O ESSENCIAL DA QUESTÃO Fernando Casimiro (Didinho) 23.09.2013 Retomo o essencial da recente intervenção do Comandante Pedro Pires, ex-Primeiro-ministro de Cabo-Verde; ex-Presidente de Cabo-Verde, etc.,etc., com enfoque sobre as Forças Armadas da Guiné-Bissau, por ter lido opiniões em forma de análise, que respeito, mas dos quais discordo, por estarem, segundo o meu ponto de vista, desenquadradas com o essencial das afirmações/acusações do Comandante Pedro Pires. O que está em causa e creio que todos deveriam estar ao alcance da questão, de tão fácil leitura e interpretação que se reveste o tema, era e é perceber que a abordagem em jeito de resposta às declarações de Pedro Pires não visa negar/rebaixar/retirar estatuto ou brilhantismo conquistados e associados ao perfil, civil/ político e militar do Comandante Pedro Pires. O que está em causa e se reprova é a generalização das suas acusações a toda uma Instituição da Guiné-Bissau, as Forças Armadas! O que está em causa, nunca foi culpar Cabo-Verde pelos insucessos da Guiné-Bissau, se é que algum guineense desconhece, sobretudo, nos dias de hoje, que são os próprios guineenses, os principais culpados por tudo quanto tem acontecido de negativo ao país, desde que assumimos a Governação do nosso Estado! Porquê, tanta manipulação de um assunto como se o Comandante Pedro Pires estivesse acima de qualquer crítica? Será que os guineenses também concordam com a generalização das acusações de narco-Estado dirigidas à Guiné-Bissau e, directa ou indirectamente a todos os cidadãos da República da Guiné-Bissau, por exemplo...?! Li escritos em defesa do Comandante Pedro Pires, por parte de cidadãos guineenses, e contra as Forças Armadas da Guiné-Bissau. O que é que está em causa para tanta insensibilidade para com o nosso país, a Guiné-Bissau, e para com as nossas instituições? Vejamos: Quando foi que, da parte das autoridades da Guiné-Bissau, para lá do golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, houve posicionamentos/declarações visando instituições ou personalidades públicas caboverdianas e de certa forma conotadas com estratégias visando a instabilidade de Cabo-Verde? De onde ou como começou esta troca de galhardetes, senão de Cabo-Verde e após o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 na Guiné-Bissau? Depois das polémicas declarações de Pedro Pires, o que foi que se ouviu do Primeiro-ministro de Cabo-Verde (sendo ele quem mais contribuiu para uma campanha de hostilidade contra a Guiné-Bissau no pós-golpe de 12 de Abril de 2012)? "O Chefe do Governo cabo-verdiano advogou que, como Primeiro-ministro, deve defender Cabo Verde e o bom nome do país, ao mesmo tempo que pediu respeito à soberania e à independência da Guiné-Bissau, de modo a que não se intrometam nos assuntos internos daquele país irmão." Cabo Verde: PM comenta declarações do porta-voz das FA guineensesPois, nunca é tarde para se reconhecer os erros. O que agora disse e bem o Primeiro-ministro de Cabo-Verde, deveria ter sido, desde sempre, a conduta das autoridades caboverdianas para com a Guiné-Bissau, independentemente do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, afinal, o que é que mudou, para que houvesse esta mudança de posicionamento, pela positiva, do Chefe do Governo de Cabo-Verde...?! E é aqui que menos se compreende posicionamentos de cidadãos guineenses que acham bem que o nosso país seja insultado; que as nossas instituições sejam insultadas; que o nosso povo seja insultado, de fora e pelos de fora... Que fique claro para esses guineenses que, os caboverdianos, numa situação idêntica jamais aceitariam que um guineense falasse mal das instituições de Cabo-Verde e, muito menos, dos governantes caboverdianos. Eles, caboverdianos, sim, podem falar mal e falam dos seus governantes, das instituições caboverdianas, mas não dão esse privilégio aos de fora...o que acho muito bem! Porque é que nós, guineenses permitimos isso? Imaginemos uma casa de família, onde nem sempre as coisas correm bem. Brigas entre marido e esposa; entre pais e filhos, num ambiente que chega a ser grosseiro. Porém, é no seio dessa família que a "roupa suja" é lavada. Mas será que essa mesma família aceitaria que outros se intrometessem e usassem os mesmos "recursos" desse ambiente grosseiro, para insultar essa mesma família? Diz-se que Pedro Pires apenas "tocou na ferida", relativamente às declarações que proferiu contra uma instituição da República da Guiné-Bissau, neste caso as Forças Armadas! Mas será que só por estes dias e só através de Pedro Pires é que os guineenses ficaram a saber o que se passa na Guiné-Bissau, com enfoque nas Forças Armadas...? Parece que tudo o que é dito pelos outros, sobre o que é nosso, tem mais valor, sabe melhor e é demonstrativo de superioridade dos outros, relativamente a nós próprios... Como também vivemos de complexos, sentimo-nos muitas vezes inferiores a outros que, nos seus reinos, são criticados, desconsiderados, acusados, insultados etc., etc., sem que alguém venha em defesa de outrem, dizendo que fulano tem reputação internacional, tem estatuto tal, é ou foi isto ou aquilo... Há alguém, neste planeta Terra acima da crítica? Por estarmos a falar sobre o Comandante Pedro Pires, aproveito a oportunidade para, não em jeito de arrogância, mas podendo considerar-me como um dos seus amigos, partilhar uma mensagem que me enviou em 2005... Pude encontrar-me depois com ele aquando do funeral do ex-Presidente da Guiné-Bissau Luís Cabral, em Lisboa, no dia 02.06.2009. Acompanhado entre outros, do também amigo, Comandante Júlio de Carvalho "Julinho", assim que me viu, Pedro Pires disse: " Olha o homem da escrita..." Pois é, não preciso de falar mal de um amigo, neste caso, do Comandante Pedro Pires, por quem nutro estima e consideração, mas também, não preciso prestar vassalagem a quem quer que seja, sendo que o Comandante Pedro Pires dispensa esse tipo de postura! Há muitos anos que o nosso trabalho é lido e considerado em vários palcos e por diversos actores... Vamos continuar a trabalhar!
Tenho lido alguns comentários seus sobre a Guiné e creio que também sobre Cabo Verde. Eis a razão que me leva a enviar-lhe o texto da minha declaração por ocasião da apresentação oficial de recandidatura à PR. Espero que as ideias nelas expressas tenham algum interesse para si. Melhores cumprimentos,
Pedro Pires A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
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