O primeiro compromisso de todos os guineenses deve ser para com a Guiné-Bissau. Cabe ao povo guineense a acção da Mudança!

O maior desafio para todos os guineenses é criar mecanismos de mudança para a Guiné-Bissau.

Fernando Casimiro (Didinho)

NOVO GOVERNO: CUMPRIR APENAS COM AS OBRIGAÇÕES DE GESTÃO!

 

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

26.08.2008

 O recém empossado Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Eng.º Carlos Correia, de quem se diz, pessoa séria (sim, mas apenas nos seus primeiros anos como governante, na qualidade de Comissário de Estado das Finanças, pois ele, melhor do que ninguém, poderá falar das suas duas anteriores passagens pelo governo, na qualidade de Primeiro-ministro...), quer deixar a sua marca de virada nestes três meses de governo de gestão, apesar da tarefa atribuída à sua governação, ser a de preparar e realizar as eleições legislativas marcadas para 16 de Novembro próximo.

Das duas uma:

Ou, o Sr. Primeiro-ministro desconhece a árdua tarefa que é a preparação de eleições legislativas neste curto espaço de tempo que falta, num país assumida e reconhecidamente desorganizado, bem como dependente de praticamente todos os meios materiais, entre financeiros e logísticos para a realização das eleições;

Ou, o Sr. Primeiro-ministro, está convicto de que permanecerá em funções para lá da data marcada para as eleições (o que pressupõe a não realização das mesmas na data prevista) e, por isso, deve começar desde já a angariar investimentos em nome da Guiné-Bissau, mas, para os beneficiários e impunes de sempre.

Estamos aliás, a menos de 3 meses das eleições Sr. Primeiro-ministro!

1- Como está a situação das dívidas acumuladas pela Comissão Nacional de Eleições e que poderão comprometer a realização destas eleições?

Ou estará o seu governo à espera que esta questão fique por resolver e com o aproximar das eleições, vir a causar problemas, tais como greves e boicotes dos funcionários, para se alegar necessidade de adiamento das eleições?

2- O governo já está na posse das verbas prometidas pela Comunidade Internacional, ou seja: já há garantias financeiras para se afirmar que, as eleições legislativas não serão adiadas por falta de verbas?

3- Que avaliação faz o governo em relação ao recenseamento eleitoral?

4- Estão reunidas condições de segurança para o acompanhamento das eleições?

Estas são algumas questões, quanto a mim, da responsabilidade do governo e que num país como a Guiné-Bissau podem comprometer as eleições, caso não sejam devidamente salvaguardadas.

No entanto, temos assistido a campanhas demagógicas do Eng.º Carlos Correia, perspectivando o futuro, quando lhe foi mandatado uma governação até 16 de Novembro de 2008 e, com a única tarefa executiva, de preparar e realizar as eleições legislativas na data prevista.

Porque se preocupa com a questão do investimento estrangeiro, quando sabe que não pode assumir, legalmente, compromissos dessa natureza?

Quer deixar a marca da virada?

Porque não utiliza as receitas dos serviços de Alfândegas; portos, aeroportos e fronteiras, para nestes meses à frente do governo pagar salários aos funcionários do Estado?

Porque não faz um levantamento da situação económico-financeira que o seu governo, para todos os efeitos, herdou do governo do Pacto de Estabilidade, demitido recentemente por Nino Vieira?

Quer mais Sr. Primeiro-ministro Carlos Correia?

Solidarize-se com os nossos irmãos vítimas da cólera, dê a cara na angariação de ajudas para os nossos hospitais.

Dê a cara na sensibilização das nossas populações no combate ao narcotráfico, à corrupção, ao lixo, etc.

Tudo isto é possível, sem comprometer a tarefa exigente da preparação e realização das eleições porquanto serem assuntos pontuais de uma gestão, contrariamente à sua apetência pela captação de investimento estrangeiro, assunto que requer legitimidade governativa, que o seu governo não tem e, por assim dizer: programas e estratégias definidas na área em questão.

Deixe o futuro para os que terão a responsabilidade de governar depois das eleições e faça apenas o que lhe foi incumbido de fazer. Não complique o que é fácil!

Certamente recordar-se-á de mim, tomando como referência  a primeira Conferência Nacional de Desporto, realizada em Bissau em 1979, sendo o Sr. Primeiro-ministro, na altura, Presidente do Conselho Superior dos Desportos e eu, Fernando Casimiro, delegado da Escola Nacional de Judo a essa Conferência.

No encerramento dessa Conferência, em que esteve igualmente o seu camarada General João Bernardo Vieira, na qualidade de Primeiro-ministro e, em plena ditadura partidária, tive a coragem de, aos 18 anos de idade, discordar e criticar publicamente o seu discurso irrealista sobre as iniciativas desportivas realizadas no país.

O Sr. Eng.º quis falar de assuntos que desconhecia e eu, já nessa altura, não lho permiti, em presença de todos quantos estavam no salão "III CONGRESSO" em Bissau e com direito a transmissão radiofónica.

O Sr. Eng.º não gostou e interrompeu, por diversas vezes, o meu discurso na cerimónia. Lembra-se?!

Por favor, não complique nestes meses que faltam, Sr. Primeiro-ministro... O seu tempo já lá vai!

 

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