MOHAMED (KUMBA) IALÁ EMBALÓ - O TRAIDOR DAS ESPERANÇAS DO POVO QUANDO SE JUSTIFICAVA A RUPTURA COM O PASSADO

 

Está na hora de mudar, está na hora de todos falarmos, de todos dizermos o que pensamos, de todos também poderem defender-se, quando acharem que o que se diz deles não corresponde à verdade.

Temos que aceitar as diferenças, temos que saber reconhecer os nossos erros, as nossas falhas, as nossas carências. Temos que pedir desculpa ao nosso povo quando esse mesmo povo, através de várias vozes, mostra-nos a sua indignação pelos nossos actos negativos, por terem directa ou indirectamente prejudicado a Guiné-Bissau e os guineenses.

Para ajudarmos os políticos, temos que lhes dizer a verdade, mesmo que seja a nossa verdade, mas é sempre uma alternativa para que não pensem que, para além deles, mais ninguém pensa.

Por outro lado, eles devem ser humildes, ter respeito pelas opiniões que são produzidas sobre eles, pois só assim poderão melhorar as suas posturas e ir de encontro ao que se pretende deles. Caso contrário, jamais conseguirão libertar-se da tendência demagógica. Didinho

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

18.06.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Escrever sobre Kumba Ialá é recordar a motivação que me levou a criar o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO a 10 de Maio de 2003: "O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO nasceu a 10 de Maio de 2003, motivado pela ameaça do “desaparecimento” da Guiné-Bissau como Estado, durante a presidência de Kumba Yalá. Foram muitos os momentos de reflexão e ponderação, por forma a encontrar uma via para dar o meu contributo, como guineense, na tentativa de se inverter a situação. Optei por exteriorizar as minhas reflexões, escrevendo artigos de opinião sobre a Guiné-Bissau, tentando assim, passar mensagens de sensibilização pela causa guineense, não só aos guineenses, mas também ao Mundo."

Kumba Yalá, que tinha merecido a simpatia de muitos guineenses que votaram nele nas eleições presidenciais de 1994, embora tendo perdido para Nino Vieira, veria reforçada essa simpatia e uma manifesta confiança dos guineenses, quando, nas presidenciais de 1999/2000 (após a guerra de 1998/99), derrotou Malam Bacai Sanhá, candidato do PAIGC, na segunda volta dessas eleições.

A Guiné-Bissau viveu momentos de euforia e os guineenses, sem qualquer tipo de distinção política, étnica, religiosa, votaram maioritariamente Kumba Yalá!

O povo guineense queria romper com o passado, queria mudanças e, por isso, a aposta em Kumba Yalá, que tinha apresentado como trunfo o discurso fácil e acutilante sobre muitas verdades que os guineenses sabiam, mas que poucos se atreviam a dizer publicamente.

Kumba Yalá conseguiu cativar corações, mas também, manipular consciências.

De esperança para a Mudança, cedo se viu que Kumba Yalá não era pessoa com perfil indicado para ser Presidente da República da Guiné-Bissau!

Kumba Yalá foi dando a conhecer a todos que era uma pessoa com acentuados desequilíbrios comportamentais. O país estava a regredir a todos os níveis; começou a haver desgovernação, com mudanças frequentes de chefes de governo; com nomeações sem critério de competência para altos cargos do Estado; delapidação do Tesouro Público; desrespeito institucional, particularmente a nível dos órgãos de soberania etc.

Kumba Yalá estava a tornar-se num ditador, tendo-se aproximado das altas chefias militares, em busca do apoio das Forças Armadas para garantir o poder político.

Durante a sua presidência houve atropelos aos direitos humanos, à liberdade de expressão, quer de cidadãos, quer de órgãos de Comunicação Social.

Vários cidadãos, entre civis e militares, foram perseguidos, detidos e torturados.

Foi durante a presidência de Kumba Yalá que Ansumane Mané (líder da Junta Militar que derrubou Nino Vieira com a guerra de 98/99), foi morto, por divergências e intrigas com os seus antigos companheiros da Junta Militar, atribuídas ao próprio Kumba Yalá, que teria ordenado a sua eliminação.

Foi durante a sua Presidência que a imagem da Guiné-Bissau teve a maior desconsideração no Mundo. Kumba Yalá tinha-se transformado numa autêntica anedota, para vergonha de todos os guineenses...

A 14 de Setembro foi derrubado por um golpe militar, sem derramamento de sangue, numa estratégia concertada e digna de um filme de comédia...

Apologista da demagogia e indiferente às suas limitações e ao acentuar dos seus desequilíbrios, foi-se tornando (ao longo dos anos) num foco de instabilidade permanente quer no seio do seu partido, o PRS, quer surgindo como afronta às instituições da República.

Chegou a invadir a Presidência da República, durante a Presidência interina de Henrique Rosa, auto-proclamando-se Presidente.

Candidato pelo seu partido, o PRS, às presidenciais de 2005, ficou-se pela primeira volta, surgindo de imediato a afirmar que tinha sido ele o candidato com mais votos obtidos.

Depois de algumas negociatas com o candidato João Bernardo "Nino" Vieira, de quem sempre falara mal, eis que Kumba Yalá, a exemplo de outros oportunistas e traidores, surge como apoiante de Nino Vieira, acto que, em abono da verdade, possibilitou mais votos a Nino Vieira, contribuindo para a sua vitória na segunda volta em detrimento do "eterno derrotado" candidato do PAIGC , Malam Bacai Sanhá.

Kumba Yalá deixaria a Guiné-Bissau depois da investidura de Nino Vieira, para um "exílio" em Marrocos, com algumas passagens pelo Senegal, surgindo de quando em vez a reivindicar "mais sustento" para o apoio que tinha dado a Nino Vieira na segunda volta das presidenciais de 2005. Foi assim que se soube do Protocolo de Acordo assinado entre ele e João Bernardo" Nino" Vieira, a 30.06.2005, um documento vergonhoso e demonstrativo da falta de respeito e consideração para com a Guiné-Bissau e os guineenses.

Quando lhe faltava o tal "sustento" da parte de Nino Vieira, lá começava Kumba Yalá a ameaçar fazer isto ou aquilo; desmascarar este ou aquele; tudo, em defesa do seu umbigo, dos seus interesses pessoais e familiares!

Kumba Yalá nunca denunciou nada na Guiné-Bissau por ser apologista da verdade, da Justiça, dos direitos humanos e da democracia. As denúncias/acusações que faz, são meras acções de chantagem política, sem consistência ou argumentação credível, até porque as acusações são vagas e muitas vezes, dirigidas a pessoas a quem o próprio Kumba, "feitas as pazes", volta a enaltecer, chegando, inclusive, ao ponto de apoiá-las.

Kumba Yalá não aprendeu com os seus erros, não fez questão de evoluir para estar melhor preparado para servir a Guiné-Bissau e os guineenses. Continua a pensar que os guineenses se deixam embalar por palhaçadas...

ESPAÇO PARA OPINIÕES E COMENTÁRIOS SOBRE AS PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

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