OPINIÃO
Filomena Embaló
fembalo@gmail.com
29.01.2010
Amigos e
compatriotas,
Tinha tomado a decisão de não intervir no debate Nhomba-Didinho, pois considero
ambos suficientemente idóneos para se defenderem e entenderem. O que lamento é
que um debate que deveria ser de ideias tenha descambado num debate de ataques
pessoais, tomando proporções e orientações que obrigam-me, na qualidade de
colaboradora deste espaço, a reagir.
Todos dizemos hoje que o CONTRIBUTO é “nosso”, possivelmente por termos
encontrado nele um lugar onde possamos manifestar as nossas opiniões e
preocupações a respeito da Guiné. Mas não nos podemos esquecer que se o
CONTRIBUTO se tornou “nosso” foi porque alguém o concebeu e o realizou e que
antes de nos “apropriarmos” dele, pertenceu durante mais de um ano unicamente ao
seu fundador, ao Didinho. Foi ele que se investiu pessoalmente e
financeiramente, fazendo do projeto a sua primeira preocupação e expondo-se a
todas as formas de ataques e ameaças, até contra a sua vida. Mas ele manteve-se
firme permanecendo na sua linha. Podemos concordar com ele ou não, mas os
objetivos e orientações do CONTRIBUTO foram desde o início do conhecimento
público e por o projeto ter sido uma iniciativa pessoal é normal que esteja
marcado com o cunho do seu fundador. Quem aderiu ao projeto e o considere
realmente “seu” é porque concordou com esses objetivos e orientações. O que não
impediu que, ao logo dos anos com a participação de diferentes colaboradores, o
espaço se tenha aberto e beneficiado com eles. No entanto, não nos enganemos que
por nos termos apropriado do projeto, ele possa existir sem o Didinho! SE O
DIDINHO O ABANDONAR REALMENTE, mesmo continuando a publicar o que outros possam
escrever, o CONTRIBUTO ACABA, fazendo o gosto a muita gente.
Como qualquer um de nós, eu a primeira, o Didinho não é perfeito. Tal como
qualquer um de nós ele tem qualidades e defeitos. A sua frontalidade pode
chocar, mas ela é sinónimo de um gosto pela verdade e pela justiça. Colaboro com
o Didinho desde agosto de 2004. Nessa altura ele trabalhava sozinho no projeto e
fui a primeira a participar neste empreendimento. No entanto, de início a nossa
colaboração não foi sem atritos, pois tivemos diversas discussões, nem sempre
amenas, não por defendermos causas contrárias, mas por termos abordagens
diferentes perante a mesma questão. Porém o que nos une é mais forte do que as
divergências das nossas abordagens e por essa razão isso nunca pôs em causa a
nossa colaboração. É assim que eu entendo o debate de ideias. Estou convicta de
que dessas nossas discussões, houve benefícios para o projeto. Tenho a certeza
de que DESTE INFELIZ DEBATE O CONTRIBUTO TAMBÉM PODERÁ SAIR REFORÇADO, pois
todos aprendemos com as experiências, boas ou más.
Tudo isto para vos dizer que o momento é grave e que AQUELES QUE REALMENTE
ACREDITAM NO PROJETO E NO DIDINHO, em primeira linha nós, os colaboradores
diretos, DEVEM UNIR-SE para que mantenhamos este espaço que dizemos ser “nosso”,
o aperfeiçoemos de modo a que ele possa ser realmente uma mais valia para o país
que nos une e que amamos. E que não nos enganemos que nessa união possamos
prescindir do Didinho, pois nenhum de nós tem a garra e até mesmo a convicção
que são as suas, indispensáveis para o prosseguimento de um projeto desta
natureza!
Filomena Embaló
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