ACUSAÇÕES, AMEAÇAS
E DEPOIMENTOS DE ANTÓNIO INDJAI E BUBO NA TCHUTO
ANTÓNIO INDJAI
- ENTRE A ESTUPIDEZ E A
IGNORÂNCIA
António
Indjai nomeado chefe das Forças Armadas
Bissau, 25 jun (Lusa) -- O
Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, nomeou hoje, por
proposta do governo de Carlos Gomes Júnior, o major-general
António Indjai como chefe das Forças Armadas do país.
"É o major-general António Indjai nomeado
chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas", refere o
decreto presidencial enviado à agência Lusa.
O mesmo decreto exonera do cargo da chefia
militar o almirante Zamora Induta.
O
Governo da Guiné-Bissau, na pessoa do Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior,
traiu hoje, todos os esforços da Comunidade Internacional, com vista à reposição
da legalidade constitucional na Guiné-Bissau, pós levantamento militar de 01 de
Abril passado, ao propor António Indjai, líder desse levantamento militar, para
novo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Uma proposta humilhante para o povo da Guiné-Bissau,
ameaçado de actos de barbaridade por António Indjai e Bubo Na Tchuto no dia 01
de Abril de 2010, aquando do levantamento militar.
Uma proposta humilhante e uma afronta à Comunidade
Internacional em geral e, particularmente à União Europeia e aos Estados Unidos
da América, que, ontem mesmo, através da sua Embaixada no Senegal emitiu um
comunicado alertando as autoridades da Guiné-Bissau sobre a questão da nomeação
das chefias militares.
É certo que o processo de nomeação de qualquer entidade
guineense a nível das instituições da República da Guiné-Bissau é da inteira
responsabilidade das autoridades guineenses, mas...o comunicado dos Estados
Unidos da América é suficientemente esclarecedor a todos os níveis!
Com o Primeiro-ministro acobardado desde o passado dia 01 de
Abril e refém dos seus actos criminosos , com que tem sido chantageado desde
então (não foi por acaso que o Presidente Malam Bacai Sanhá afirmou e repetiu
recentemente, que "Políticos e Militares estão envolvidos nos assassinatos de
Tagme Na Waie e Nino Vieira..."), já que o que está em jogo é o derrube do seu
Governo, para que um Governo com melhor relacionamento com o crime organizado,
particularmente com o narcotráfico, assuma as rédeas da governação e facilite a
vida ao narcotráfico, ou, em alternativa, ele manter-se no cargo de
Primeiro-ministro, mas, fazendo tudo o que lhe vai sendo imposto pelos que detêm
o poder de facto na Guiné-Bissau e que estão claramente comprometidos com o
narcotráfico.
O Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior nunca deixou de ser
um traidor e hoje, os que ainda acreditavam nele e que muitas vezes se
insurgiram contra mim, por causa das críticas que fiz e continuarei a fazer ao
Governo em geral e ao Primeiro-ministro em particular, certamente, sentir-se-ão
apunhalados pelas costas, pois não há argumentos que justifiquem a indicação de
António Indjai para Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Logo ele
que ameaçou, publicamente, matar o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., logo ele
que acusou, publicamente, o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. de ser um
assassino, um criminoso que matou e mandou matar muita gente...
Afinal, não há dúvidas de que os criminosos entendem-se bem
e depressa!
O Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., em defesa dos seus
interesses pessoais, "entrega" a Guiné-Bissau ao crime organizado, pois não
faltam evidências, assim como provas, do envolvimento de António Indjai no
narcotráfico e em várias matanças ocorridas no país.
O Primeiro-ministro Carlos Gomes e o seu Governo, com a
proposta de nomeação de António Indjai para Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas, desafiam toda a Comunidade Internacional, pondo em causa todos
os apoios internacionais de que a Guiné-Bissau carece e beneficia.
O Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., se pensa ter resolvido
os seus problemas pessoais com a escolha de António Indjai, engana-se
redondamente, pois a fase seguinte delineada pelos que querem derrubá-lo é
comprometê-lo publicamente com documentos que o incriminam em vários actos
criminosos e quando isso acontecer, quando tiver que ser "corrido", não terá a
solidariedade do povo guineense que saiu à rua no passado dia 01 de Abril
evitando que fosse morto pelos militares revoltosos!
O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, limitou-se a
confirmar a nomeação, ou não fosse ele um dos mentores do levantamento do dia 01
de Abril de 2010...
O Partido da Renovação Social - PRS, prontamente saudou a
nomeação... sem pôr em causa o criminoso que se dá pelo nome de António Indjai,
mas acusando sempre que oportuno e por conveniência, outros de serem criminosos,
narcotraficantes etc.
Que interesses defende o PRS, que não os mesmos interesses
do PAIGC e de criminosos como António Indjai, Malam Bacai Sanhá, Carlos Gomes
Jr., Zamora Induta, Bubo Na Tchuto, Kumba Yalá, etc., etc.?!
Seremos todos ingénuos para não concluirmos que o PRS também
esteve envolvido no levantamento militar de 01 de Abril passado...?!
O povo guineense deve mostrar a sua indignação por esta
humilhação que põe em causa a imagem do país e a reputação do cidadão guineense
no mundo!
A Comunidade Internacional, perante um facto consumado - A
Guiné-Bissau é dirigida por criminosos - deve agir o mais rapidamente possível,
com uma intervenção de resgate da Guiné-Bissau e do povo guineense, evocando o
Direito internacional perante um problema global - o narcotráfico como meio de
financiamento do terrorismo internacional, que constitui uma ameaça global!
Por favor, ajudem-nos a resgatar a Guiné-Bissau e a libertar
o nosso povo das "garras" dos narcotraficantes!
Guiné-Bissau: EUA avisam que forças armadas têm de se submeter ao poder político
Bissau, Guiné-Bissau 24/06/2010
21:30 (AFP)
Temas: tráfico de droga, Política, Diplomacia
Bissau, 24 jun (Lusa) – Os Estados Unidos
avisaram hoje, em comunicado, que
poderão não vir a apoiar a processo de reforma do setor da segurança na
Guiné-Bissau, enquanto não ficar claro que as Forças Armadas se submetem ao
poder político.
“É impossível para os EUA contribuir para o
processo de reforma da segurança e da defesa se essas pessoas, ou outros
implicados no tráfico de estupefacientes, forem nomeados ou permanecerem em
postos de responsabilidade nas forças armadas”, refere em
comunicado a embaixada dos Estados Unidos em Dacar, Senegal.
Washington vai mais longe, ao sublinhar que
é “imperativo” que o chefe das
Forças Armadas – que deve ser nomeado em breve pelo Presidente da República,
Malam Bacai Sanhá, – não esteja “implicado nos acontecimentos de 01 de abril”,
evocando implicitamente o major-general António Indjai.
O chefe do Estado-maior General, o almirante José Zamora Induta, foi afastado e
substituído a 01 de abril pelo seu adjunto, o general António Indjai.
No mesmo dia, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior também foi detido e
sequestrado durante várias horas por militares próximos de Indjai. Posição idêntica à dos Estados Unidos tem sido defendida pela União
Europeia, cujos representantes em Bissau
boicotaram hoje uma conferência de sensibilização para a reforma daquele
setor organizada pela ONU e pelo governo guineense.
A União Europeia suspendeu também o início de uma segunda missão de apoio à
reforma do setor de defesa e segurança na sequência dos acontecimentos de 01 de
Abril.
No documento, a administração norte-americana exprime ainda a sua preocupação
perante a manutenção em detenção “ilegal” de Zamora Induta e de outros oficiais
e soldados.
No documento, os norte-americanos disponibilizam-se, contudo, para
trabalhar com o Executivo da Guiné-Bissau para
“desalojar” as personalidades que “se servem do seu poder” para facilitar o
tráfico de droga no país.
No comunicado, a representação diplomática faz saber que
os Estados Unidos estão
“inquietos com as indicações segundo as quais destacados membros das forças
armadas e do governo civil estão implicados no tráfico de estupefacientes” na
Guiné-Bissau.
“O governo americano espera trabalhar com as autoridades guineenses para
desalojar as pessoas que ocupam funções oficiais e que se servem do seu poder
para facilitar o tráfico de estupefacientes”, afirma-se no texto.
No início de maio, o Departamento do Tesouro norte-americano congelou os bens no
estrangeiro do ex-chefe de Estado-Maior da Marinha, José Américo Bubo Na Tchuto,
e do chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Braima Papa Camara, alegando o seu
papel significativo no tráfico internacional de estupefacientes.
A Guiné-Bissau é considerada como um ponto de trânsito da cocaína sul-americana
destinada à Europa.
A fraqueza das suas instituições, a grande pobreza e a sua fachada atlântica são
fatores que facilitam o acesso através de navios ou aviões dos traficantes.
Nomeação
de major-general António Indjai é gesto a saudar - PRS
Bissau,
25 jun (Lusa) -- O Partido da Renovação Social (PRS), maior
força da oposição na Guiné-Bissau, considerou hoje a nomeação do major-general
António Indjai para o cargo de chefe das Forças Armadas como "um gesto a
saudar".
Nomeação de major-general António Indjai é gesto
a saudar - PRS
Em declarações à Agencia Lusa, o presidente interino do
PRS, Ibraima Sori Djaló, afirmou que o seu partido "até nem tinha em mente
nenhum nome em concreto" para a chefia das Forças Armadas, mas sempre vinha
exigindo que fosse nomeado um novo responsável para acabar com o vazio do poder.
"Sempre defendemos ser perigoso ter uma estrutura como as
Forças Armadas sem uma chefia definida, agora que foi nomeado (António Indjai)
pensamos que se cumpriu um passo importante. É um gesto de se saudar por
terminar com o vazio do poder" no plano militar, disse Ibraima Sori Djaló.