FALAR DA GUINÉ-BISSAU COM IGNORÂNCIA E EM JEITO DE DESFORRA...
Fernando Casimiro (Didinho) 17.09 2014
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Dr. Rui Machete, continua a falar do que não sabe e do que não deve, porquanto a Guiné-Bissau, ser um país soberano, tal como Portugal.
Através de declarações à Imprensa, intituladas "Substituição de líder militar da Guiné-Bissau dentro de rota prevista", http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=767389&tm=7&layout=121&visual=49 Rui Machete, uma vez mais, na minha opinião, desconsiderou um Estado Soberano e Membro da CPLP, a Guiné-Bissau e todo o seu povo! E se um dia governantes e políticos da Guiné-Bissau ou de outros países da CPLP ou não, se decidirem por pronunciamentos sobre assuntos portugueses, em fóruns que nada têm a ver com Portugal...? O que pensarão e, ou, dirão os portugueses sobre isso? Onde está o respeito pela soberania dos Estados?! Porque é que as autoridades portuguesas se insurgem de imediato sobre assuntos da Guiné-Bissau, mas nunca sobre assuntos de outros Estados-membros da CPLP se é que de uma questão de solidariedade comunitária se trata? Dúvidas...?! Vejamos o caso de Moçambique...
Mas é claro que tudo isto acontece apenas e só, porque os guineenses permitem que aconteça... Desde 1974, com o fim do fascismo em Portugal e com a independência das ex-colónias africanas, que espero e desejo que políticos e governantes portugueses se pronunciem sobre os danos/prejuízos da colonização para os países africanos lusófonos, seja qual for a perspectiva de análise... Há 41 anos que espero por um reconhecimento oficial de políticos, governantes e do Estado português, pelos valores da cultura de libertação promovidos pelos movimentos de libertação das ex-colónias e que, foram os verdadeiros alicerces da ponte que projectou a derrocada do regime fascista em Portugal. Há 41 anos que espero e desejo, de políticos e governantes portugueses, reconhecimento/destaque oficial por figuras africanas ímpares da lusofonia, líderes de alguns dos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas, assassinados ainda durante o período da guerra de libertação, casos por exemplo, de Eduardo Mondlane (Moçambique) e de Amilcar Cabral (Guiné-Bissau e Cabo-Verde)... Pelos vistos a lusofonia, no contexto geográfico africano só produziu "terroristas"... A 12 de Setembro passado, saudou-se o 90º aniversário natalício de Amilcar Cabral, assassinado a 20 de Janeiro de 1973 em Conacri. Em Portugal, não houve nenhuma referência sobre o facto e, muito menos, algum pronunciamento do nome e da importância de Amilcar Cabral, para os povos da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde, já para não falarmos de outros povos, incluindo o povo português, nem mesmo por parte do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Dr. Rui Machete... Mas perante a exoneração do ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, General António Indjai, surge do nada o Sr. Ministro Rui Machete, algures em Madrid, a pronunciar-se sobre acontecimentos na Guiné-Bissau, que ainda não foram devidamente esclarecidos e, de forma ignorante. Ignorante, porquanto o ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, General António Indjai, não ter assumido essas funções decorrente do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. O General António Indjai já era Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, de um Governo legitimado nas urnas, ainda que, o processo da sua nomeação (a exemplo do que agora se está a verificar) não tivesse sido transparente! E para além disso, apenas o General António Indjai foi exonerado, sendo que os Chefes dos Três Ramos das Forças Armadas também são figuras de um processo de continuidade até agora... Estarão eles também na calha da exoneração, tendo em conta as declarações do Dr. Rui Machete...?! Não deveria haver, entre os guineenses, uma abordagem sobre esta questão (tendo em conta a Paz e a Estabilidade) que muitos assumem com naturalidade, face a uma sustentação constitucional, que, todavia, também carece de transparência no seu processo de efectivação institucional...?! Será que interesses externos estão a impingir às novas autoridades guineenses orientações radicais de um claro confronto entre o poder civil e as Forças Armadas , ao jeito de "esticar a corda..."? A Guiné-Bissau precisa de Paz, Senhor Dr. Rui Machete... Quando é que das autoridades portuguesas surgirão verdadeiras/honestas contribuições; posicionamentos de incentivo, em prol da união, da fraternidade e do compromisso dos guineenses, para com a Guiné-Bissau, rumo à paz, à estabilidade e ao desenvolvimento?! Por favor, falem apenas do que sabem e, do que não sabem, perguntem a quem sabe, antes de se pronunciarem... Na Guiné-Bissau quando chega o Golpe de Estado final, já muitos golpes institucionais aconteceram e, por via disso, se torna fácil a concretização do Golpe de Estado final. Temos que evitar os diversos golpes de Estado na Guiné-Bissau! A vida só tem sentido se, para além de nós, outros também puderem viver...Didinho Não me limito a fazer só a minha parte! Tento, igualmente, incentivar cada um a fazer a sua, em função da sua consciência, compromisso e responsabilidade para com o país e o Mundo. A SOLIDARIEDADE é um gesto nobre, o maior e o mais sentido! A INDIFERENÇA contraria o espírito e o conceito de SOLIDARIEDADE, por isso, sou contra a INDIFERENÇA e lamento pelos INDIFERENTES! Por nós próprios, porque ninguém vive sozinho neste mundo, sejamos SOLIDÁRIOS! Didinho A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
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