JÁ QUE SE FALOU EM CONTRA-ATAQUE... AVANCEMOS!
Por: Fernando Casimiro (Didinho)
15.06.2009
Porque o momento assim o justifica e tomando por medida as palavras do Senhor Porta-voz do Governo, Ministro da Energia e dos Recursos Naturais e Porta-voz do PAIGC, Óscar Barbosa "Cancan", eu Didinho, avanço para o "contra-ataque", pois nem ele, nem Carlos Gomes Jr. têm coragem e moral para acusarem quem quer que seja, do que quer que seja!Trago à consideração dos leitores um texto publicado no site www.didinho.org a 10.09.2006, cuja autoria é atribuída a FLF (Fonte Local Fidedigna), sob a minha responsabilidade pessoal...Claro que sei quem me enviou o texto em questão e a pessoa também se lembra perfeitamente, mas na altura, não se caracterizava artigos do género como "boatos"... Conveniências de então, inconveniências de hoje...
A propósito do referido texto, vim a ter posteriormente as primeiras divergências com o actual Ministro Óscar Barbosa e foi a partir daí que a corda se partiu.
Se neste texto "No Reino das Intrigas", já se falava abertamente do envolvimento de Baciro Dabó no narcotráfico, tempos depois, o PAIGC de Carlos Gomes Jr. e Óscar Barbosa "Cancan", admitia Baciro Dabó nas suas estruturas, a nível da sua Direcção.
Fiquei indignado e questionei ao Óscar Barbosa ... o porquê disso.
Em resposta, pasme-se, respondeu: "O que se diz do Baciro não corresponde à verdade..."
"Tu estás lá, não sabes o que se passa por cá..."
Como?! Ouvi bem?
Ah, agora já não sei o que se passa por lá, porque não estou lá?!
Estávamos a falar por telefone e já nessa altura havia o problema das escutas, aliás, posso garantir que até hoje, quando telefono para Bissau, as minhas chamadas são de imediato interceptadas pela Segurança de Estado, e disse ao Cancan que o melhor seria discutirmos esse assunto por e-mail.
Escusado dizer que foi fugindo ao assunto, o que me revoltou, por constatar que estava perante um indivíduo deveras perigoso, porquanto traidor de princípios e valores.
Através do texto que o Cancan sabe que não era nenhum "boato" (...), pode-se ver até que ponto os recentes assassinatos de Baciro Dabó e Hélder Proença têm uma relação com as intrigas no seio do poder, um poder sustentado pelo narcotráfico.
O PAIGC usou e abusou dos "proveitos" de Baciro Dabó nas Legislativas de Novembro de 2008
O PAIGC depois da entrada de Baciro Dabó para a sua Direcção, usou e abusou dos proveitos financeiros obtidos por este no envolvimento com o narcotráfico. Quem não se lembra da vitória de Carlos Gomes Jr. a 2 de Julho de 2008 na disputa pela liderança do partido, aquando do seu VII Congresso?
Quem não se lembra da vitória do PAIGC nas eleições Legislativas de Novembro de 2008?
Facto comum: Houve campanhas fortemente apoiadas a nível financeiro e material, por Baciro Dabó, a favor de Carlos Gomes Jr.
Foi dinheiro do narcotráfico que permitiu comprar votos internos no próprio PAIGC, bem como, a consciência de milhares de guineenses que votaram PAIGC nas Legislativas de 2008.
Baciro Dabó viu-se importante no PAIGC, esquecendo-se de que estava apenas a ser usado por mafiosos iguais ou piores do que ele...
Quando Carlos Gomes Jr. deixou de precisar de Baciro Dabó, isto depois dos assassinatos de Tagme Na Waie e Nino Vieira, respectivamente a 01 e 02 de Março passado, incompatibilizou-se com ele e, nas disputas havidas, Baciro Dabó decidiu apresentar-se como candidato presidencial independente, visto que, o PAIGC já tinha escolhido Malam Bacai Sanhá como seu candidato.
O PAIGC sabia que nas Presidenciais de 28 de Junho, Baciro Dabó, que era candidato independente, iria utilizar esses proveitos para ridicularizar o seu candidato oficial, Malam Bacai Sanhá.
O PAIGC sabia que Baciro Dabó poderia ridicularizar o seu candidato, Malam Bacai Sanhá, nas presidenciais de 28 de Junho próximo, pois não tinha dúvidas sobre a popularidade de Baciro Dabó que dizia: " Eu Baciro, tenho mãos compridas e partilho o que tenho com as pessoas e, o Malam Bacai Sanhá não!" isto e mais coisas entre populismo e disputas étnico-religiosas.
Num momento de crise, em que o Estado mendiga apoios financeiros, Baciro Dabó nunca se queixou de falta de dinheiro e tinha condições para fazer uma campanha à base da compra de consciência, tal como ajudara a fazer na reeleição de Carlos Gomes Jr. para Presidente do PAIGC e na vitória esmagadora e histórica do mesmo PAIGC nas Legislativas de Novembro de 2008.
O PAIGC beneficiou de apoios financeiros das receitas do narcotráfico através de Baciro Dabó, na campanha eleitoral de 2008 e que ditou a sua vitória, tão verdade como a acusação que o autor (...quem será?!) do texto " No Reino das Intrigas" fez na altura sobre Baciro Dabó e em relação ao seu envolvimento no narcotráfico!
O PAIGC de Cadogo Jr. e Óscar Barbosa "Cancan", sempre soube quem era Baciro Dabó, mas precisava dele, sim, até ao dia que não mais precisou...
Baciro Dabó tinha-se tornado demasiado incómodo para Carlos Gomes Jr., Presidente do PAIGC, para José Zamora Induta, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, bem como para Malam Bacai Sanhá, candidato presidencial apoiado pelo PAIGC (Uff, que alívio...), tendo sido morto na sua residência, madrugada dentro, alegada e vergonhosamente, por tentativa de golpe de Estado...
Sim, Sr. Ministro Óscar Barbosa "Cancan", vamos continuar a trabalhar!
Seja um Porta-voz de verdade e responda ao meu contra-ataque, se é que "tem-nos" no sítio...
NO REINO DAS INTRIGAS: As causas para uma exoneração
FLF - Fonte Local Fidedigna Edição de Fernando Casimiro (Didinho) 10.09.2006 A exoneração de Baciro Dabó vem na sequência de movimentações que se estão a desenvolver em torno de Kumba Yalá. Numa nota confidencial, por ele mesmo assinada, alertava o Presidente da República para a existência de um plano para trazer de volta ao país Kumba Yalá e que mentores deste plano estavam a trabalhar à volta de Hélder Proença. Segundo consta junto a círculos afectos à segurança de Estado, é normal a segurança elaborar relatórios que geralmente são assinados pelos agentes e acompanhados de uma nota explicativa. Desta vez, a nota foi totalmente elaborada e assinada por Baciro Dabó e dirigida directamente ao PR. O demitido Secretário de Estado da Segurança e Ordem Pública, que conseguiu durante este seu curto reinado nas estruturas da Segurança de Estado reorganizar todas as células de recolha e tratamento de informação confidencial, que ao longo dos últimos anos, mais precisamente depois da crise político-militar de 7 de Junho a esta parte foram sucessivamente afastados e reintegrados, conforme as conveniências de cada regime, tornou-se nos últimos tempos uma figura muito poderosa e abusando de uma certa ostensividade, sobretudo, manuseando grandes somas de dinheiro. As suas fontes elaboraram uma extensa gama de informações que davam como certa uma movimentação dirigida pelo actual Ministro da Defesa, Hélder Proença, tendo como pano de fundo fazer regressar Kumba Yalá ao poder. Hélder Proença andava a fazer viagens secretas a Marrocos, para onde se deslocava sem conhecimento oficial do Presidente ou do Primeiro-Ministro, o que em surdina estava a causar um mal-estar junto às hostes ninistas. Estas viagens foram depois acompanhadas de implementação de um plano estrategicamente concebido, que começou com uma aproximação perigosa deste Ministro junto do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, ao ponto deste advogar quase que publicamente que o actual Primeiro-Ministro deveria ser substituído por Hélder Proença. O actual Ministro da Defesa começou a desenhar uma nova estrutura de defesa e inventou algumas direcções onde começou a nomear e a recolocar as suas pedras, afastando para os postos de menor importância, embora com títulos pomposos, figuras importantes da ex-Junta Militar, como são os casos do Comandante Zamora Induta, hoje sem funções específicas. Hoje, no Estado-Maior General das FAs, com excepção da Marinha de Guerra Nacional, há um nítido favoritismo em torno de Hélder Proença. Com efeito, o Presidente da República, contrariamente ao que fazia dantes, resolveu colocar as cartas na mesa, convocando Tagme Na Waie e pondo-o ao corrente da informação. Este reagiu e exigiu que o assunto fosse igualmente colocado da mesma forma ao Ministro da Defesa e assim fez o PR. Sabe-se hoje que Hélder Proença conseguiu convencer Nino Vieira de que essas informações não só eram infundadas como descabidas e o seu argumento baseou-se nos seguintes factos:
Mais ainda, segundo uma fonte da segurança muito próxima de Nino Vieira, Hélder Proença e Tagme Na Waie exigiram que Baciro Dabó apresentasse provas pois de contrário punham os seus lugares à disposição do Presidente. Estava-se em vésperas da Cimeira da CPLP e Nino Vieira perante os fortes argumentos deu garantias aos dois que Baciro iria ser demitido logo após a realização da cimeira. Recorde-se que Nino Vieira, no seu balanço sobre os resultados da Cimeira, quando confrontado com perguntas sobre o clima político levantado num relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas afirmaria peremptoriamente que nenhum problema político-militar teria jamais lugar na Guiné-Bissau. Hoje, podemos afirmar que o derrube de Nino Vieira só não tem lugar no presente momento, porque tem o apoio firme de Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-Maior da Marinha e Comandante Operacional dos Fuzileiros Navais, dada a existência de um clima de revolta crescente no seio das forças armadas, principalmente devido á falta de cumprimento das promessas de aumentos salariais, como dos atrasos salariais e a fraca alimentação nos quartéis. Muitos sectores próximos de Nino Vieira não gostaram que o PR tivesse demitido Baciro Dabó, e expressaram abertamente esse apoio ao ex-Secretário de Estado da Ordem Pública, que inclusive, feito raro e único em todo este espaço de tempo em que a Guiné-Bissau é um país livre e independente, no despacho de exoneração do mesmo, ter sido mencionado um item, de que “fora chamado a exercer novas e importantes funções...”. Mais ainda, Baciro Dabó deu entrevistas aos órgãos de comunicação nacionais e estrangeiros, acontecimento igualmente único na Guiné-Bissau. Outrossim, é o facto de Baciro Dabó pela opulência dos seus gastos e pelas viaturas de alta gama que detém ser neste momento conotado como o rei dos estupefacientes. Montou um esquema de segurança de tal modo eficiente que consegue prender uma parte muito importante da droga que entra pelo país e depois ele se encarrega (suas amizades com os libaneses, nigerianos, guineenses de Conakry, senegaleses, que integram, inclusive, as estruturas da própria segurança de estado) de fazer sair do país sem problemas. Para além de uma quantidade de viaturas que detém, está a construir dois prédios no momento presente. Um deles, inclusive, tem mais do que um piso já em construção, para além de ter três casas montadas com as respectivas concubinas. Normalmente um membro do Governo não ganha mais do 900.000 Francos CFA. O ex-Secretário de Estado da Ordem Pública, que havia sido exonerado do seu cargo, alegadamente para ser chamado para outras funções, em conformidade com um Decreto-Presidencial, é desde ontem, alvo de um inquérito, conforme configura o despacho número 16, do Gabinete do Ministro do Interior, em data de 26 de Julho de 2006. Segundo o referido despacho, Baciro Dabó é acusado de haver cimentado contradições internas na articulação de directivas no Ministério do Interior e, de sob sua orientação terem sido produzidas informações maioritariamente falaciosas e por vezes desprovidas de fundamento, à intenção dos órgãos de soberania, constituindo uma autêntica ameaça à paz, reconciliação nacional e no seio das forças de defesa e segurança e à própria democracia. Outra razão invocada para a criação da Comissão de Inquérito é por se considerar que o ex-Secretário de Estado pela sua conduta e atitude, não possuir o perfil que se requer para um membro do Governo e constituir um perigo para o Ministério do Interior. O mesmo despacho indica que a referida Comissão de Inquérito composta por seis elementos, e presidida pelo Brigadeiro-General Bitchofla Na Fafe, actual Inspector-Geral do Ministério do Interior, é mista, sendo ainda constituída por representantes do Ministério da Defesa e do Estado-Maior General das Forças Armadas. O despacho que entra em vigor à data da sua assinatura, dá à Comissão um prazo de quinze dias, isto é, até ao dia 9 de Agosto, para a apresentação do Relatório Final, que será posteriormente enviado ao Primeiro Ministro e à Procuradoria Geral da República, para procedimento judicial. |
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