Por quem os sinos dobram…”

 

 

Cadija Mané *

cadija.mane@gmail.com

19.10.2011

Cadija ManéViver em silêncio, por vezes é o melhor bálsamo para a alma, estamos em constante reflexão e de repente temos a certeza de que tudo vai correr bem, não porque alguém nos disse, mas porque Deus que está sempre presente, nos dá essa tranquilidade.

 

Não sei quanto tempo vai durar ou como vai durar, sinto como que me tivessem anestesiado e não sinto dor, não sei o que sinto, apenas tenho a certeza de que tanto para ti como para mim,  vai fazer sol, vai haver luz e o que pensei que ia eu influenciar, virá por si só, pena? Destino.

 

Alegra-me saber que os que nos são mais próximos ainda não sabem, é uma forma de nos reservarmos. Não caímos em tentar explicar o que se passou ou o que correu mal. Porém, estar também com estas pessoas e elas me verem sem ti é despertar nelas alguma curiosidade, e dentro mim inquieto-me à espera que venha de algum lado a pergunta a que tenho que responder de forma a não errar, como nos diferentes ensaios vezes sem conta repetidos.

 

Receio sair para não me expor, tranco-me em casa e fico a imaginar diferentes filmes em que vens novamente ao meu lar para me dizeres que estavas errado, que vai ser tudo diferente, porque uma parte da tua felicidade só se completa quando estás comigo. Os dias passam e o filme que imagino me mostra outros finais, algo confuso em que não quero acreditar e tento a todo o custo que os dias passem a voar porque não quero sentir, não quero pensar, não quero ouvir. O dia não passa rápido, sinto, penso, ouço, dói, caem lágrimas e peço a Deus que me dê forças para que possa aguentar e busco conforto nessas palavras enquanto oro, e volto a alimentar-me de esperança.

 

O meu coração despedaçado é assim quando perde um amor ainda, mais aquele em que se acreditou, em que se investiu, em que se adiou projectos para se poder criar laços, cumplicidade, alicerce, harmonia, amizade, sobretudo amar e sentir.

 

A tristeza não dura para sempre e o sol se vai pondo e novas cores se vão formando, já consigo sorrir, já me posso sentar em algum lado e beber o que me apetecer, conversar com os poucos amigo que nos momentos difíceis nos dão a mão. Volto a acreditar que o amor virá, é só continuar a amar a mim mesma, acreditar em mim e ser confiante.

 

Tudo acontece a seu tempo. Os sinos dobram sempre para aqueles que acreditam no amor e para aqueles que também superam as perdas!

 

* Socióloga

 

Cadija Mané

 

 

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