NÃO HÁ MOTIVO PARA AGRESSÕES
Por: M´bana N’tchigna
30.05.2008
Brasil
Dialecto balanta
"kpala na kloo, kebandera sul huambnô, bbaam há tooha lusa.
Há lantë ma sif fida ten wenma ha num te aftchif
Indambi Ndan abda ma wel-ká.
Kabral bë yah kanña. Jiné ha biyid ha boh".
Traduzido em português
"Coragem; está por perto a conquista da bandeira, colonialistas irão embora.
Homem deve lutar até trazer em suas mão a vitória.
Gigante, que seja assim.
Cabral ganhou. Libertamos a Guiné".
Esta música foi feita quando eu ainda não havia nascido. Seu autor: Nfóré Sambu, um dos guerrilheiros que lutou pelo PAIGC para libertação da nossa terra.
Lembro-me dessa música quando hoje vejo que nós guineenses percebemos muito bem que a luta ainda não acabou. Pois lutar contra os colonialistas portugueses diria eu, no meu ponto de vista, que foi muito fácil. Uma vez que você teria só que carregar arma e dispará-la contra o inimigo. Você sabia onde estava e a quantidade desse inimigo. Mas agora é diferente. Temos a luta mais difícil que nem imaginamos.
Essa luta eu chamo de: LUTA DE RECONSTRUÇÃO NACIONAL. Nesta luta, percebemos que precisamos saber quantos somos, o que comemos, o que vestimos, bebemos; quais são as doenças que nos afligem etc. Somos obrigados a olhar e a concluir que: nossas estradas, nossos portos, nossos transportes públicos, nossas pontes, comunicação aérea e mais, não estão em condições.
Somos obrigados a reconhecer que estamos bem atrás de outros países que também lutaram como nós para conquistarem suas independências. Isto é luta. Por isso ficamos inconformados, nervosos. Pois a Guiné-Bissau de hoje não é mais uma Guiné isolada. Hoje viajamos pelo mundo todo. Deparamos com construções enormes, de prédios altos, ruas alcatroados, sistemas de saúde pública e outras infra-estruturas de muitos países, bem melhores do que na nossa terra, e quando voltamos para olhar o que a Guiné significa para nós, sentimos dor.
A nossa terra não possui o que tanto acreditávamos que deveria possuir. A luta é mais amarga nesta altura do que a luta armada.
Quero fazer um apelo a todos os irmãos guineenses: não nos agridamos.
Aqueles que agridem Fernando Casimiro peço para que parem de agredi-lo da forma que tem sido. Se nos tornarmos inimigos uns dos outros podermos piorar a situação da nossa pátria.
O mesmo apelo vale para Fernando Casimiro. Não agrida a ninguém, não replique e muito menos se posicione para autojustificar ou defender-se, pois no dia em que o fizerdes, com certeza estará perdendo a guerra.
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