Porque não crescemos? (GUINÉ-BISSAU)


 

Marcelino Armindo Monteiro *

yuorna@gmail.com

30.04.2013

Marcelino Armindo MonteiroNão sei se esse é melhor titulo para este artigo, mas foi o que me ocorreu neste momento. Depois cada leitor pode ”usar e abusar” do titulo que achar conveniente. Ao ler um artigo da disciplina do meu curso, da entrevista do Nobel da Economia (Douglas North), entrevistado pela revista Brasileiro Veja em 2003.  Objetivo principal da entrevista era saber do Nobel “o que deve uma nação ter para alcançar postos mais altos em seu processo de desenvolvimento econômico”? Para ele há duas coisas que garante um crescimento solido de uma nação:

1)     Fortalecer as instituições públicas;

2)  Garantir a competição entre as empresas.

Para North “só vão progredir os países que desenvolveram instituições solidas”.

Para os que acreditam nessa afirmação como eu acredito, já perceberam a ração do não crescimento do nosso país. Mas o Nobel nos deixou mais uma coisa que poucos não vão acreditar os que gostam tanto de Portugal. Ao responder a questão do atraso dos países  latinos Americanos, em relação ao Estados Unidos( visto que a renda per capita  do Brasil e EUA já foi igual 1800). A verdade é que os recursos naturais só, não conduz uma nação ao alto nível econômico do desenvolvimento. Nesse caso Brasil, México e Argentina sempre tiveram recursos naturais suficientes para se tornarem nações ricas, mas isso não aconteceu por terem na época instituições frágeis, os atrasos institucionais os deixaram para trás (North). E estes países importaram seu modelo institucional de Espanha e Portugal, Estados Unidos importou da Inglaterra (nosso modelo institucional é importado de Portugal, que para ele é fraco em comparação ao modela Inglesa).

Portanto, não devemos só olhar por America latina, é só voltamos para nossa África, será fácil percebermos que os países Africanos da colônia inglesa possuem instituições fortes, se comparado ao nosso da colônia portuguesa. Instituições fortes que garantem o funcionamento sólido das empresas privadas, esse caso não acontece na nossa terra. É difícil acontecer porque, os dirigentes que deveria garantir a solidez das instituições também são empresários. E nem conseguem gerir bem as suas empresas ao ponto de nos colocar nos últimos anos forte denominação de NARCO ESTADO. Para North, “se país quer ser produtivo e moderno ele precisa cada vez mais afastar-se das negociações pessoais e criar mecanismos para que indivíduos que nunca se viram estabeleçam uma relação comercial efetiva”. Acredito que todos nós sabemos que os nossos dirigentes são donos dos maiores empresas do país. Até se sentem orgulho de ostentarem e afirmarem publicamente que: intene pa nha fidjus cume nha netos e bisnetos, sem nos informar da procedência.

Podemos desta forma, fazer um pouco a comparação entre os irmãos de PALOP. Como afirma North na sua entrevista, “os recursos naturais por si só não leva um país para frente, mas não é que os recursos não tenha peso nenhum”. Como eu disse comparar uma realidade bem nossa: Guiné-Bissau com Cabo-Verde, boa. Os dois primos. É mais que evidente que Cabo-Verde não ( digo não até o momento), dispor de recursos naturais. Mas, Cabo-Verde possui sim as instituições fortes em comparação com as nossas. Corrigem-me caso estou errado. O primeiro ministro Caboverdiano não é dono de segundo maior banco e nem é dono de maior empresa de combustível do seu país... se formos analisar bem os ministros, secretários de estado, os diretores ao longo da nossa historia muitos são empresários ou afundados em algum buessiness.

Sinto que ate aqui já podemos perceber um pouco e responder a nossa questão, porque não crescemos? Não espero que me entendam como pessimista. Mas, falamos tanto dos militares e nem percebemos que não é só ali que esta o gargalo (fraqueza) das nossas instituições. Peço os que estão no país neste momento depois da leitura do texto que tentem fazer a mínima comparação das nossas instituições. Mas ao compara-los não verifico só os dois últimos anos, volte um pouco mais nos 12 anos para cá. Talvez possamos entender a onde se deu inicio a nossa vacação  empreendedora.

Comece seu analise pela educação, muito fraco, como pode um governo esquecer facilmente do berço para o desenvolvimento dum país.  Finanças, talvez é ali que nasceu a vocação empresarial dos nossos dirigentes. Negócio pessoal é muito forte, em todas as suas direções, com ministros que compram todo Bissau velho de prédio velho, mesmo assim eles continuam magros e barrigudos. A justiça, fraquíssimo. North afirma, para que as instituições dum país sejam fortes é indispensável ação coerente e imparcial da justiça. La vai casos (mortos, pancadarias etc.) amontoados anos e anos sem julgamento. Pobres dos nossos juízes de terno e gravata sem voz e juntos curtindo a onda.  Comercio fraquíssimo, mesmo com suas empreses, de informalidade a informalismo.  Quem devia controlar as empresas, é  quem mais atrapalha, com negócios pessoais (é Juiz e jogador ao mesmo tempo), vendem de tudo,  impedem a participação dos outros. O nosso maior erro é a nossa diplomacia, que nem consegue nos guiar a uma boa cooperação. Em fim, ficamos apenas com os nossos amigos ou irmão da China, Cuba e  Rússia já muitos anos, obrigado por ter confiado em nós. Você continua...

Independentes com slogan unidade e luta, percebo que infelizmente é o que menos sabemos fazer agora, unirmos para bem do país... percebemos tudo errados, vivemos muito inseguros. Já no final da luta pela independência os tugas nos dividiram e conseguiram assim o que queriam. Atualmente voltaram novamente e estão bem no terreno, mesmo de cara coberto de goro (encapuchado), nem percebemos continuamos nos “gladiando” na arena.  SI NO KA RIBANTA UNIDADE I LUTA, NONA KANSA PÓ. Porque desunidos não iremos a lugar nenhum...

Bom, sempre no final vem a esperança. Ainda estou confiante, o regresso de PR, me fortaleceu e uma noticia nunca visto no país, ou visto mas raras vezes. O nosso desporto nos engrandeceu com uma medalha de ouro (Taciana Lima) vindo de Maputo, mas foi muito despercebido. Na verdade atualmente tudo de bom da nossa terra não é difundido, até com os nossos blogs. Que também se envolveram na briga. Espero ver essa noticia amanha 30/ 04, me animei também com a brincadeira do blogs http://7ze.blogspot.pt/ dos Futuros Dirigente, que assim seja..

Abeny...Ondjarama

* Estudante de mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - Brasil

 

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