GUINÉ NDESSAN
Por: Wana Blus
05.10.2007
Envaidecido e orgulhoso, este é o meu estado de espírito por termos um espaço destes para expressar os nossos sentimentos, partilhar os sonhos e ideias em prol de uma nova Guiné.
O trabalho realizado pelo Didinho é hoje aplaudido em todos os cantos do mundo, apesar de haver, por aí, caluniadores que mais parecem moscas, mas que em nada afectam a luta em defesa da Guiné e do seu Povo.
Sinto-me envaidecido ao ler um maravilhoso artigo do meu companheiro e amigo Helmer Araújo (que bom rever-te pelos escritos e histórias contadas). É um orgulho ver os companheiros a expressarem aqui as suas ideias, os amigos e irmãos; Helmer, Flaviano e outros, cada um contribuindo da melhor forma que sabe. Força irmãos!
O artigo do meu companheiro Helmer, refere o governar pelo medo, centralização do poder, coisas que não são estranhas a nós e que se repetem. É esse estado de coisas que denominei de “pidismo”. O senhor Nino Vieira reinstalou todo o seu aparelho pidista e o medo, é a essência do seu reinado, que tem em João Monteiro e companhia, a sua expressão. E como sempre o “chefe” nunca sabe de nada, mas tudo passa por ele e tudo sabe, a intimidação é a arma do regime.
Aqui segue uma história do medo para o amigo Helmer e demais, na nossa ingénua meninice, creio que em 1988, nos nossos djumbai no murro da tia Inácia, em frente à embaixada do Canadá. Inocentemente fomos acusados de estar a fazer uma campanha negativa contra o então partido único, havia na altura eleições para presidente da Assembleia Popular.
Para nosso espanto começamos a ser perseguidos, primeiro pela segurança do Estado e depois pela P.J.
O nosso amigo Wagner levou umas valentes palmatórias e nós escapamos graças à tenacidade e coragem do Djabbar que foi à sede da P.J. esclarecer a questão.
É este o estilo de coisas que se quer repor. Jornalistas, activistas, políticos etc. são perseguidos em nome do medo e intolerância como o Helmer bem refere no seu artigo.
A impunidade é uma certeza, a corrupção fortalece-se, gente como Baciro Dabó têm espaço na sociedade, enfim, é a degradação generalizada das nossas instituições.
O público e o privado confundem-se, o senhor "Nado" pode explicar como aparece como o maior comprador das ações da Ecobank postas à venda, ou serão da dona Isabel Romano Vieira?
Pode ser uma especulação, como diz o meu amigo sobre o nosso jornal de tabanka , mas convém ser investigado!
O surgimento de atos nocivos à sociedade e a todos nós afunda o Estado, que já de si encontra-se moribundo.
O tráfico de drogas e o seu lucro, a entrada desse dinheiro no sistema financeiro é preocupante.
A lavagem de dinheiro feita em campanhas de castanha de caju, empresas de fachadas tais como sociedades Abdu (da segurança) e o senhor Silaté, de triste memória a todos por ter destruído a carreira do Nené dragão no Benfica, essa empresa de "duto", representa o que de mais vil existe na nossa sociedade.
Meus senhores, um ou mais planos para o combate ao narcotráfico não surtirão efeito enquanto as mentalidades e vontades não forem modificadas. Acredito que no seio da nossa pátria exista gente imbuída de um elevado sentido patriótico decididos a dar suas vidas para travar esse flagelo.
Gostaria de poder aconselhar à Sra. ministra da Justiça: a entourage da segurança e o seu macabro ministro, são gente sem escrúpulos. O Abdu foi Director adjunto da segurança, enquanto o Baciro era o DG. O plano nacional de emergência deveria estar assente na constituição de uma Task Force (força tarefa) sob a direção de uma comissão interministerial, ou o representante dessa força responder pelas suas ações perante o conselho de ministros.
O recrutamento deveria ser feito em todas as camadas militares, paramilitares e da sociedade e o acompanhamento desta força por assessores da DEA, U.E., franceses e portugueses, que teriam também, como tarefa, ministrar formação e atualização das mesmas.
Mas na verdade, o cerne de toda esta questão é a vontade ou não daqueles que irão combater o narcotráfico. Todo o cuidado é pouco e essa gente pelo lucro fazem de tudo. A vontade quando existe a tarefa torna-se fácil, falo de vontade porque, vejo a P.J. a queixar-se de falta de viaturas, coisa mais fácil de se conseguir.
Os dirigentes compram carros todos os dias e um órgão de investigação fica apeado... Mesmo que não se queira comprar viaturas novas, basta seguirmos as regras das Alfândegas e o Estado requisitar os carros que vão para hasta publica e revertê-los para a P.J. e P.O.P. .
Mas acredito que surgirá gente com vontade, mesmo que essa vontade comece por arrancar a raiz do problema, as ervas daninhas que estragam o nosso djumbai e minam a nossa sociedade.
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO