PERDER A CABEÇA
Mamadú Baldé * 04.04.2010 Ao longo dos dias 01 e 02 de Abril, muitas frases marcaram e causaram perplexidade na cabeça de quem acompanhava notícias, contudo destaco três:
Mal vamos nós e mal ficaremos se não se esclarecer todas estas declarações. Todas elas, sem excepção, constituem caso de polícia (não acusando ninguém merecem/devem ser esclarecidas), não venham dizer que o Presidente queria acalmar ânimos, não se aceita, não pode ser!
Desde quando é que os militares têm confusões que implica sequestrar? Mais ainda, quando se sequestra um Primeiro-Ministro e um Chefe do Estado-Maior?
É por isso que o poder judicial deve esclarecer tudo.
Mal vamos nós se um indivíduo, independentemente do cargo que desempenha, puder mandar matar, seja quem for, por perder a cabeça… Não se aceita sequer a desculpa de pressão.
Seja por que motivo for, um sequestro é um crime, logo, pede-se justiça!
E muito mal vamos nós quando se acusam pessoas de mandarem matar (sobretudo quando se trata de um país onde mortes por explicar abundam). É por isso que pergunto: · É agora que o procurador-geral de República vai investigar o Primeiro-Ministro? · É agora que o Primeiro-Ministro vai esclarecer as dúvidas que pairam no ar, desde a morte de Nino Vieira, sobre ele? · Será que algum representante Guineense ou a Comunidade internacional tem interesse em fazer justiça na Guiné-Bissau? Sobre estas questões é obvio que não existe muito para dizer, sem correr o risco de ser repetitivo: os altos representantes da Guiné-Bissau quer militares quer políticos estão em estreita aliança nos vários crimes. E essa afirmação não é só minha, o Joseph Mutaboba representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau também concorda:
“A constante
intervenção militar na vida política é o resultado das constantes mudanças das
alianças. Na Guiné-Bissau todos querem ser chefes. Todos querem ser ministros.
Todos querem ser embaixadores. Cada um quer ser alguma coisa. Todos querem
transformar-se naquilo que nunca podem ser. Diz que há demasiada procura [no
Mercado de trabalho] mas poucas ofertas num pequeno país.” Sobre esta declaração há muito a dizer. Se por um lado revela conhecimento de causa, por outro, também revela deslealdade desta organização para com o povo da Guiné-Bissau, visto que sabe-se isso tudo e não se age? Mais do que descrença, todas estas organizações (ONU, CEDEAO, CPLP e outros) estão a plantar revoltas no seio do povo da Guiné-Bissau e no mundo crente na paz e amor ao próximo, devido a jogos de interesse. Quanto a mim, com devido o respeito e consideração mas também com a crença de que podem ser fundamentais na resolução dos conflitos na Guiné-Bissau, as movimentações e declarações destas organizações, não passam de TEATRO TRISTE E DISPENSÁVEL. Não, não é com isso que se resolve uma questão simples como é caso da Guiné-Bissau. Sim, disse, simples porque é uma questão de a justiça funcionar e punir todos os culpados. Isso é simples se a Comunidade Internacional tiver disponibilidade, não digo os nossos dirigentes porque esses, se não são culpados andam lá perto, ou seja, indirecta ou directamente são cúmplices logo CULPADOS. Sinceramente não se vê dificuldade quando existem relatos e notícias televisivas e radiofónicas dos mesmos impostores apontarem o dedo ou assumindo a autoria de crimes. É por isso que pergunto: · Que barbaridade é esta de dizer que se está a investigar a morte do Nino quando existem declarações noticiosas de um militar que assumiu: “nô mata Nino pabia i mata Tagme”? De que precisam mais? Se quem diz uma coisa destas não assume então nunca mais se assumirá nada. · A pergunta que se impõe é, por acaso este Sr. Já foi ouvido? · Para quando dar a conhecer ao público as conclusões da investigação à morte de Tagme que Zamora e Presidente disseram estar quase concluída? · Afinal de contas o que se passa com Bubo Na Tchuto? É que a justiça não quer nada dele? O que temem dele o Zamora e o Primeiro-Ministro? É por estas intermináveis questões que quem merece PERDER A CABEÇA é a população e não nenhum dos actuais protagonistas/dirigentes Guineenses ou da Comunidade Internacional. Quem está farto somos nós. Façam uma barbaridade matem-se a todos entre vocês, – uma espécie de suicídio colectivo, numa vala comum, e deixem a população em paz, – em vez de fazer esta barbaridade ao povo inocente que só clama pela paz, só quer continuar a ganhar a sua vida honestamente. Estamos fartos de ter que PERDER A CABEÇA DE VER TANTA BARBARIDADE nas mesmas figuras de sempre, pelas mesmas razões de sempre e nenhuma solução. NINGUÉM MERECE-VOS, “MILITAR, MILITAR TUDU KUSA MILITAR M’BE NTA ABÓS I LUBUS KU QUEMA COSTA” BY MASTA TITO. OS CULPADOS SOMOS TODOS NÓS GUINEENSES É chegada a hora de todos os guineenses começarem a pensar que a justiça terá de partir de nós próprios, sobretudo dos jovens ou então preparemo-nos para, parafraseando Edson Incopté, passar de “n’bai luta pa n'bai 07 de Junho” como consequência da continuação deste sistema. É por isso que ressalvo a saída da população à rua em Bissau e exorto a todos esta profunda e individual reflexão: O que faço para solucionar a problemas da Guiné-Bissau? MANTENHAS IRMÃOS E IRMÃS GUINEENSES * Finalista da licenciatura de Estudos Africanos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
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