Pai da Nação
Por: Edson Incopté 10.01.2008 O nosso chão, o grande chão de Amílcar Cabral, foi invadido por um bando de abutres que se aproveitaram daquele que é um dos mais promissores solos do nosso maravilhoso continente africano. Invadiram-no e não querem nem saber do sonho que tinha o Pai da Nação. Aquele sonho de que ninguém se esquece, que fez chorar os grandes heróis da independência, que fazia chorar Cabral enquanto apontava o dedo escolhendo jovens ou mesmo crianças para irem para a Guerra. O sonho de uma Nação real, não de fachada, de uma vida melhor, de viver e não de sobreviver, de um país com oportunidade para todos, onde haja condições para estudar e trabalhar, de um país com saúde e igualdade perante a lei. Não podemos deixar morrer esse sonho! Não podemos nem queremos deixá-lo morrer. Porque é esse sonho que nos vai dar força para lutar contra esses abutres na base da Paz, da Justiça e da vontade do Povo. É com esse sonho que vamos construir um país sólido, firme, capaz de competir com os seus parceiros de África e da CPLP. É esse sonho que nos vai elevar ao estatuto de um país desenvolvido, capaz de cativar o investimento estrangeiro, de apostar no turismo e na diversidade de culturas, sem deixar para trás o Desporto e a Educação. Meus irmãos, está na hora de dizer a esses abutres que os seus dias estão contados no chão de Cabral e que está na hora de deixarem trabalhar aqueles que têm competência para tal sem se abrigarem no pretexto de que lutaram pela independência, porque isso já todos sabemos. Todos lutaram mas o único que tinha um sonho e um projecto de vida para o país era o Grande Amílcar Cabral. É altura de dizer-lhes também que a nossa terra precisa é de patriotas, gente que a ame como ela realmente merece e não de gente patriota do dinheiro e da bela vida. Esta é a hora, Guineenses, esta é a hora de invocarmos a alma do grande Cabral para nos mostrar o caminho da Paz, do Bem e do progresso. Está na hora de deitarmos mãos ao trabalho para levantarmos o nosso país desse falso desenvolvimento que é a droga. Além disso ser uma contra aposta é também uma forma de manter a população distraída enquanto eles roubam do povo. Meus irmãos, eu sei e vocês também sabem que todo o povo passa por um período negro da sua história, mas o nosso já vai demasiado longo. Já sofremos que chegue por causa duns e doutros, já derramamos sangue e lágrima suficientes de modo a regarmos esse chão. Chegou a hora de colhermos os frutos dessa rega. Chega de ver mulheres a transformarem-se em homens sustentando famílias infindáveis, chega de ver homens fugindo para o estrangeiro andando por esse mundo fora, até onde Deus os quiser fazer descansar, deixando para trás mulheres e filhos vivendo na miséria. Não podemos de modo nenhum aceitar isto, quando o nosso hino fala na Paz, Progresso e na luta contra o jugo estrangeiro. Não podemos e não vamos aceitar. Vamos proibir esses abutres de sobrevoarem o nosso Céu, de navegarem nas nossas águas ricas em peixes e de utilizarem os nossos campos cheios de arroz. Minha gente vamos aproveitar o facto de o nosso país estar na boca do mundo, mesmo que não seja pelas melhores razões. Certamente ninguém deseja essa fama mas, já que assim aconteceu, vamos aproveitá-la e transformar o nosso país naquilo que todos desejamos, que é torna-lo uma grande Terra.
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