INDIGNAÇÃO
Luís Barbosa Vicente (Cuca) *
30.04.2007
É com alguma mágoa que continuo a assistir aquilo que outrora intitulei, no meu artigo sobre a cidadania, e que fizeste a honra de publicitar no teu site (Guiné contributo), de “NIMBISMO”, melhor, síndroma “NIMBY”, isto é, “not in my back yard”, ou seja o individualismo que se exprime pela recusa de pertencer uma determinada colectividade, onde ideias, ideais, confissões, pluralidade, democracia, liberdade, direitos e garantias, são expressões sintomáticas de uma identidade forte, reconhecida e credível. Sabes, ainda existem algumas pessoas com algum complexo, dentro e fora da nossa pátria amada que é Guiné-Bissau. Algumas dessas pessoas, que infelizmente não conseguiram libertar das amarras do poder, porque não lhes convém, pois não sabem fazer algo de produtivo na vida que servir e ajoelhar-se aos pés dos senhores da guerra e da corrupção, continuam apregoar o patriotismo, o nacionalismo, a unidade e reconciliação, quando na verdade essas expressões não lhes diz nada, não têm significado, reconhecimento e interpretação possível. Outros, porque, de uma forma ou de outra, julgam que fazem parte de uma elite cuja acepção atrever-me-ia de apelidar de não progressiva, emaranhada, intrincada e falta de coerência nas causas que defendem. Senão, vejamos as recentes críticas que tem surgido, aos textos e narrativas tuas, sem qualquer fundamento e nexo de causalidade defendida pelos subscritores, e que nem me dá gozo de citar ou transcrever. Efectivamente, aqueles textos demonstram bem o carácter dos autores, literatura pobre, vocabulário despido de qualquer interpretação possível e sem contributo algum para aquilo que bem, ou mal, apregoam que é a unidade. O que me apraz recordar a essas pessoas, e pelo facto de julgarem, com arrogância que lhes é típica, que uma pessoa não ter formação e /ou qualificação superior é despida de qualquer instrução, cultura, e respeito pelos princípios da ética, de liberdade de expressão e até de coerência no testemunho que apresenta, estão deveras enganadas, pois como o dizia Turgueniev “a arte de um povo é a sua alma viva, o seu pensamento, a sua língua no significado mais alto da palavra; quando atinge a sua expressão plena, torna-se património de toda a humanidade, quase mais do que a ciência, justamente porque a arte é a alma falante e pensante do homem, e a alma não morre, mas sobrevive à existência física do corpo e do povo”, e parafraseando ainda Gandhi “estou firmemente convencido que só se perde a liberdade por culpa da própria fraqueza”, pois claro, isto é essência de qualquer indivíduo, de qualquer povo, de qualquer Estado ou Nação. Acredita que estás a despertar consciências, estás a contribuir por algo que no futuro a história recordará, para o bem dos compatriotas guineenses. Continua, e como dizes "A vida só tem sentido se, para além de nós, outros também puderem viver...”, é a consciência de um povo.
*Economista no Município de Rio Maior
Mestre em Administração e Políticas Públicas
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