O POVO É SOBERANO E A SUA ESCOLHA PODE SIGNIFICAR O SEU GANHO OU O SEU PREJUÍZO!

 

RESPEITAR A DECISÃO DO POVO

"...O nosso objectivo é fazer o progresso e a felicidade do nosso povo, mas nós não podemos fazê-lo contra o nosso povo. Ora, se alguns da nossa terra não querem isso, ou eles não são povo, então nós podemos fazer tudo contra eles e talvez mesmo os púnhamos na cadeia, ou então eles são muitos e representam o povo e nessa altura, nós paramos; não podemos fazer nada, porque não se pode fazer a felicidade e o progresso de alguém contra a sua vontade." Amilcar Cabral

 

Se alguma vez, por exemplo, o Dr. Carlos Lopes (Subsecretário-Geral das Nações Unidas) um dos mais reconhecidos quadros e intelectuais guineenses a nível mundial, se decidisse candidatar às presidenciais na Guiné-Bissau, certamente que um qualquer aldrabão e corrupto candidato, catalogado como puro guineense, ganhar-lhe-ia, pois nenhum Manifesto Eleitoral que ele elaborasse seria considerado por um povo que não está à altura das suas responsabilidades, ou não prevalecesse a lógica da maioria vencer em democracia, uma maioria que continua a ser analfabeta e, consequentemente, incapaz de fazer escolhas livres e conscientes com base no seu próprio raciocínio. Um povo à mercê de demagogos, corruptos e criminosos, infelizmente!

 

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

03.07.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Deve-se aceitar a escolha do povo em todas as eleições que se realizarem na Guiné-Bissau, no entanto, deve-se questionar ao povo guineense se, realmente, pensa no futuro; se realmente, é sensível ao presente e amnésico ao passado de responsabilização que deve ser considerado quando pessoas com responsabilidades na destruição da Guiné-Bissau, se apresentam como candidatos a Presidente da República!

Não devemos desresponsabilizar de todo, o próprio povo guineense, pelos sucessivos retrocessos que as oportunidades da democracia têm proporcionado para que, em condições legais e pacíficas, se vire a página, se opte por um novo rumo, o da Mudança, tendo em vista a promoção e consolidação da Paz e da Estabilidade, para que se possa trilhar o caminho do Desenvolvimento.

É também com a Mudança, com o virar de página que os guineenses têm recusado a si próprios, que se pode criar um novo conceito de patriotismo, baseado no cultivo da cidadania, o que positivamente capacita o cidadão para os seus direitos e deveres enquanto valor principal de um todo denominado República da Guiné-Bissau.

Os guineenses que votaram no passado dia 28 de Junho, decidiram pelas suas convicções e opções em relação aos 11 candidatos que se apresentaram a estas eleições.

Convicções... certamente nenhumas, pois a escolha permitiu que 2 candidatos com alta carga de responsabilização no estado em que a Guiné-Bissau se encontra, passassem à segunda volta, facto que, seguramente constituirá motivo de preocupação, inclusive para os que neles votaram, mais cedo do que se pensa...

Opções, sim, aqui devemos vincar a relação de interesse, de conveniência, própria de uma relação de compromisso não para com o país, que "obrigaria" a uma avaliação dos candidatos em função da responsabilização, das capacidades e, obviamente, dos Manifestos Eleitorais, mas de compromisso para com os candidatos, em função  das oferendas e promessas de resolução de problemas pessoais ou de grupos de pessoas que à partida optaram por este ou aquele candidato, demagogo ou endinheirado.

Se alguma vez, por exemplo, o Dr. Carlos Lopes (Subsecretário-Geral das Nações Unidas) um dos mais reconhecidos quadros e intelectuais guineenses a nível mundial, se decidisse candidatar às presidenciais na Guiné-Bissau, certamente que um qualquer aldrabão e corrupto candidato, catalogado como puro guineense, ganhar-lhe-ia, pois nenhum Manifesto Eleitoral que ele elaborasse seria considerado por um povo que não está à altura das suas responsabilidades, ou não prevalecesse a lógica da maioria vencer em democracia, uma maioria que continua a ser analfabeta e, consequentemente, incapaz de fazer escolhas livres e conscientes com base no seu próprio raciocínio. Um povo à mercê de demagogos, corruptos e criminosos; um povo que tarda a libertar-se de preconceitos, infelizmente!

Enquanto se elegerem aldrabões e corruptos, continuaremos a ter um povo maioritariamente analfabeto, ignorante, carente de informações e conhecimentos; incapaz de pensar sobre o futuro do país e das gerações vindouras; incapaz de ousar fazer qualquer Mudança, porquanto sentir-se bem (apenas) com a realização da reivindicação do estômago, no dia-a-dia, ou seja, com a comida e a bebida...

Há que inverter esta triste realidade, exigindo mais e melhor Educação para o povo guineense; exigindo mais liberdade de imprensa, mais e melhores meios de Comunicação Social ao serviço das populações, sobretudo, a nível de programas audiovisuais!

Não basta organizar eleições e preparar as equipas técnicas da Comissão Nacional de Eleições. É preciso, acima de tudo, elevar o nível de formação e conhecimento, do povo guineense em todas as tabancas do país!

É preciso que o cidadão guineense saiba por que vota e, em função do que pensa ou deseja para o país, escolher entre os candidatos, aquele que melhor garantia lhe oferece através do seu Manifesto Eleitoral e tendo em conta a devida responsabilização dos candidatos e não em função do que os candidatos têm para oferecer, a troco de voto!

A passagem de Malam Bacai Sanhá e de Mohamed Ialá Embaló à segunda volta das presidenciais de 28 de Junho, representa um retrocesso para a Guiné-Bissau. Ambos simbolizam a continuidade da instabilidade, do facilitismo à má governação, da corrupção, da impunidade e consequente aumento do crime organizado nas suas diversas formas, pois nenhum dos dois se revê na Justiça e na legalidade.

O povo guineense decidirá por um deles, mas seja quem for o escolhido, dele não se deve esperar o melhor para a Guiné-Bissau e, por conseguinte, para os guineenses!

GUINÉ-BISSAU: PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009 - ANÁLISE POLÍTICA

RESULTADOS PROVISÓRIOS DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009

 

A CHUVA E A LAVOURA NÃO FORAM A CAUSA DA ABSTENÇÃO!

Contrariamente ao que afirmou o senhor Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. a propósito da taxa de abstenção de 40% verificada nestas eleições, nem a chuva, nem a época da lavoura servem de argumento para a justificação da maior abstenção de sempre em eleições realizadas na Guiné-Bissau. Com efeito, as Presidenciais de 2005, também foram realizadas por esta altura e, quer a data de 19 de Junho, quer a de 24 de Julho, em função da segunda volta, situam-se no período da lavoura e da chuva... À falta de argumentos, na ausência de humildade em reconhecer que o povo está farto de brincadeiras dos políticos e governantes, é fácil culpar a chuva e a lavoura, mas nós damos uma ajuda (à chuva e à lavoura), mostrando que em 2005 ninguém reclamou nada deles!

 

RESULTADOS DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009

Total de eleitores inscritos: 543.775

- Total de votantes: 356.340

- Votos brancos: 5.295

- Votos nulos: 12.717

 

RESULTADOS DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 19 DE JUNHO DE 2005
 

Total de eleitores inscritos: 538.471

- Total de votantes: 471.843 (87,63 %)

- Votos brancos: 13.239 (2,46 %)

- Votos nulos: 10.516 (1,95 %)

 

Resultados finais oficiais da segunda volta das presidenciais (24 de Julho de 2005), hoje anunciados pelo presidente da CNE, Malam Mané, são os seguintes:

- Total de eleitores inscritos: 538.471

- Total de votantes: 422.978 (78,55%)

- Votos brancos: 5.362 (1,27%)

- Votos nulos: 4.129 (0,98%)

- Votos em protesto e em reclamação -562 (0,13%)

 

FALANDO DE RESULTADOS ANTES DO ANÚNCIO OFICIAL

 

Um dia após o encerramento das urnas, a Comissão Nacional de Eleições solicitou aos órgãos de Comunicação Social e não só, que aguardassem pela divulgação oficial provisória dos resultados eleitorais, pois algumas rádios comunitárias estavam a fazer divulgações parciais dos resultados, o que poderia tornar-se perigoso, num ambiente tenso, como é o do apuramento dos votos.

Compreendi a grande preocupação da Comissão Nacional de Eleições e aproveito para lamentar a falta de carácter do senhor Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. que, ignorando a solicitação da CNE e desrespeitando todo um povo que o tem como Primeiro-Ministro, avançou à imprensa, antes da divulgação oficial dos resultados, que, o seu candidato, Malam Bacai Sanhá, estava apurado para a segunda volta...

Para situar os leitores sobre o perigo do anúncio não oficial dos resultados, partilho uma mensagem que me foi enviada aquando das Legislativas de 16 de Novembro de 2008, ganhas precisamente pelo PAIGC de Carlos Gomes Jr.

Foi-me enviada a 18 de Novembro, ou seja, 2 dias depois das eleições, uma mensagem com dados supostamente credíveis de uma suposta cópia da acta síntese do Partido da Renovação Social, PRS de Mohamed Ialá Embaló, que dava vitória do PRS nas ditas eleições, com 51 deputados, tal como se pode constatar no Mapa agregado a este trabalho.

Na altura, escrevi o seguinte: " Ontem, 18 de Novembro, foi-me enviado um mapa detalhado, de todas as regiões e círculos eleitorais, com os resultados supostamente obtidos pelo PRS. Agradeço o envio desse mapa, bem como a consideração na razão encontrada para mo fazerem chegar, entretanto, não divulgarei esses resultados, nem os partilharei com quem quer que seja por uma questão de ética, de respeito pelos eleitores e pela Comissão Nacional de Eleições, entidade a quem cabe dar a conhecer quer os resultados provisórios, quer os definitivos, dentro do período estipulado por lei! "

Ao enviar esse Mapa de resultados, pensaram que o fosse publicar de imediato e, como o site www.didinho.org é um ponto de consulta diária de guineenses, amigos da Guiné-Bissau e interessados em assuntos da Guiné, estaria o nosso site a transmitir irresponsavelmente a mensagem antecipada de o PRS ter ganho as eleições legislativas, o que seria um argumento de sustentação do próprio PRS, tal como se constatou em relação aos desmentidos feitos pela Universidade Católica portuguesa e pela Rádio France International, a propósito de afirmações categóricas do Presidente do PRS Kumba Ialá, a propósito de sondagens para o apuramento de resultados eleitorais. É preciso muito cuidado na abordagem dos resultados eleitorais enquanto não forem oficializados pela Comissão Nacional de Eleições!

Após o anúncio oficial, ficou-se a saber que o PRS só tinha obtido 28 votos, em vez dos 51 que dizia ter conseguido e que lhe davam a vitória nas legislativas de 16 de Novembro de 2008. E se fossemos irresponsáveis ao ponto de publicar esses resultados antes do anúncio oficial da Comissão Nacional de Eleições, não estaríamos a criar instabilidade e a promover disputas de consequências imprevisíveis entre o eleitorado guineense?

É preciso coerência, responsabilidade e respeito pela Comissão Nacional de Eleições e pelo povo guineense, aspectos que, infelizmente, não fazem parte da forma de ser e de estar de pessoas com responsabilidades no Estado guineense!

Nestas eleições presidenciais de 28 de Junho não houve problemas de maior (por enquanto), visto terem passado à segunda volta os candidatos capazes de promover/gerar a instabilidade e o recurso à violência verbal e física, caso os resultados não lhes sejam favoráveis...Posto isto, aguardemos pela campanha eleitoral da segunda volta e, sobretudo, pelo anúncio oficial de quem sairá vencedor da segunda volta...

Lisboa, 17 Nov (Lusa) - A Universidade Católica de Lisboa e a Rádio França Internacional (RFI) negaram hoje terem feito estudos de opinião sobre as eleições legislativas na Guiné-Bissau, contrariando declarações do líder do Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá.

Hoje de manhã, numa conferência de imprensa na sua residência em Bissau, o antigo presidente da Guiné-Bissau e líder do PRS denunciou uma campanha para manipular os resultados das legislativas de domingo, sublinhando que não vai aceitar números "forjados".

Kumba Ialá argumentou ter em seu poder os resultados de "sondagens independentes" efectuadas por aquelas duas instituições, reclamando "uma larga vitória" para o PRS, partido que obteria 55 por cento dos votos.

Contactados pela Lusa, quer o centro de sondagens e estudos de opinião da universidade portuguesa quer a direcção da RFI negaram ter feito qualquer tipo de pesquisa na Guiné-Bissau.

 

From:
Date: 2008/11/18
Subject: Quem quer enganar o mundo inventando resultados
To: didinhocasimiro@gmail.com

Meu caro Fernando Casimiro

Gostaria de enviar-te o verdadeiro resultado que o PRS alcançou nestas Eleições, que representam uma manifestação de vontade do Povo guineense em forma de revolta contra os que querem vender o país e os seus recursos.

Analise os resultados em anexo, tire as suas próprias ilações tendo em conta o povo e o país que bem conhece.

Até breve

 

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS DE 16 DE NOVEMBRO DE 2008

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LEGISLATIVAS 2008

 

 

Circulos Eleitorais

Elegiveis

PRS

PAIGC

PRID

PUSD

U.ELEIT

C - 01

3

3

 

 

 

 

CATIO

 

 

 

 

 

 

KOMO

 

 

 

 

 

 

C - 02

4

2

 

 

 

 

QUEBO

 

 

 

 

 

 

CACINE

 

 

 

 

 

 

BEDANDA

 

 

 

 

 

 

C - 03

3

2

 

 

 

 

BUBA

 

 

 

 

 

 

EMPADA

 

 

 

 

 

 

C - 04

3

2

 

 

 

 

FULACUNDA

 

 

 

 

 

 

TITE

 

 

 

 

 

 

C -05

5

5

 

 

 

 

BISSORA

 

 

 

 

 

 

C - 06

4

2

 

 

 

 

FARIM

 

 

 

 

 

 

C - 07

3

1

 

 

 

 

MANSSABA

 

 

 

 

 

 

C - 08

4

4

 

 

 

 

MANSOA

 

 

 

 

 

 

NHACRA

 

 

 

 

 

 

C - 09

3

0

 

 

 

 

BIOMBO

 

 

 

 

 

 

C - 10

3

2

 

 

 

 

SAFIM

 

 

 

 

 

 

PRABIS

 

 

 

 

 

 

C - 11

3

0

 

 

 

 

BOLAMA

 

 

 

 

 

 

BIJAGOS

 

 

 

 

 

 

C - 12

6

2

 

 

 

 

BAFATA

 

 

 

 

 

 

COSSE

 

 

 

 

 

 

C - 13

3

2

 

 

 

 

BAMBADINCA

 

 

 

 

 

 

XITOLE

 

 

 

 

 

 

C - 14

5

3

 

 

 

 

CONTUBEL

 

 

 

 

 

 

GANADU

 

 

 

 

 

 

C - 15

4

2

 

 

 

 

BOE

 

 

 

 

 

 

PITCHE

 

 

 

 

 

 

C - 16

4

2

 

 

 

 

GABU

 

 

 

 

 

 

C - 17

3

1

 

 

 

 

PIRADA

 

 

 

 

 

 

C - 18

3

2

 

 

 

 

SONACO

 

 

 

 

 

 

C - 19

5

4

 

 

 

 

BULA

 

 

 

 

 

 

BIJENE

 

 

 

 

 

 

C - 20

5

1

 

 

 

 

CANTCHUNGO

 

 

 

 

 

 

CAIO

 

 

 

 

 

 

C - 21

4

2

 

 

 

 

CACHEU

 

 

 

 

 

 

SÃO DOMINGOS

 

 

 

 

 

 

C - 22

1

0

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

C - 23

1

0

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

C - 24

3

0

 

 

 

 

ACHADA

 

 

 

 

 

 

CHÃO DE PAPEL

 

 

 

 

 

 

ILHEU DO REI

 

 

 

 

 

 

CUPELON DE CIMA

 

 

 

 

 

 

CUPELON DE BAIXO

 

 

 

 

 

 

C - 25

4

3

 

 

 

 

SANTA LUZIA

 

 

 

 

 

 

PLUBA

 

 

 

 

 

 

LUANDA

 

 

 

 

 

 

IMPANTCHA

 

 

 

 

 

 

ANTULA

 

 

 

 

 

 

PABE DJAR

 

 

 

 

 

 

PONTA IERO

 

 

 

 

 

 

C - 26

3

0

 

 

 

 

MINDARA

 

 

 

 

 

 

BANDIM  1

 

 

 

 

 

 

BANDIM  2

 

 

 

 

 

 

C - 27

4

1

 

 

 

 

PEFINE

 

 

 

 

 

 

SINTRA

 

 

 

 

 

 

MISSIRA

 

 

 

 

 

 

BAIRRO AJUDA

 

 

 

 

 

 

GAMBIAFADA

 

 

 

 

 

 

RENO

 

 

 

 

 

 

C - 28

3

1

 

 

 

 

BELEM

 

 

 

 

 

 

PLAQUE

 

 

 

 

 

 

AJUDA 2

 

 

 

 

 

 

CUNTUM

 

 

 

 

 

 

C - 29

3

2

 

 

 

 

PENHA

 

 

 

 

 

 

BÔR

 

 

 

 

 

 

BAIRRO MILITAR

 

 

 

 

 

 

BISSAQUE

 

 

 

 

 

 

HAFIA

 

 

 

 

 

 

PLAQUE 1

 

 

 

 

 

 

LISBOA

 

 

 

 

 

 

TOTAL

102

51

 

 

 

 

 

 

RESULTADOS DEFINITIVOS DOS MANDATOS DOS PARTIDOS E LISTA NOMINAL DOS DEPUTADOS ELEITOS NAS LEGISLATIVAS DE 16 DE NOVEMBRO DE 2008

CÍRCULO ELEITORAL

PARTIDO VENCEDOR

DEPUTADO ELEITO

Nº 1Catió e Komo

PRS

Marquês Na Flor

Nº 1 - Catió e Komo

PRS

Marcelino Na Biutcha

Nº 1 - Catió e Komo

PAIGC

Manuel Saturnino da Costa

     

Nº 2 - Bedanda, Cacine e Quebo

PAIGC

Amadu Saico Seidi

Nº 2 - Bedanda, Cacine e Quebo

PAIGC

Amidu Queta

Nº 2 - Bedanda, Cacine e Quebo

PRS

Sahra Mané

Nº 2 - Bedanda, Cacine e Quebo

PRS

Isidro Isnaba

     

Nº3 - Buba e Empada

PAIGC

Issuf Sanha

Nº3 - Buba e Empada

PAIGC

Saly Camará

Nº3 - Buba e Empada

PRS

Sumba Cabi

     

Nº 4 - Fulacunda e Tite

PRS

Cumba Tchuda

Nº 4 - Fulacunda e Tite

PRS

Aladje Nanque

Nº 4 - Fulacunda e Tite

PAIGC

Tumane Mané

     

Nº 5 - Bissorã

PRS

Embunha Encada

Nº 5 - Bissorã

PRS

Certório Biote

Nº 5 - Bissorã

PRS

Braima Cissé

Nº 5 - Bissorã

PAIGC

Carlos Cassamá

Nº 5 - Bissorã

PAIGC

Manuel Nascimento Lopes

     

Nº 6 - Farim

PAIGC

João Sidibé Sané

Nº 6 - Farim

PAIGC

Isabel Mendes Correia Buscardini

Nº 6 - Farim

PAIGC

Ussumane Cissé “Siló”

Nº 6 - Farim

PAIGC

Malam Djassi

     

Nº 7 - Mansabá

PAIGC

Manuel Serifo Nhamadjo

Nº 7 - Mansabá

PAIGC

Dembo Djité

Nº 7 - Mansabá

PAIGC

Mamadú Cissé

     

Nº 8 - Mansoa e Nhacra

PRS

Ibraima Sori Djaló

Nº 8 - Mansoa e Nhacra

PRS

Malam Sambú

Nº 8 - Mansoa e Nhacra

PRS

Ansu Seidi

Nº 8 - Mansoa e Nhacra

PAIGC

Roberto Ferreira Cacheu

     

Nº 9 - Quinhamel

PAIGC

Aristides Ocante da Silva

Nº 9 - Quinhamel

PAIGC

Martinho N´fulna Yé

Nº 9 - Quinhamel

PRID

Aberto da Silva

     

Nº 10 - Safim e Prábis

PAIGC

Cipriano Cassamá

Nº 10 - Safim e Prábis

PAIGC

José Djó “Bifa”

Nº 10 - Safim e Prábis

PRS

Pedro da Costa

     

Nº 11 - Bolama/Bijagós

PAIGC

Francisco Conduto de Pina

Nº 11 - Bolama/Bijagós

PAIGC

Daniel Gomes

Nº 11 - Bolama/Bijagós

PAIGC

José Saraiva

     

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PAIGC

Botche Candé

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PAIGC

Soares Sambú

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PAIGC

Adulai Baldé “Nhiribui”

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PAIGC

Matilde Indequi

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PAIGC

Salum Turé

Nº 12 - Bafatá e Cossé

PRS

Serifo Djaló

     

Nº 13 - Bambadinca e Xitole

PAIGC

Desejado Lima da Costa

Nº 13 - Bambadinca e Xitole

PAIGC

António Braima Baldé

Nº 13 - Bambadinca e Xitole

PRS

Alberto Nambeia

     

Nº 14 - Contuboel e Ganadú

PAIGC

Serifo Baldé

Nº 14 - Contuboel e Ganadú

PAIGC

Bubacar Ly

Nº 14 - Contuboel e Ganadú

PAIGC

Mama Camará

Nº 14 - Contuboel e Ganadú

PRS

Alvarenga Baldé

Nº 14 - Contuboel e Ganadú

AD

Victor Luís Pinto Fernandes Mandinga

     

Nº 15 - Pitche e Boé

PAIGC

Aba Serra

Nº 15 - Pitche e Boé

PAIGC

Djana Sané

Nº 15 - Pitche e Boé

PRS

António Serifo Embaló

Nº 15 - Pitche e Boé

PRID

Mama Samba Embaló

     

Nº 16 - Gabú

PAIGC

Talibé Djaló “Caramó”

Nº 16 - Gabú

PAIGC

Fatumata Sauane

Nº 16 - Gabú

PAIGC

Victor Oliveira Mendes

Nº 16 - Gabú

PRS

Amadú Dinis Baldé

     

Nº 17 - Pirada

PAIGC

Carlos Mussa Baldé

Nº 17 - Pirada

PAIGC

Aliu Silá

Nº 17 - Pirada

PND

Talibé Djau

     

Nº 18 - Sonaco

PAIGC

Umaro Djau

Nº 18 - Sonaco

PAIGC

Tome Sanfa Cissé

Nº 18 - Sonaco

PRS

Daniel Suleimane Embaló

     

Nº 19 - Bula, Ingoré e Bigene

PRS

Baltazar Alves Cardoso

Nº 19 - Bula, Ingoré e Bigene

PRS

Lamarana Djaló

Nº 19 - Bula, Ingoré e Bigene

PRS

Adulai Só

Nº 19 - Bula, Ingoré e Bigene

PAIGC

Baciro Dabó

Nº 19 - Bula, Ingoré e Bigene

PAIGC

Malam Sanhá

     

Nº 20 - Cantchungo e Caió

PAIGC

Maria Adiatu Djaló Nandigna

Nº 20 - Cantchungo e Caió

PAIGC

Amizade Fará Mendes

Nº 20 - Cantchungo e Caió

PAIGC

Fernando Gomes

Nº 20 - Cantchungo e Caió

PRS

Florentino Mendes Pereira

Nº 20 - Cantchungo e Caió

PRID

Aristides Gomes

     

Nº 21 - Cacheu e São Domingos

PAIGC

Francisco Benante

Nº 21 - Cacheu e São Domingos

PAIGC

Lúcio Belencante Rodrigues

Nº 21 - Cacheu e São Domingos

PAIGC

Henrique Djatchumpul

Nº 21 - Cacheu e São Domingos

PRS

Vençã Gomes Naluak

     

Nº 22 - África

 Não houve votação para as comunidades guineenses no exterior

Não houve votação para as comunidades guineenses no exterior

     

Nº 23 - Europa

Não houve votação para as comunidades guineenses no exterior

Não houve votação para as comunidades guineenses no exterior

     

Nº 24 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Antónia Mendes Teixeira

Nº 24 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Braima Camará

Nº 24 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Idelfrides M. Gomes Fernandes

     

Nº 25 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Hélder Magno Proença Mendes Tavares

Nº 25 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Canal Mendes

Nº 25 - Sector Autónomo de Bissau

PRS

Augusto Poquena

Nº 25 - Sector Autónomo de Bissau

PRS

Martina Moreira Moniz

     

Nº 26 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Carlos Domingos Gomes Júnior

Nº 26 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

António Gomes Inácio Correia

Nº 26 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Salimatu Cassamá

     

Nº 27 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Augusto Olivais

Nº 27 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Mário Dias Sami

Nº 27 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Maria Aurora Sanó

Nº 27 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Baciro Djá

     

Nº 28 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Raimundo Pereira

Nº 28 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Malam Cassamá

Nº 28 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Ussainatu Djaló

     

Nº 29 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

Marceano da Silva Pereira Barbeiro

Nº 29 - Sector Autónomo de Bissau

PAIGC

António Óscar de Macedo Barbosa “Cancan”

Nº 29 - Sector Autónomo de Bissau

PRS

Malam Muno Djau

 

RECORRENDO AOS ARQUIVOS DAS PRESIDENCIAIS DE 2005, PARA QUE MELHOR SE ENTENDA QUE QUER MOHAMED IALÁ EMBALÓ, QUER MALAM BACAI SANHÁ, NÃO SÃO DIGNOS PARA O CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA!

 

Governo responsabiliza secretário-geral do PRS pelos incidentes

26.06.2005
O governo guineense responsabilizou o secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS, o maior da oposição) da Guiné-Bissau pelos incidentes registados sexta-feira numa marcha de protesto, que causaram quatro mortos e seis feridos.

Num comunicado, assinado pelo ministro da Administração Interna (MAI), Mumine Embalo, o executivo de Carlos Gomes Júnior acusa Artur Sanhá e o deputado do PRS Biaia Na Pana pela "instrumentalização" da Juventude do Partido da Renovação Social (JPRS).

"(O governo) responsabiliza directamente Artur Sanhá e o deputado Biaia Na Pana pela instrumentalização da Juventude do PRS, que os incitou a levar a cabo essa acção de perturbação da paz social e da ordem pública", refere-se no documento.

Lamentando a existência de vítimas mortais, cujo número subiu no sábado para quatro depois de um dos feridos graves ter sucumbido aos ferimentos, o executivo lembra que, em casos desta natureza, cabe- lhe preservar a ordem pública, sublinhando ainda que não foi pedida qualquer autorização para a organização da marcha.

A marcha destinava-se a protestar contra alegadas irregularidades cometidas na primeira volta das eleições presidenciais de domingo último, mas acabou por ser realizada apenas após a divulgação dos resultados provisórios, que afastaram Kumba Ialá, candidato apoiado pelo PRS, na segunda volta.

A manifestação foi liderada por Artur Sanhá que, mais tarde, após breves declarações aos jornalistas, acabaria detido pela polícia na posse de duas pistolas e de outros tantos carregadores, segundo o comissário-geral da Polícia de Ordem Pública (POP), coronel Antero João Correia.

Já à noite, acabou por ser transferido para o Hospital Militar de Bissau, onde se encontra a receber assistência médica e sob vigilância, desconhecendo-se ainda se vai ou não ser libertado.

"O MAI foi chamado ao exercício da sua prerrogativa e competência de garante da ordem pública, colocando agentes no terreno com vista a dissuadir a tentar convencer os seus promotores da ilegalidade (da marcha) e das consequências que daí poderiam advir", lê-se no documento do governo.

Mumine Embaló realçou ainda que, entre os manifestantes, um "considerável número deles estavam munidos de pistolas de guerra e de armas brancas, que não se coibiram de exibir e manusear publicamente".

"No esforço de manutenção da ordem pública, que estava sendo posta seriamente em perigo pela postura desordeira e provocadora dos manifestantes, principalmente dos seus promotores, os agentes da ordem foram confrontados com forte resistência e incitamento deliberado ao desacato à ordem pública", acrescenta Embalo.

Tal facto, lê-se no comunicado do governo, resultou "inevitavelmente" no confronto entre as duas partes em presença, ressalvando o executivo que os agentes só começaram a responder depois de os manifestantes terem "assumido a iniciativa de disparar contra as forças da ordem".

Tudo foi, no entender do governo, um "manifesto desafio à autoridade pública", aferindo-se, "por consequência", sublinha o executivo, "ser um acto premeditado de perturbação da paz social e do ambiente pós-eleitoral", face à votação para as presidenciais, realizada domingo, acrescenta-se no documento.

"A marcha em questão não se coaduna com o espírito de observância dos procedimentos legalmente consignados para contestar ou reclamar quaisquer resultados das eleições, sejam eles provisórios ou definitivos", sublinha Mumine Embalo.

Por isso, alerta para os "actos de perturbação em gestação que estão a ser perpetuados por indivíduos" que, "ciclicamente", provocam distúrbios e desacatos, numa alusão às sucessivas marchas não autorizadas organizadas pelo PRS.

Nesse sentido, o governo garante que os actos em questão vão merecer, dentro do quadro legal vigente, "a resposta que se ajustar aos parâmetros de comportamento anti-social e anti-democrático".
 

 

«O medo regressou à sociedade guineense», lamenta Henrique Rosa
27.06.2005

O presidente cessante da Guiné-Bissau reagiu sábado aos incidentes registados no dia anterior em Bissau considerando que o país foi "novamente empurrado para um estado de tensão política injustificado" e que o "medo regressou à sociedade" guineense.


Numa mensagem à Nação, Henrique Rosa lembrou que depois de um acto eleitoral considerado exemplar pela comunidade internacional, os incidentes surgiram numa altura em que a Guiné-Bissau tem pela frente "o grande desafio da paz e estabilidade".

"O país foi empurrado para um estado de tensão política injustificado. O medo regressou à nossa sociedade. Mas a Guiné-Bissau não merece isso e o povo tem direito a um presente de paz e tranquilidade", afirmou Henrique Rosa, lamentando "profundamente" a morte de quatro jovens e os ferimentos em outros seis.

O chefe de Estado cessante, que deixará o cargo após a tomada de posse do presidente eleito na segunda volta das eleições, prevista para Julho, exortou também o governo a concluir, "com a brevidade que se impõe", o inquérito em curso aos incidentes de sexta-feira.

Nesse dia, uma marcha não autorizada pelo governo e promovida pela Juventude do Partido da Renovação Social (J-PRS), cujo "partido-mãe", PRS, apoiou Kumba Ialá às presidenciais de 19 deste mês, levou a graves confrontos com as forças de segurança locais.

"Tem de se conhecer, logo que possível, a verdade sobre o sucedido para que sejam apuradas todas as responsabilidades", acrescentou Henrique Rosa, lembrando que os incidentes "vieram recordar que há ainda um longo caminho a percorrer".

Segundo o presidente, empossado no cargo 14 dias após o golpe de Estado de 14 de Setembro de 2003 que destituiu Kumba Ialá, o caminho a seguir passa pela necessidade de se abandonar definitivamente as estratégias de confrontação violenta.

"Pelo contrário, devemos consolidar uma cultura de respeito pelos cidadãos, pelas instituições, uma cultura de regras para conviver politicamente e promover os legítimos interesses do povo guineense", sublinhou.

Nesse sentido, apelou "ao bom senso" dos candidatos, líderes políticos, governo e também ao povo guineense para que nunca mais se verifiquem no país "actos tristes", idênticos aos de sexta-feira.

"A dor que representa a perda de vidas humanas é sempre motivo de grande consternação. Por isso, as minhas primeiras e últimas palavras vão para as famílias dos jovens que morreram, consequência lamentável de uma manifestação política que degenerou em caos e violência", concluiu Henrique Rosa.

 

QUANDO FORAM NEGOCIAR...

 

Sanhá, «Nino» e Kumba em Dakar para encontros com Wade


Os três primeiros classificados nas eleições guineenses de 19 deste mês estão em Dakar para encontros em separado com o Chefe de Estado senegalês, confirmaram fontes das respectivas directorias de campanha.


Segundo as fontes, Malam Bacai Sanhá, vencedor do escrutínio, João Bernardo "Nino" Vieira, que o acompanha à segunda volta das presidenciais, a disputar em Julho, e Kumba Ialá, afastado já da corrida, foram convidados por Abdoulaye Wade para encontros cujo teor não foi indicado.

Bacai Sanhá, apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e "Nino" Vieira, candidato independente, estão desde sexta-feira em Dakar, tendo-se já reunido separadamente com o Chefe de Estado senegalês.

Quanto a Kumba Ialá, que foi apoiado pelo Partido da Renovação Social (PRS), seguiu hoje para a capital senegalesa numa avioneta posta à sua disposição por Wade, tendo à sua chegada a Dakar reiterado à imprensa que é o vencedor das presidenciais de dia 19 e que os resultados finais, divulgados sábado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) guineense, são "falsos".

Citado pela Rádio França Internacional (RFI), Kumba Ialá insistiu nas acusações de irregularidades cometidas antes, durante e depois da votação, e que dispõe de informações que dão conta da sua vitória na primeira volta das presidenciais, reiterando que disputará a segunda contra Bacai Sanhá.

A ida dos três ex-presidentes a Dakar, desconhecendo-se ainda a data do seu regresso, surge dois dias depois dos graves confrontos que se registaram sexta-feira em Bissau e que opuseram apoiantes de Kumba Ialá às forças de segurança locais, provocando quatro mortos e seis feridos.

Fontes da delegação em Bissau da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) indicaram que Wade, que já expressou publicamente o seu apoio a Kumba Ialá, está mandatado pelo presidente da União Africana (UA), o Chefe de Estado nigeriano, Olusegun Obasanjo, para tratar da crise política guineense.

Em Maio último, também após graves confrontos entre simpatizantes de Kumba Ialá e as forças da ordem guineenses, Bissau acolheu uma "inconclusiva" mini cimeira de chefes de Estado e de Governo da sub-região oeste-africana, em que Wade esteve presente ao lado de Obasanjo e do presidente em exercício da CEDEAO, o nigeriano Mamadu Tanda.
 

 

Kumba Yalá, outro derrotado nas presidenciais de 19 de Junho, que depois de algumas teimosias em aceitar os resultados da Comissão Nacional de Eleições acabou por fazê-lo, mas sempre reclamando que foi ele o vencedor das eleições!

Continua a destruir a reputação da etnia Balanta.

Apoia Nino Vieira na segunda volta das presidenciais, conforme segue:

" Kumba Ialá, terceiro candidato mais votado na primeira volta das presidenciais realizadas a 19 de Junho último, justificou os motivos pelos quais assumiu tal posição com as "garantias" que "Nino" Vieira lhe oferece para a "salvaguarda dos superiores interesses" da nação guineense.

"Perante os candidatos que se me apresentam, o general João Bernardo "Nino" Vieira representa o símbolo da construção do Estado e da unidade nacional e aquele que me garante ser um acérrimo e fiel defensor da independência nacional", disse Ialá.

O ex-presidente guineense, derrubado num golpe de Estado em Setembro de 2003, após três anos no poder, considerou ainda "Nino" Vieira como factor de promoção da paz, da estabilidade, do desenvolvimento, sobretudo da reconciliação, prestígio e dignificação da Guiné-Bissau.

Por tudo isso, sublinhou Kumba Ialá, o também ex- presidente guineense "Nino" Vieira contará com o seu "total apoio" para a sua eleição na segunda volta.

Na primeira volta do escrutínio, Kumba Ialá obteve 25 por cento de votos enquanto que "Nino" Vieira arrecadou 28,87 por cento, tendo direito à participar na segunda volta contra Bacai Sanhá, que somou 35,45 por cento.

Antes de ler a sua declaração política, Kumba Ialá voltou a afirmar que venceu a primeira volta do escrutínio presidencial. Contudo, insistiu, os resultados eleitorais "foram falseados" pela Comissão Nacional de Eleições.

Porém, aceita os resultados que o colocam fora da segunda volta "em nome da democracia e dos superiores interesses" do país.

Dirigindo-se aos militantes do Partido da Renovação Social (PRS, por ele fundado) e que apoiou a sua candidatura, Kumba Ialá pediu que, a partir de hoje, todos estejam atentos às suas orientações em relação ao processo eleitoral.

Sem se referir a Malam Bacai Sanhá, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), Kumba Ialá dirigiu duras críticas aos dirigentes deste antigo partido único na Guiné-Bissau, considerando-os "velhos e caducos".

Embora não o tenha invocado na conferência de imprensa, a aceitação de Kumba Ialá ao pedido de apoio à candidatura de "Nino" Vieira foi desenhada e concretizada na viagem que ambos efectuaram recentemente à capital senegalesa.

A convite do chefe de Estado senegalês, Abdoulaye Wade, os três candidatos mais votados na primeira volta das presidenciais guineenses, "Bacai Sanhá, "Nino" Vieira e Kumba Ialá, estiveram em Dacar para uma série de reuniões com os líderes oeste-africanos com vista a compromissos entre ambos para evitar situações de convulsões pós-eleitoral na Guiné-Bissau.

Por este motivo, Ialá felicitou Wade, considerando-o um "pai" para ele e um "amigo" da Guiné-Bissau.


Vejamos no entanto o que Kumba Yalá já disse de Nino Vieira

Excerto da entrevista de Kumba Yalá ao Jornal de Notícias (JN)de 03 de Novembro de 1998

"Kumba foi também peremptório em afirmar que não vai regressar a Bissau enquanto na capital guineense estiverem soldados senegaleses, mesmo que a sua presença seja requerida para trabalhos na Assembleia Nacional Popular. "Enquanto houver soldados senegaleses, não vou. Não me vou submeter a estrangeiros no meu próprio país", frisou. O líder do PRS acusou"Nino"Vieira de ter desrespeitado a Constituição da Guiné-Bissau, ao ter chamado as tropas senegalesas e da Guiné-Conacri. "Um conflito interno não pode justificar esse envolvimento", afirmou, considerando que a partir do momento em que isso se verificou"Nino"Vieira"deixou de ter condição moral para estar à frente do país". Kumba Yalá é de opinião que o presidente guineense"tem que responder política e criminalmente por esta guerra". "Nino terá de ser um exemplo para os futuros governantes deste país e da África",acentuou.

04.06.2005

ZANGAM-SE AS COMADRES...

O que já se esperava há muito aconteceu. Aos onze dias de campanha eleitoral Kumba Iala atacou Nino Vieira. As primeiras palavras hostis para com o homem que há dois meses abraçou em sua casa, foram proferidas num comício na cidade de Bafatá.

Naquela que é considerada a segunda cidade mais importante da Guiné-Bissau, o candidato apoiado pelo PRS pediu aos guineenses "para não esquecerem o passado" e para "abrirem os olhos." Segundo Kumba Iala, "Nino Vieira voltou para enganar o povo e para o matar, tal como fez durante o tempo em que foi presidente."

"Se não abrirem os olhos são vocês que sofrem. Vou dizer-vos muito claramente, Nino não tem boa fé para a Guiné-Bissau", afirmou o candidato.
 

 

PROTOCOLO DE  ACORDO ENTRE NINO VIEIRA E KUMBA IALÁ


PREÂMBULO

O Povo da Guiné-Bissau exprimiu-se democraticamente a 19 de Junho de 2005, por ocasião do escrutínio das eleições presidenciais.

Os resultados proclamados pela Comissão Nacional das Eleições (CNE) colocam Malam Bacai Sanha na primeira posição, João Bernardo Vieira em segunda posição e Koumba Yalá em terceira posição.

O Presidente João Bernardo Vieira felicita o presidente Koumba Yalá pelo seu elevado sentido de patriotismo, democracia e empenho constante, pela afirmação de uma Guiné-Bissau soberana e próspera.

Os Presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá, conscientes da imperativa necessidade de concórdia nacional em favor da tranquilidade e serenidade do povo da Guiné-Bissau, de modo a permitir que o futuro Chefe de Estado eleja como prioridade o desenvolvimento do país,

Conscientes de que as relações com os Estados vizinhos, irmãos e amigos devem ser pacificas, frutuosas e complementares, baseadas no respeito mutuo, decidem de comum acordo encontrar-se para promover a presente concertação, visando não só participar de forma construtiva, na conclusão do processo eleitoral, mas também na definição de um conjunto de modalidades objectivos para o futuro do país, através do presente Protocolo de Acordo,

Esse encontro juntou os Presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá e os respectivos conselheiros.

I

Assim sendo, dessa concertação resultou o seguinte:

1.1 – Conscientes da mensagem política que lhe foi endereçada pelo povo da Guiné-Bissau;

1.2 – Conscientes de que a paz, as liberdades, a democracia e o desenvolvimento do país constituem as preocupações da Comunidade Internacional, nomeadamente da União Africana (UA) de da CEDEAO;

1.3 - Reconhecendo que o interesse do povo está acima de tudo e ultrapassa todas as outras considerações, conjuntas e contingências;

Os Presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá, sensíveis à atenção que lhes é prestada pelos Estados irmãos e amigos, decidiram voluntária e soberanamente o seguinte:

a) – Tendo em vista o anúncio dos resultados do escrutínio de 19 de Junho de 2005, o senhor Presidente Koumba Yalá decide dar um apoio indefectível ao senhor Presidente João Bernardo Vieira.

b) – O Presidente João Bernardo Vieira manifestou a sua satisfação pela anunciada decisão do Presidente Koumba Yalá e sente-se na obrigação de reforçar o sentido da sua acção política na base dos princípios da solidariedade, paz e unidade. Nessa perspectiva, o Presidente João Bernardo Vieira manifestou a sua determinação em conceder uma atenção particular as forças vivas da Nação representadas nomeadamente pelas Forças Armadas e as organizações da Sociedade Civil, abrindo dessa forma uma nova página que favoreça a equidade e a reconciliação na Guiné-Bissau;
c) – Tendo em conta a convergência de ponto de vista e o interesse na Nação, os Presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá decidiram a criação de um governo de consenso nacional, integrando representantes das partes signatárias, com uma base parlamentar maioritária e, portanto, capaz de assegurar a estabilidade política, a revisão constitucional e a reforma do Estado;

II

A respeito de questões que não foram objecto de análise no encontro, os Presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá admitiram a possibilidade de haver outras consultas, na base de iniciativas comuns.
Assim, decidem o seguinte:

2.1 – A criação de um governo de consenso nacional com uma base parlamentar maioritária capaz de assegurar:

a) - A integração de representantes do PRS;
b) – A revisão da constituição;
c) – A reforma do Estado.

2.2 - Na base do presente acordo e como contrapartida do apoio ao candidato João Bernardo Vieira na segunda volta das eleições, o Presidente da República eleito e o governo colocarão a disposição do Presidente Koumba Yalá o Ministério de Administração Interna.

2.3 – De igual modo, acordaram os signatários que o posto do Director Geral da Segurança fica colocado à disposição do Presidente Koumba Yalá.

2.4 – Criado no quadro da legalidade constitucional e democrática, condições que permitam à parte signatária (PRS) a assumir a função do Presidente da Assembleia Nacional Popular e/ou de beneficiar de um estatuto de prestigio, que lhe confira uma importância maior no seio de Estado.

2.5 – A atribuição de postos de conselheiros do Presidente da República a personalidades propostas pelo Presidente Koumba Yalá, na concertação permanente dos signatários.

2.6 – A efectivar a nomeação do actual Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA), para prosseguimento da política de reconciliação nacional no seio das Forças Armadas guineenses.

2.7 – Aprovação, pela Assembleia Nacional Popular do projecto da lei da amnistia.

2.8 – A nomeação do Vice-Presidente de Tribunal de Contas, sob proposta do Presidente Koumba Yalá.

2.9 – Obstar as represálias de responsáveis da Função Pública pelo seu enquadramento político partidário.

2.10 – O presidente João Bernardo Vieira compromete-se apresentar um projecto de lei sobre o estatuto de ex-Chefe de Estado consagrando imunidades e direitos, bem como a fixação de nível do seu subsídios e remunerações, viatura, serviço pessoal e segurança.

A título transitório, o Presidente João Bernardo Vieira compromete-se ainda, no quadro da constituição de um fundo para a organização e funcionamento da coligação eleitoral, beneficiar o Presidente Koumba Yalá de vantagens financeiras.
No quadro do presente acordo e tendo em vista os espíritos de concórdia que o caracteriza, qualquer decisão susceptível de pôr em causa o seu contudo será objecto de previas consultas entre os dois signatários.

Terminada a sessão, os presidentes João Bernardo Vieira e Koumba Yalá assinaram o presente processo verbal confidencial constituído em protocolo de acordo produzido em três exemplares originais.

Assinado entre Presidente João Bernardo Vieira e Presidente Koumba Yalá em 06/30/2005.

Os dois Presidentes decidiram em caso de vitória de João Bernardo Vieira na segunda volta das eleições presidenciais nomear Dr. Ernesto de Carvalho no cargo de Ministro de Interior.

Feito em Bissau no dia 06/30/ 2005

João Bernardo Vieira

Koumba Yalá

 

Bissau, 30 Jul (Lusa) - A directoria de campanha de Malam Bacai Sanhá, candidato declarado derrotado nas presidenciais guineenses do último domingo, afirmou hoje ter indicações de que está em preparação "um golpe de Estado para efectivar os resultados provisórios" da votação.

Em declarações à Agência Lusa, Desejado Lima da Costa, porta- voz da candidatura, afirmou "haver indícios" de que o primeiro- ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, igualmente líder do partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder e que apoia Bacai Sanhá), "poderá ser preso".

Lima da Costa lembrou que Bacai Sanhá "continua a não aceitar" os resultados provisórios e está "sem qualquer medida de protecção", ao contrário de "Nino" Vieira, apontado como vencedor pelos dados provisórios, "que circula em Bissau sob forte dispositivo militar".

Por outro lado, a directoria de campanha assume como um cenário político futuro a possibilidade de os dois candidatos se sentarem frente a frente para analisar a questão e garantir a estabilidade e a paz da Guiné-Bissau.

"Está em preparação um golpe de Estado na Guiné-Bissau para efectivar os resultados provisórios das eleições presidenciais de 2005, contestados pelo candidato do PAIGC, Malam Bacai Sanhá", afirmou à Lusa o porta-voz de Sanhá.

Segundo Lima da Costa, "Nino" Vieira e vários membros da sua directoria de campanha circulam nas ruas de Bissau, sob a protecção de um forte dispositivo militar, "numa clara demonstração de força e de confrontação com as autoridades legitimamente eleitas do país".

"Existem também indícios quanto ao alinhamento de certos elementos das Forças Armadas ao candidato Nino Vieira, incentivando estes à desobediência ao governo legalmente instituído", acrescentou.

"Correm rumores de que, a qualquer momento, o primeiro- ministro Carlos Gomes Júnior, igualmente líder do PAIGC, poderá ser preso, pois o governo já perdeu praticamente o controlo da autoridade do Estado", alertou Lima da Costa.

O porta-voz de Bacai Sanhá sustentou a recusa em aceitar os resultados provisórios alegando que, três horas antes da a CNE os divulgar, os dados apurados pela sua directoria a partir das actas síntese, e "que lhe davam uma clara vantagem, foram alterados a favor do candidato adversário".

Segundo Lima da Costa, a directoria de campanha de Bacai Sanhá já apresentou um novo requerimento à CNE "com provas que justificam" a recontagem de votos em "todas as regiões do país" e a nulidade da votação nas de Bissau, Biombo (litoral centro) e Bafatá (leste).

"O candidato Malam Bacai Sanhá só aceitará os resultados após uma clarificação da situação, que passa pela anulação dos resultados em Bissau, Biombo e Bafatá e a recontagem dos votos em todo o país", sustentou.

A CNE, através da sua secretária executiva adjunta, a jurista Vera Cabral, disse sexta-feira à noite à Agência Lusa que o órgão que fiscaliza as eleições irá analisar as reclamações apresentadas pela directoria de campanha de Bacai Sanhá numa sessão marcada para a próxima segunda-feira.

Para Lima da Costa, a Guiné-Bissau vive a sua mais profunda crise política e militar desde o conflito de 1998/99, pelo que, perante essa contestação, apresentam-se três cenários possíveis.

"A consumação de um golpe de Estado atípico, tendo como suporte os polémicos resultados eleitorais anunciados por Malam Mané (presidente da CNE) e a desobediência civil com desfecho imprevisível para o futuro do país" são os dois primeiros cenários traçados pela candidatura de Bacai Sanhá.

No entanto, no terceiro, a directoria de campanha encara também como cenário a possibilidade de se encetarem negociações entre as duas partes, pondo frente a frente os dois candidatos, "o que provavelmente poderá traduzir-se numa partilha de poder na Guiné-Bissau".

 

O QUE DISSERAM CARLOS GOMES JR. E MALAM BACAI SANHÁ APÓS O ANÚNCIO DOS RESULTADOS DA SEGUNDA VOLTA (DAS PRESIDENCIAIS REALIZADAS A 24 DE JULHO DE 2005

 

Bissau, 31 Jul (Lusa) - Malam Bacai Sanhá, candidato declarado derrotado nas eleições presidenciais de há uma semana, e Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, partido que o apoia, reiteraram hoje a recusa dos resultados provisórios e apelaram à ajuda dos apoiantes.

Num comício em Bissau, frente à sede do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Bacai Sanhá e Gomes Júnior apelaram aos militantes da força política no poder para que saiam às ruas para protestar contra a "fraudulenta vitória" de João Bernardo "Nino" Vieira.

Gomes Júnior, também primeiro-ministro, sublinhou que o protesto, "em todo o país", visa "demonstrar a força do PAIGC", para protestar contra os resultados provisórios anunciados quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que deram a vitória a "Nino" Vieira.

"Por mais respeito que tenhamos pela comunidade internacional, vamos dizer-lhes que não vamos aceitar os resultados. Vamos até às últimas consequências. Os nossos militantes em todo o país devem sair às ruas para mostrar a força do PAIGC", afirmou.

"Todos os nossos militantes devem estar atentos. Nem que o processo demore cinco anos. Vamos lutar pela verdade.

Temos de denunciar todos aqueles que roubaram votos. O presidente da CNE (Malam Mané) que assuma as suas responsabilidades, porque só vou tentar governar quando houver verdade", acrescentou.

Visivelmente exaltado, e depois de o porta-voz da campanha de Bacai Sanhá ter afirmado que o candidato apoiado pelo PAIGC viu "roubados 26.000 votos", Carlos Gomes Júnior gritou que, se não houver verdade, não irá governar "na mentira".

Segundo os resultados provisórios avançados pela CNE, "Nino" Vieira recolheu 216.167 votos (52,35 por cento), contra 196.759 (47,65 por cento) de Bacai Sanhá, obtendo uma vantagem de 19.408 boletins.

Os resultados têm sido contestados pela directoria de campanha de Bacai Sanhá e pelo PAIGC, que, alegando fraudes eleitorais, reclamaram junto da CNE a anulação da votação nas regiões de Bissau, Biombo (litoral centro) e Bafatá (leste) e a recontagem dos votos no resto do país.

"Se não houver verdade, eu não vou governar na mentira. O povo da Guiné-Bissau e a comunidade internacional têm confiança em mim, porque nós somos homens e um governo de verdade. Queremos um governo e um presidente de verdade e não um que rouba votos", afirmou.

Por seu lado, Bacai Sanhá garantiu que venceu a votação e, pedindo "calma, contenção e serenidade" aos seus apoiantes, reafirmou que não irá reconhecer "resultados roubados".

"Estamos com uma coragem que nunca tivemos na nossa vida. Temos a certeza de que a verdade está do nosso lado.

Mais ninguém. Fui em que ganhei estas eleições. Não vamos reconhecer nenhuns resultados roubados", sublinhou, pedindo à CNE que "não tenha medo das armas, das ameaças e da verdade".

"Todos os candidatos tiveram um projecto eleitoral, mas nós ganhámos e agora querem roubar-nos a vitória. Não vamos aceitar, mesmo que isso custe a nossa vida. Desta vez não vamos aceitar", sustentou, manifestando "estranheza" face à atitude que as Forças Armadas locais têm demonstrado nos últimos dias.

"Estivemos contentes com a atitude das Forças Armadas, porque estavam a mostrar a sua maturidade, a serem republicanas. Mas nos últimos dias ficámos muito preocupados por certas movimentações dos militares nas ruas de Bissau", afirmou, numa alusão à tensão que se vive na capital guineense, sobretudo no período nocturno.

"Não entendemos porque, sem o conhecimento do governo, há militares a proteger certas pessoas, como Nino Vieira e elementos da sua directoria de campanha. Quem tem medo e não está com a verdade é que pede protecção", frisou, aludindo também à segurança que os militares têm garantido ao presidente da CNE.

Segundo Bacai Sanhá, a presença de militares nas ruas não tem qualquer justificação, razão pela qual, afirmou, "se desconhece se existe um estado de sítio ou um estado de emergência".

"Estamos preocupados, mas não temos medo de nada.

Sempre pensámos que as nossas Forças Armadas se mantivessem republicanas e que apelassem à reconciliação, através dos órgãos competentes, como no passado, mas não é isso que está a acontecer", referiu.

O candidato do PAIGC deixou também um "recado" ao presidente cessante, Henrique Rosa, que se referiu sexta- feira a "Nino" Vieira como o "provável vencedor" das eleições e a Bacai Sanhá como o "provável candidato derrotado".

"Queremos dizer um recado às autoridades oficiais do nosso país: já ouvimos alguns (Henrique Rosa) a dizer que fulano tal é que ganhou ("Nino" Vieira). Isso é perigoso e tendencioso. Não vamos permitir isso. O que temos até aqui são os resultados provisórios e esses são fraudulentos", afirmou.

"Não vamos permitir que pessoas alheias dêem uma opinião sobre uma matéria que não lhes diz respeito, porque o único órgão competente para proclamar os resultados e dizer quem é o próximo presidente da República é o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e mais ninguém", acrescentou.

Bacai Sanhá apelou à comunidade internacional para continuar a acompanhar a evolução do processo eleitoral, pois, afirmou, "sente-se no ar um cheiro de golpe de Estado".

"Pedimos à CNE, em quem temos confiança, para que diga a verdade a este povo, que faça justiça e que diga quem, na verdade, ganhou. Que a CNE não tenha medo da arma, da ameaça, nem de nada", concluiu.

Depois de receber dinheiro, muito dinheiro do Presidente do Senegal, bem como uma mansão na capital senegalesa onde se estabeleceu comodamente, Malam Bacai Sanhá até chegou a servir os interesses de Nino Vieira, ao posicionar-se contra o Presidente do PAIGC que o apoiara nas presidenciais de 2005, chegando a desafiá-lo na liderança do partido, com o apoio de Nino Vieira...

Este é que é um candidato merecedor de confiança dos guineenses?!

O mesmo se diz de Mohamed Ialá Embaló, que também recebeu muito dinheiro e ficou a passear entre Marrocos e o Senegal, sem nunca se preocupar com o povo guineense, senão em períodos eleitorais...

O povo, é soberano, por isso, há que respeitar a sua escolha, acertada ou não...

Vamos continuar a trabalhar!

 COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL


Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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