Igreja católica guineense - Modelo na política de atracção de quadros
Agostinho Pereira Gomes 20.03.2011
A maioria deles, senão todos, são quadros formados pelo Estado da Guiné-Bissau. Come se pode calcular são milhões de (fundos perdidos) utilizados na instrução de cérebros que agora estão a servir outros países.
As motivações para esse comportamento são diversas mas, não se deve negar que a inexistência de uma política séria no concernente a atracção e inserção de quadros contribui em grande parte para esta desgraça.
Para os quadros formados pela Igreja católica, o regresso ao país e o enquadramento já não constituem grandes problemas.
O renascimento de esperança para crianças desfavorecidas guineenses com a construção do hospital pediátrico em Bôr, arredores de Bissau, obra do Padre Ermanno Battisti, fez igualmente renascer esperanças de um regresso para os quadros formados no estrangeiro, a fim de pôr ao serviço da Nação os conhecimentos científicos adquiridos.
Bloco operatório
Hoje, naquele magnífico hospital de referência do país, trabalham quotidianamente e sem tréguas 4 quadros nacionais formados no estrangeiro, no combate às doenças que perigam as vidas das nossas crianças.
Este acto de coragem e de renascimento de espírito patriótico está a ser "oxigenado" pela boa gestão da Administração do hospital, coordenada pelo administrador Fernando Correia, licenciado em Economia e Comércio pela Universidade de Verona, Itália, "espinha dorsal" de todo o sucesso já conquistado pelo estabelecimento hospitalar de Bôr.
Está lançado o desafio, espera-se que haja mais atitudes, sobretudo da parte dos que nos governam e nos querem continuar a governar.
Finalidades da criação do Hospital em Bôr
O Hospital pediátrico de Bôr
A construção do hospital pediátrico em Bôr é um sonho do Padre Ermanno Battisti tornado realidade. O projecto foi possível graças aos doadores italianos que tiveram a coragem de sacrificar as suas poupanças para o financiamento da construção daquele que hoje é considerado um dos melhores estabelecimentos de saúde na Guiné-Bissau.
Também, não se deve desdenhar a audácia do médico guineense Augusto Barbosa, mentor da proposta da criação do Bloco Operatório São José anexo ao hospital, assim como o papel impulsionador dessa ideia lançada por médicos italianos, em particular o doutor Giovanni Morandi e o doutor Valentino Prandini.
Segundo informações a que tivemos acesso, o primeiro fim pelo qual aquele hospitalar foi pensado e desejado é a assistência de qualidade às crianças doentes, mesmo às mais desvalidas, tendo como exemplo o que se faz, há já muito tempo, na Missão de Cumura e noutras, todos eles modelos de competência, de operacionalidade e de carinho para com às crianças doentes, de forma particular para com as mais necessitadas.
O segundo fim é o de ser um incentivo para o regresso de quadros guineenses no estrangeiro, em primeiro lugar dos formados em medicina, para serem, eles próprios, uma “tábua de salvação para muitas crianças e outros doentes”.
Por fim o terceiro objectivo é o de testemunhar ao mundo as capacidades dos guineenses bem formados e os frutos da harmoniosa e activa colaboração dos mesmos com pessoal e organizações de outros países.
São desses "pedaços" de iniciativas e ambições
que se faz uma história, e a Guiné-Bissau precisa de ambições não só dos
seus políticos e doadores internacionais, mas também de cada um dos seus
filhos.
Fotos fornecidas pelo Hospital Pediátrico de Bôr
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