão se esquecendo que, quanto mais se arrastar o processo eleitoral na Guiné-Bissau, maior será a catástrofe por que passará o povo guineense; ou se esquecem que por exemplo, a função pública não recebe ordenados há mais de dez meses?!
Em que país se pode viver e trabalhar, sem receber ordenados todo este tempo e, para mais quando a maioria da população laboral está vinculada ao Estado?! Se a Comunidade Internacional puder fazer algo pela Guiné-Bissau, então que o faça já! Caso contrário, que assuma desde já o seu falhanço.
A Guiné-Bissau é um Estado membro das Nações Unidas, por isso, se os seus governantes não cumprirem com os princípios da Carta das Nações Unidas, têm que ser responsabilizados.
Haverá quem faça isso? Quando e como?!
Deixo a resposta às Nações Unidas...
Fernando Casimiro (Didinho)
30-06-2003 17:01