Didinho,
Seu trabalho, nossas colaborações como usuários de internet e a nova visão que
se está atribuindo ao SITE CONTRIBUTO, valem como reflexão e optimismo nesse
doloroso percurso que é PENSAR A GUINÉ.
O propósito que me leva a dirigir-lhe este email vai de encontro à esperança do
povo guineense que já começou a se manifestar em alguns ministérios guineenses
- Finanças e Educação. Prova de que os homens são substituíveis, pois, outros
passaram por esses ministérios e nunca fizeram juramento algum e muito menos, de
que se não conseguissem cumprir deixariam o cargo. Talvez seja muito cedo para
opinar ou manifestar qualquer sentimento de elogio aos recém empossados, pois o
caminho a trilhar é árduo e seus
espinhos não são quebrados com
palavras bonitas, mas sim com acções que refletem responsabilidade e
conhecimento.
O
Ministro das Finanças
disse e suas palavras circularam em
jornais e sites
conhecidos nossos; de que se não conseguir pagar salários,
se demitirá. Alguém atento à troca-troca de cargos em vários ministérios
guineenses não vai deixar escapar essa oportunidade. Mas em todo caso é uma
decisão louvável, pois, ele estranhou como é que o seu antecessor não conseguia
pagar salários se o Ministério das Finanças tinha recursos. Temos que ter
coragem e ousadia para mudar o cancro que perdura no egoísmo dos vários
funcionários guineenses que, em proveito próprio, desviam verbas que podiam ser
destinadas a pagamento de salários de outrem, para serem ostentados em novas
construções, carros de luxo, etc., etc. Todos sabem que a fortuna ostentada não
é fruto de um trabalho digno, responsável e rodeado de profissionalismo. É
derivado de amizade forjada no próprio ministério, onde cada um tem o seu
"QUINHÃO" e em função desse benefício NHA BOCA KA STALA é alimentada.
Uma colaboradora do CONTRIBUTO, salvo erro, uma portuguesa de nacionalidade fez
elogios e que elogios! a algumas práticas em curso no Ministério da Educação.
Subtilmente, estão ocorrendo mudanças e elas já podem ser vistas em alguns
sectores.
Em resumo, essas acções provam que quando queremos, podemos! Todos os países
sérios fizeram isso - dever de casa! Não adianta continuarmos a persistir no
erro. Exemplo: Ministro das Forças Armadas - um Engenheiro Florestal. Ministro
da Educação - um Médico. Quais os conhecimentos que esses poderiam efetivamente
levar para seus ministérios e gerar expectativas para quadros de funcionários
que vão encontrar? Seriam capazes de gerar motivações e inovações?! Um
Ministro da Forças Armadas
Guineense, um Engenheiro Florestal na sua deslocação a países amigos, Portugal
ou Rússia para tratar de assuntos das Forças Armadas,
só leva na bagagem, no máximo, aquilo que seus
comandados propõem, pois na realidade ele
desconhece o todo do processo.
Mas se ele fosse formado numa academia militar, sem dúvida seu dossiê estaria
repleto de temas importantes para negociações. Esse é um exemplo de como
funcionam alguns ministérios guineenses que não saem da mesmice porque quem está
na frente nem sempre sabe que rota deve seguir.
Falta de quadros acredito que não é mais desculpas para o governo guineense.
Temos quadros distribuídos em vários continentes onde muitos pelo seu esforço e
dedicação têm contrato de trabalho e são considerados bons profissionais e
galgaram cargos significativos. Muitos querem sem dúvida voltar, mas voltar para
trabalhar com dignidade onde competência é única avaliação para assumir cargo de
direcção. "Urdumunho", "Finca Tchifre", "Balobas", "Muros" não devem fazer parte
dessa nova sociedade. É preciso que as dispensas comecem a fazer parte daqueles
que usam desse sistema cruel para perpetuar no cargo ou na função. Alguns mais
atentos já estão projetando um futuro melhor não só para si, como para seus
filhos, pois é notório nos últimos tempos a ida de estudantes guineenses em
massa para o exterior para concretizar o sonho de obter um diploma
superior. Desenvolver a Guiné não é difícil, difícil é remover a "casta social"
que polui a mente guineense e turva a visão dos optimistas.
Observação: meu texto é apenas uma
colaboração para o tão almejado projecto do CONTRIBUTO, onde os interesses do
povo guineense estão acima de todos os interesses! Isso reflete ousadia,
coragem, apontar soluções e não fomentar críticas que refletem o negativismo.