O GOVERNO JAMAIS ESCLARECERÁ NADA
DO QUE TEM ACONTECIDO NA GUINÉ-BISSAU, PORQUE É PARTE DO PROBLEMA!
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
10.06.2009
Hoje
querem mostrar que há autoridade do Estado e que as Forças Armadas, as mesmas
que têm decidido tudo na Guiné-Bissau, a mando de José Zamora Induta, obedecem
ao poder político. Nada mais falso e, uma vez mais, contraditório.
Em primeiro lugar, quando o Governo "ordena a imediata
entrega às instâncias judiciais competentes de todos os detidos relacionados com
os trágicos acontecimentos da passada sexta feira", esse mesmo Governo está a
disparar contra ele próprio.
Quem afinal, deveria coordenar as acções quer dos Serviços
de Informação do Estado, quer das Forças Armadas, desencadeadas contra as
pessoas que foram assassinadas, bem como as detidas e torturadas?!
Quem afinal, deveria ter a garantia de que as suspeições
sobre uma alegada tentativa de Golpe de Estado assentavam em argumentos
consistentes e, quiçá, credíveis, dando aval para uma intervenção responsável
das Forças de Defesa e Segurança, caso se justificasse?!
Quem afinal, deveria emitir um Comunicado, depois do término
da intervenção, caso se decidisse por isso, tendo já, as provas para apresentar
quer à opinião pública nacional, quer à opinião pública internacional?!
Quem deveria dirigir-se ao país, de imediato, no sentido de
pedir calma aos guineenses e dar garantias de tranquilidade às populações?!
As Forças Armadas devem obediência ao poder político, neste
caso, ao Governo.
O Ministro da Defesa estava ausente do país, regressou e
ficou mudo...
Do Ministro do Interior, que é responsável pelos Serviços de
Informação do Estado, até hoje não se ouviu nenhuma palavra...
Então, se o Governo, reunido em Conselho de Ministros após
as mortes de Hélder Proença, Baciro Dabó e mais 2 cidadãos nacionais e
baseando-se num Comunicado dos Serviços de Informação do Estado, assinado por um
Director-Geral Adjunto, assume que realmente houve uma tentativa de golpe de
Estado e na sequência dos alegados confrontos/resistência dos golpistas, houve
mortos, isso quer dizer que o Governo, sem fazer a sua parte e sem exigir
responsabilidades pelo facto de, alegadamente, só ter sido informado dos
acontecimentos, depois da emissão desse Comunicado, não condenou a ilegalidade
dos Serviços de Informação do Estado, que agiram sem dar conhecimento ao
Ministro da Tutela, que, por sua vez, deveria informar detalhadamente o Governo
sobre a existência de uma alegada tentativa de golpe de Estado.
As Forças Armadas, caso obedecessem ao poder político,
deveriam, antes de agir, dar conhecimento ao Ministro da Defesa ou, na sua
ausência, ao seu substituto, que se encarregaria de comunicar a situação ao
Governo. Pelos vistos não o fizeram!
Nenhuma formalidade institucional foi cumprida quer pelos
Serviços de Informação do Estado, quer pelas Forças Armadas.
O Governo, ao invés de tentar enganar, uma vez mais, a
opinião pública "ordenando" a entrega de todos os detidos às instâncias
judiciais, deveria de imediato exonerar o Director-Geral Adjunto dos Serviços de
Informação do Estado e solicitar um inquérito urgente a esses serviços.
O Governo, ao invés de querer mostrar que tem autoridade,
deveria pôr em prática essa autoridade e propor a exoneração imediata do Chefe
do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, José Zamora Induta, por
desobediência, tendo assumido a acção militar contra pessoas que, na altura nem
estavam armadas nem estavam em posição de assalto ao poder.
Deveria haver uma responsabilização criminal quer dos
responsáveis dos Serviços de Informação do Estado, quer do Estado-Maior das
Forças Armadas, envolvidos nas matanças, detenção e tortura infundada de
cidadãos nacionais.
Entretanto, o povo guineense deveria exigir a imediata
demissão do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. elemento cúmplice dos desmandos e
das matanças que ultimamente têm ocorrido na Guiné-Bissau!
Este mesmo Governo que diz querer esclarecer o que realmente
aconteceu, reuniu-se com representantes da Comunidade Internacional em Bissau e,
das alegadas provas que o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado
garantia existir, nada foi apresentado aos representantes da Comunidade
Internacional, nesse encontro que, visava essencialmente explicar o que tinha
acontecido...
Provas...?!
Chega de estratégias hipócritas, de mentes doentias!
Vamos continuar a trabalhar!
Nota: Hoje vi uma lista dando conta de eu ser o "porta voz"
de um grupo referenciado pela equipa de matadores como alvo a abater e que eu,
Fernando Casimiro (Didinho), mesmo estando fora da Guiné, seria o próximo
alvo...
Aqui estou, Sr. José Zamora Induta e Sr. Carlos Gomes
Jr....Não me admira que essa seja a verdadeira razão da permanência de Carlos
Gomes Jr. em Portugal, pois com o dinheiro da Guiné-Bissau poderá contratar
pessoas para lhe fazerem esse serviço...
Guiné-Bissau: Governo quer esclarecer alegado golpe de Estado
O Governo da Guiné-Bissau ordenou hoje a
"imediata entrega às instâncias judiciais competentes de todos
os detidos relacionados com os trágicos acontecimentos" da
passada sexta-feira, quando dois ex-ministros do país foram
assassinados por alegado envolvimento num golpe de Estado que
estaria em marcha.
Segundo um comunicado divulgado hoje, o
Governo fica encarregado "de recolher todas as informações
(material, som e vídeo) relacionados com a preparação dos actos
que se prendem com a denunciada tentativa de golpe de Estado,
para efeitos de esclarecimento da opinião pública nacional e
internacional". As informações devem ser transmitidas em tempo
útil ao Ministério Público, refere o documento.
No comunicado com seis pontos, o
Executivo guineense defende a "necessidade de não voltarem a
registar-se situações que levem a mortes e ensombrem ainda mais
a credibilidade do país nos planos nacional e internacional".
O Governo da Guiné-Bissau solicita também
à Procuradoria-Geral da República que conclua os inquéritos
sobre os acontecimentos registados a 1 e 2 de Março, que
provocaram a morte ao Presidente "Nino" Vieira e ao chefe das
Forças Armadas Tagmé Na Waié, destacando tratar-se de uma
"necessidade urgente".
Segundo o documento, é preciso também
"(...) iniciar imediatamente as acções que levem ao
esclarecimento acerca da denunciada tentativa de golpe de
Estado" na passada sexta-feira.
O comunicado de hoje informa ainda que o
primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, em carta endereçada ao
secretário-geral da ONU, "deu o seu aval para a criação de uma
comissão de inquérito internacional para apurar as causas que
levaram aos assassínios" do presidente "Nino" Vieira e de Tagmé
Na Waié.
Na sexta-feira, um comunicado da
Direcção-Geral dos Serviços de Informação de Estado denunciou
que as forças de segurança haviam abortado uma alegada tentativa
de golpe de Estado, operação que provocou a morte a quatro
pessoas. Várias pessoas foram também detidas pelos militares.
Os antigos ministros Hélder Proença e
Baciro Dabó, este último também candidato às presidenciais de 28
de Junho, foram mortos, bem como o motorista e um segurança de
Hélder Proença.
Fonte: Lusa |
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