O LUÍS CABRAL QUE CONHECI ERA UM PATRIOTA E UM HOMEM BOM!
Por: Fernando Casimiro (Didinho)
31.05.2009
Em Bissau, conheci Luís Cabral apenas de vista. Do que se falou dele depois do golpe de Estado de 14 de Novembro, confesso que a princípio, as imagens das ossadas das valas comuns apresentadas ao mundo por Nino Vieira, convenceram-me de que estávamos perante um ditador. Mais ainda, os discursos do Conselho da Revolução, argumentados com uma total harmonia de posicionamentos de testemunhas que sempre foram fieis aos princípios do PAIGC e à Direcção Superior do Partido não podiam deixar ninguém indiferente, ou a favor de Luís Cabral, que tinha sido escolhido para ser o primeiro Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau.
Vivia-se a euforia de uma revolução, de um grupo auto-denominado "Movimento Reajustador", que tinha no seu seio, maioritariamente, militares, figuras destacadas da luta de libertação nacional e que por essa altura ainda tinham credibilidade no seio do povo guineense, credibilidade essa aparentemente justificada pelo seguidismo de um monopartidarismo que impedia, de certa forma, a livre reflexão, análise e avaliação da real situação política e social da Guiné-Bissau.
Um grupo que sempre quis esconder as verdadeiras motivações que incitaram a uma revolta calculista, objectivamente assente em contornos xenófobos e de ambição desmedida pelo poder.
Das acusações proferidas e que justificavam o derrube de Luís Cabral a 14 de Novembro de 1980, rapidamente se começou a constatar que as mesmas tinham sido verdades de uma grande mentira, que permitiu a ascensão de João Bernardo "Nino" Vieira, ao poder.
Os efeitos dessa grande mentira fomentaram divisões na estrutura identitária guineense, contribuindo para a segregação dos designados "burmedjus".
Porém, o tempo, juiz de todos os juízes, acabou por demonstrar que o Golpe de Estado de 14 de Novembro afinal, tinha no denominado "Movimento Reajustador", os reais executantes das matanças de cidadãos guineenses.
O tempo, juiz de todos os juízes, acabou por demonstrar que da obra conseguida durante a Presidência de Luís Cabral e que permitia empregar mão de obra nacional, gerar riqueza e bem-estar aos trabalhadores guineenses, o "Movimento Reajustador" fez tábua rasa, destruindo tudo.
Mas o tempo ainda demonstrou mais. Demonstrou que João Bernardo " Nino" Vieira, fez questão de eliminar todos os que lhe podiam fazer frente, acabando por tornar-se no mais rico e poderoso guineense. O tempo, estava a mostrar que afinal, os problemas da Guiné, apontados pelo "Movimento Reajustador" contra Luís Cabral, tinham outra responsabilização, Nino Vieira!
Em Portugal, cruzei-me com Luís Cabral pela primeira vez no início de 1990. Trabalhava eu em Alcântara e num dia que saí para almoçar num restaurante, vi-o em frente à Embaixada de São Tomé e Príncipe. Cumprimentei-o, houve um aperto de mãos e um sorriso de muita simpatia por parte dele.
Nunca mais o vi, nem me interessei mais por ele, até porque nessa altura e até 2003, nada me tinha conseguido motivar a comprometer-me com a Guiné-Bissau, tal como passei a estar.
Quando comecei a escrever, voltei a recuperar as minhas memórias e a figura de Luís Cabral passou a fazer parte das minhas reflexões, sem contudo constituir prioridade, pois a sua postura depois de se ter exilado em Portugal, tinha sido impecável, pois jamais tentou prejudicar o país, procurando, pelo contrário, reaproximar-se dos guineenses e projectando positivamente a imagem do país.
Em 2006, senti-me tentado a contactá-lo para um trabalho que tinha e ainda tenho em mente, denominado "Em Busca da Verdade". Um trabalho que visa incentivar os combatentes da liberdade da Pátria quer guineenses, quer cabo-verdianos, a fazerem depoimentos sobre diversos períodos e situações da luta de libertação, como também, aos que participando na governação da Guiné-Bissau, se decidissem por partilhar, como registo histórico, as suas experiências e conhecimentos.
Infelizmente não fui bem sucedido a nível dos contactos que fiz e, lamentavelmente, algumas pessoas faleceram desde então, empobrecendo mais ainda o campo de recolha.
Quem aceitou falar abertamente sobre qualquer assunto que eu quisesse abordar, foi Luís Cabral.
Para conseguir o seu contacto, falei com a Iva Cabral, sua sobrinha que me foi dizendo, Didinho, olha a saúde do meu tio...
Primeiramente resolvi enviar um mail, que partilho neste trabalho, ao Luís Cabral, mas como estava a demorar a resposta por e-mail, resolvi telefonar.
Quando consegui falar com ele, a receptividade foi total e pressenti estar perante um Homem Simpático, que se sentia injustiçado e abandonado. Disse-me logo, podes vir todos os dias, menos dia tal e a hora que quiseres, que a porta estará sempre aberta!
Marcamos o dia e fui.
Não podia ter sido melhor recebido!
O Luís e a Josefina foram tão simpáticos e carinhosos comigo, que jamais me esquecerei das suas posturas.
Perante um ambiente tão acolhedor e, sabendo ao que ia, lá comecei por apresentar as razões de querer ouvir Luís Cabral. Conversamos muito e notei-o bastante entusiasmado. Parecia que há muito queria falar a sério com alguém sobre a Guiné-Bissau e, finalmente, estava perante alguém disposto a ouvi-lo, mas também, a colocar-lhe questões complicadas sobre o seu passado de Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau.
Uma das mais importantes questões que tinha para lhe colocar era relativamente às valas comuns com as ossadas de antigos comandos africanos que serviram o exército português, dadas a conhecer por Nino Vieira ao mundo, como sendo um acto ordenado por ele, Luís Cabral.
Ficou sério, muito sério. Olhando para mim, olhos nos olhos, encolheu os ombros dizendo-me o seguinte: Já naquela altura, quem mandava eram os militares... O Nino Vieira não era militar?! Como é que podia dizer que eu é que tinha ordenado os fuzilamentos?!
Quer dizer-me que a sua autoridade era limitada e condicionada pelos militares, perguntei, acrescentado de seguida, sem esperar pela resposta, que assim sendo, foi conivente com eles, pois não os denunciou, nem renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau.
Ficou em silêncio por instantes, para de seguida dizer que nada podia fazer...
Notei então muita tristeza e mágoa na face de um homem que parecia ter feito uma viagem ao passado das suas memórias, um homem que também mostrava sinais de arrependimento por "ter deixado acontecer" coisas que mereciam reprovação e condenação da sua parte.
Não pretendo ilibar Luís Cabral das suas responsabilidades, a minha iniciativa de ouvi-lo não se enquadrou nesse sentido, mas no de conhecer pessoalmente a sua versão dos factos e partilhá-los para registo histórico e fonte para outras buscas e avaliações do percurso da sua Presidência até 14 de Novembro de 1980.
Continuamos a falar sobre outros assuntos tendo marcado um novo encontro. Antes de me ir embora levantou-se e foi buscar 1 exemplar do seu livro "Crónica da Libertação", que me ofereceu.
Quando voltei a encontrar-me com ele, sempre em sua casa, já tinha lido uma boa parte do seu livro e, mais questões tinha para lhe colocar.
Ao receber-me disse logo: Fico contente por ver um guineense comprometido com a Guiné. Fazes-me lembrar o Amilcar...
Voltamos a falar, mas sentia que se emocionava demasiado e o estado de saúde dele não aconselhava toda essa entrega, toda essa emoção forte que o fazia reviver a sua Guiné.
Porém, voltei a ver nas suas expressões o sentimento de tristeza, de abandonado pelos camaradas de luta e do Partido e de alguém injustiçado por uma campanha destrutiva que nem o tempo tinha conseguido corrigir.
Fui fazendo as minhas recolhas ouvindo as respostas às questões que lhe colocava.
Ao despedir-me dele e da Josefina, disse-me: volta depressa para te mostrar alguns filmes sobre a luta de libertação nacional.
Deixei passar uma boa temporada, até que fiquei a saber que ele tinha sido internado em Abril de 2007. Telefonei e falei com a Josefina que me deu a conhecer o seu estado de saúde. Prometi ir visitá-lo assim que tivesse alta.
Tempos depois, telefonei, já depois dele estar em casa e falei com ele, convidando-me a ir lá para conversarmos. Disse-lhe que sim, que ia, mas acabei por não ir.
Tinha lido e relido o livro que me tinha oferecido, que hoje mais parece um caderno de rascunhos, tantas as referências e apontamentos que fui registando nas páginas que mais me despertaram a atenção e aproveitei para lhe sugerir uma nova tiragem do livro e que se fosse necessário, angariava-se fundos para esse fim, ao que me respondeu que já tinha pensado numa nova edição e que provavelmente iria pedir apoio de instituições como a UNESCO para o patrocínio da segunda edição do "Crónica de Libertação".
Numa das nossas conversas disse-me que ainda tinha matéria para escrever mais um livro e eu aproveitei para lhe encorajar a fazê-lo, disponibilizando-me para ajudá-lo no que fosse preciso, dado o seu estado de saúde. Disse-lhe mesmo assim: Senhor Luís Cabral, não leve nada consigo na hora de partir...se precisar de escrever e não for capaz, chame-me a qualquer hora que venho logo ter consigo!
Acabei por não mais ir ter com Luís Cabral, porque queria poupá-lo, sabendo que o seu estado de saúde estava a degradar-se e não queria que as emoções das nossas conversas alguma vez traíssem o bater do seu coração. Com muita pena, sem dizer-lhe isso, fui adiando e só hoje, 31 de Maio, 1 dia após a sua morte voltei a entrar em casa de Luís e Josefina em Miraflores.
Vi por lá muita gente, entre guineenses, cabo-verdianos, são-tomenses, portugueses...O Luís era um PATRIOTA e um Homem Bom!
Descansa em Paz, tu que soubeste ouvir quase tudo e quase todos contra ti, da forma mais natural possível, ou seja, fazendo Fé que Deus um dia iria clarificar as injustiças da verdade da grande mentira que te derrubou do poder e traçou o rumo da desgraça para a Guiné-Bissau.
Não foste nem te tornarás Santo, mas em vida, não foste mau como os que o tempo acabou por confirmar como tendo sido os piores filhos da Guiné-Bissau!
Para onde fores, continua a ser PATRIOTA, continua a pedir o melhor para a tua Guiné-Bissau e para os teus irmãos guineenses!
Até sempre!
De: Fernando Casimiro [mailto:didinho@sapo.pt] Enviada: terça-feira, 15 de Agosto de 2006 11:18 Para: Luís Cabral Cc: Cabraliva Assunto: Estabelecer contacto
Exmo. Sr. Luís Cabral,
Venho através desta mensagem, propor-lhe um encontro para falarmos sobre a Guiné-Bissau: Passado e presente.
Também quero falar consigo sobre Amílcar Cabral e o PAIGC
Chamo-me Fernando Casimiro (Didinho) e consegui o seu contacto através da sua sobrinha Iva que está em Cabo Verde e que me deu inclusive o seu contacto telefónico. Não consegui falar consigo por telefone porque a primeira vez que liguei o Senhor não estava em casa, tendo falado com uma sobrinha sua a quem deixei recado e o meu número de contacto.
No dia seguinte voltei a ligar, mas creio que não estava ninguém em casa. Vou continuar a tentar falar consigo por telefone.
O que me leva a contactá-lo é que escrevo artigos de opinião sobre a Guiné-Bissau e tenho 2 sites na Internet sobre a Guiné-Bissau que aproveito para convidar o Senhor a visitar. Os endereços são estes:
O senhor sabe que o golpe de Estado que o derrubou da Presidência do Conselho de Estado da Guiné-Bissau, deixou marcas de suspeição relativamente a muitas questões de então, entre os mais referenciados destaca-se a questão dos fuzilamentos de antigos comandos africanos e vários cidadãos acusados sem julgamento, de terem pertencido à PIDE.
Apesar de ter escrito alguns apontamentos sobre o que se disse em relação à sua responsabilidade nesta matéria, penso que o Senhor tem direito a ser ouvido. Ou melhor, gostaria de ouvir a sua versão sobre esta matéria. Pois o Senhor tem o direito de se defender e de esclarecer o que realmente aconteceu na Guiné-Bissau durante a sua presidência.
Como tenho referenciado: É urgente e imprescindível a participação dos que directa ou indirectamente se envolveram no processo de libertação, no sentido da correcção e registo da História recente, não só como forma de honrar a memória dos que tombaram pelas independências da Guiné e de Cabo Verde, mas também, para a reposição de verdades até aqui ocultas e falseadas!
O Senhor é uma peça-chave para a busca e reposição da verdade sobre muitos assuntos da luta de libertação nacional e do pós-independência da Guiné-Bissau. O Senhor tem direito ao benefício da dúvida sobre as acusações contra si proferidas por quem o derrubou.
É neste sentido que pretendo ouvir o que tem para dizer, pois é preciso fazermos o registo e a correcção da nossa História. Obviamente que será escusado dizer que o registo das suas memórias será um excelente CONTRIBUTO para podermos compreender muitos problemas com que hoje a Guiné-Bissau se vê confrontada.
Fico por aqui aguardando a sua resposta.
Cumprimentos
Fernando Casimiro (Didinho) |
Luís Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau independente, hoje falecido em Lisboa, há muito que deixou de fazer política, guardando, porém, um "ódio de estimação" ao "traidor" que o derrubou em 1980, "Nino" Vieira, assassinado em Março último. Natural de Bissau, onde nasceu a 11 de Abril de 1931, Luís Cabral é uma das mais importantes personalidades políticas da Guiné-Bissau e nunca perdoou a João Bernardo "Nino" Vieira o golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, localmente conhecido por "Movimento Reajustador", que o afastou da presidência que assumira sete anos antes, em 1973. O antigo contabilista várias vezes afirmou ter sido traído pelo homem que, em 1978, nomeara primeiro-ministro, embora tenha deixado cair essa "bandeira" e desistido do regresso à política activa e ao seu país após as primeiras eleições gerais pluralistas guineenses de 1994, que deram a vitória a "Nino" Vieira e ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Já depois dessa desistência, acabou por regressar em 1999 a Bissau, "apenas para uma visita", precisamente na altura em que "Nino" Vieira já tinha deixado o poder, após os 11 meses do conflito político-militar de 1998/99. A convite do então primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN), Francisco Fadul, o ex-presidente revisitou o país que já não via há 18 anos, mas deixou indicações claras de que o seu regresso a Bissau não implicaria um retorno à política activa. Mas essa actividade política esteve presente na sua vida desde relativamente cedo, uma vez que Luís Cabral foi um dos mais próximos colaboradores do seu meio-irmão, Amílcar Cabral, o "pai" das independências da Guiné e Cabo Verde. Em 1956, ao lado do seu meio-irmão e de vários outros destacados dirigentes, Luís Cabral foi um dos fundadores do PAIGC e um dos principais protagonistas da história da emancipação das colónias portuguesas em África, embora tenha estado sempre na "sombra" de Aristides Pereira, que foi secretário-geral do PAIGC e presidente de Cabo Verde. A unidade entre a Guiné e Cabo Verde, país onde efectuou os seus estudos primários, era um dos ideais subjacentes à própria criação do PAIGC, que nunca acabou por ir por diante, projecto que morreu definitivamente com o golpe de Estado de 1980. O "Movimento Reajustador" teve, na sua essência, o fim da ruptura entre duas realidades diferentes, com o assumir, por Bissau, de que quem mandava no território eram os guineenses e não os "burmedjus", os mestiços cabo-verdianos escolarizados que a Guiné-Bissau "herdou" da colonização portuguesa. O assassínio de Amílcar Cabral, em Janeiro de 1973, em Conacri, cujos verdadeiros contornos são ainda hoje desconhecidos, levaria Luís Cabral, oito meses mais tarde, a 24 de Setembro do mesmo ano, à presidência da Guiné. A chegada à chefia do Estado ocorreu após a proclamação unilateral da independência - lida em Madina do Boé (leste) pelo então presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) das "Zonas Libertadas" pelo PAIGC, precisamente "Nino" Vieira -, e que só seria reconhecida oficialmente por Portugal cerca de um ano mais tarde, a 10 de Setembro de 1974. Se as relações entre Aristides Pereira, na altura presidente de Cabo Verde, e "Nino" Vieira morreram após o golpe, as de amizade e admiração profunda entre o líder cabo-verdiano e Luís Cabral também azedaram quando ainda era incerto o destino do presidente destituído. Em 1991, Luís Cabral lembrou esse episódio à imprensa portuguesa, recordando que, durante o seu exílio em Cuba (entre 1981 e 1983), escreveu várias vezes a Aristides Pereira sem obter resposta. A ideia era regressar a África, nomeadamente a Cabo Verde, na companhia da sua família, ao que Aristides Pereira se opunha. A partida para Portugal só aconteceu depois de uma intervenção conjunta do então presidente português, general António Ramalho Eanes, e do governo de Lisboa, que lhe ofereceram o exílio, iniciado em princípios de 1984. Contabilista de formação, Luís Cabral entrou em 1963 para o Comité de Luta, dois anos depois de ter fundado, em Conacri, a União geral dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), ainda hoje a principal central sindical do país. Em Agosto de 1971, foi eleito para o secretariado permanente do Comité Executivo da Luta, com a responsabilidade de reconstruir as "zonas libertadas" pelo PAIGC na guerra pela independência (1963/74). Eleito deputado à ANP pelo círculo de Bissau em 1971, assumiu, nesse mesmo ano, a direcção da luta na Frente Norte e, em Julho de 1973, no segundo Congresso do PAIGC, foi eleito secretário-geral adjunto do partido, sendo o "braço direito" de Aristides Pereira, depois de este assumir a herança de Amílcar Cabral, assassinado seis meses antes. Já na Presidência guineense, Luís Cabral tentou impor uma economia forte no país, apoiada num modelo socialista que deixou a já de si frágil economia guineense arruinada. Paralelamente, a repressão de um regime monopartidário musculado e a penúria alimentar também deixaram marcas e, apesar de sempre o ter negado, Luís Cabral foi acusado de ser o responsável pela morte de um importante número de soldados guineenses que combateram do lado português durante a guerra colonial. Fonte: Diário de Notícias 31.05.2009 |
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Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO