OS NOSSOS JOVENS: ENTRE A HUMILDADE E A ARROGÂNCIA

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

27.07.2014

Fernando Casimiro (Didinho)Tenho presente a evolução e a afirmação dos jovens guineenses, despidos de preconceitos, de partidarismos e estatutos; jovens guineenses comprometidos com a causa nacional, cientes das suas responsabilidades de hoje, para que no amanhã, não lhes sejam imputadas responsabilidade e responsabilizações, ainda que em forma de reivindicações nas variadas formas de manifestação cidadã, pelas gerações vindouras, a exemplo do que tem acontecido desde há 40 anos a esta parte; cientes dos desafios que por força de suas capacidades e "obrigações" profissionais, técnicas e outras, se lhes apresentam, enquanto geração tecnológica, aquela que supostamente deve estar melhor preparada tecnicamente, para os desafios multidisciplinares do futuro.

Tenho lidado com muitos jovens, de grande valor intelectual e profissional, que fazem da humildade, suas virtudes, para aprenderem com os mais experientes. A experiência, não se adquire no "banco" de uma faculdade, por isso é que, depois da formação académica, há todo um processo e um percurso de aprendizagem prática, que, inclusive, se faz por degraus, isto para aqueles que, arrogantemente pensam que, basta ter um diploma, um certificado, entre uma Licenciatura, um Mestrado e um Doutoramento, para se acharem nivelados por cima dos demais.

A maioria dos jovens quadros guineenses com formação académica de nível superior carece de experiência, de formação prática, que, inclusive, se torna difícil de se concretizar na Guiné-Bissau, pela ausência de estruturas ou infra-estruturas proporcionadoras dessa dinâmica. Além disso, da justificação de um posicionamento de descrição no tocante aos contributos intelectuais para os diversos problemas, das diversas e multifacetadas áreas relacionadas com o desenvolvimento social, sobretudo, como falar em descrição?

Como é que a Ciência poderia evoluir em função do questionamento das diversas teorias e áreas em consideração, se todos os investigadores e contribuintes optassem pela descrição... Afinal, o que é a Ciência sem a comunicação, sem a partilha de conhecimentos, sem a existência de literatura de pesquisa, de estudo, de avaliação, de certificação/validação?

O que é a Ciência sem os investigadores ou, o que são os investigadores, sem a divulgação dos seus trabalhos, permitindo o debate científico dos mesmos, quiçá, a aprendizagem e a motivação para outros horizontes de um caminho que não acaba com a descoberta de algo, mas que começa, pela descoberta de algo...?!

Tenho pena dos jovens guineenses que arrogantemente se posicionam como conhecedores de tudo e até se acham superiores àqueles que, têm disponibilizado matérias de informação, de consulta, de estudo, de investigação, de forma sustentada, quando eles nunca o fizeram, independentemente dos seus estatutos, das suas formações académicas, etc., etc., a bem da Ciência, por um lado, e a bem do registo Histórico do país a que pertencem!

A mim, pessoalmente, não me atingem, mesmo que façam do meu nome suas referências de confrontação.

O que é certo, é que se ficarmos á espera dos tais iluminados e conhecedores de tudo sobre a Guiné-Bissau, para termos informação e assuntos de debate de ideias... vamos ter que esperar séculos...!

A 15 de Agosto de 2014 se Deus quiser e me permitir, completarei 53 anos de vida, uma vida que não se resume à Guiné-Bissau e a uma dezena de países, como já dei a conhecer!

Mas sobre a Guiné-Bissau, o que tenho vindo a escrever ao longo de onze anos do Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO, sustenta-se em conhecimentos vivenciais da História da Guiné-Bissau. Não nasci ontem, como se diz. Tive o privilégio de pertencer a uma geração que viveu os últimos anos do colonialismo na Guiné, dita portuguesa e que assistiu a todo o processo da proclamação e consolidação da independência nacional!

Se há jovens que não tendo vivenciado nada disso e tudo o resto que aconteceu na Guiné-Bissau, se acham conhecedores da verdade, quando nunca li nenhum relato dos seus testemunhos sobre a Guiné-Bissau, num contexto genérico ou mesmo em matérias de especialidade (para ter o privilégio de concordar ou discordar) só posso dizer que, lamento a arrogância desses jovens, que apenas se querem promover à custa do "tempo de antena" que pessoas como eu, lhes pode dar, mas que dispenso como é certo, pois que, os jovens guineenses de bem, aqueles que sabem que são capazes, que pensando pelas suas cabeças, ainda que discordando disto ou daquilo, não se posicionam em jeito de confrontação, no intuito de se ombrearem com quem têm aprendido, ainda que a aprendizagem possa ser recíproca, mas de fases distintas, reconhecem a pertinência da disponibilização nos diversos espaços públicos e nas redes sociais, de temas de interesse nacional, para a promoção de um debate de ideias sustentado pela honestidade intelectual que não se pode justificar pela descrição, quando nenhum teórico consegue fazer valer o seu pensamento, a sua sabedoria, o seu conhecimento, fechando-se em si mesmo, ou seja, não partilhando o que pensa saber, para conhecimento dos demais, quiçá, para a promoção do debate sobre a sua teoria, ou ocultando as fontes da sua pesquisa, da sua investigação, da sua informação e por aí fora...

Teóricos discretos, servem para quê, afinal...?!
 

A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

MAPA DA GUINÉ-BISSAU


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